Enquete MilkPoint revela otimismo moderado

Publicado por: MilkPoint

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De acordo com a enquete realizada pelo MilkPoint, 43% dos participantes acreditam que a rentabilidade da atividade leiteira se manterá constante no segundo semestre. Vale ressaltar que 29% dos participantes acreditam que a rentabilidade vai melhorar.

Figura 1


Vai se manter

Dentro dos que acreditam em manutenção estão Valter Barbosa de Oliveira, professor e pesquisador da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Davi Renna Valente, supervisor de distrito leiteiro da DPA-Nestlé, Viçosa, Minas Gerais, Odair Elisio de Oliveira, da Embaré, em Lagoa da Prata, Minas Gerais, Antonio da Silva, gerente comercial da Cooperativa Mista dos Produtores Rurais de Frutal, São Paulo, Henrique Frederico Uhl, veterinário da COOPNOROESTE em Mato Grosso, André Carvalho de Mello, consultor, São Lourenço do Sul, Rio Grande do Sul, Emerson Bronzon, produtor de leite em Itamaraju, Bahia, Antonio Luis Lima Dias, consultor, Mococa e Cid Aires de Carvalho, produtor de leite em Brasília.

Gilson Gonçalves Costa , produtor de leite em Goiânia, Goiás, acredita que o preço do leite se manterá no segundo semestre devido à baixa produção em virtude de diversos fatores, entre eles a falta de lucratividade da atividade leiteira, o menor número de animais especializados para esse fim, os altos custos de alimentação e as maiores exigências na obtenção da matéria prima. Segundo ele, "a produtividade tem melhorado, entretanto a lucratividade não seguiu a mesma trilha". Na opinião de Costa, se considerar o capital investido e o trabalho proveniente em se produzir leite, acredita que há investimentos bem mais tentadores.

Para Marcos Jose Alves de Azevedo, produtor de leite em Goianésia, Goiás, a expectativa é de se manter o preço do leite. Ele analisa que "estamos no limite devido à queda do dólar, que favorece mais a importação". Johnny Izquierdo, da Gvinah Indústria de Alimentos em Rio Maria, Pará, pondera sobre a grande oferta de produtos lácteos e o consumo retraído, o que impede o acréscimo do preço do leite no segundo semestre.

Flavio Leite Ribeiro, administrador da Fazenda Santa Olímpia, Guaxupé, Minas Gerais, acredita que haverá estabilidade no preço do leite e estabilidade no preço dos insumos.

Cleber Medeiros Barreto, consultor em Sobral, Ceará, ressalta que se observar o setor com visão otimista, percebe-se aumento da profissionalização. Ele salienta ser possível apostar em manutenção ou "quem sabe até em melhora na rentabilidade".

Vai melhorar

Francisco Carlos Ortiz Fialho, médico veterinário da Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Rio Grande do Sul, salienta que o Rio Grande do Sul enfrentou seca e escassez de alimentos. Ele informa que há pouca oferta de leite no momento. Segundo ele, a silagem feita para ser utilizada no inverno, como forma de alimento, tem baixa qualidade. Com isso, ele esclarece que a alimentação dos animais dependerá quase que exclusivamente das pastagens, o que tenderá a manter o preço de lácteos no Rio Grande do Sul.

Martinho Mello de Oliveira, produtor de leite em Paranaíba, Mato Grosso do Sul, apesar de acreditar em alta no segundo semestre, adverte que o produtor deve ficar atento com a entrada de leite subsidiado no Brasil. Ele adverte que os produtores brasileiros devem pressionar o governo para evitar que isto ocorra e prejudique a produção nacional. Segundo Oliveira, com estas medidas, há possibilidade de o Brasil conquistar novos recordes na balança comercial de lácteos. Acho que esse parágrafo não agrega muito à matéria.

Cezar Pimenta Guimarães, empresário, Ponta Grossa, Paraná, analisa que "sempre o segundo semestre soma receita maior que o primeiro". Na opinião de Guimarães Acredito, o segundo semestre deste ano será melhor que o de 2004. Ele afirma que isto aconteceu nos três últimos semestres.

Vai piorar

Fernando Zaparolli, médico veterinário do Leite Perlat, em Pereira Barreto, São Paulo, Gustavo Augusto de Andrade, professor da Unifenas, Alfenas, Minas Gerais, Paulo Sebastião Paes Leme, produtor de leite em Quirinópolis, Goiás, Haroldo Max de Sousa, empresário em Orizona, Goiás e Nilson Lacerda de Paula Filho, proprietário da Água & Terra Ltda, em Guará, Distrito Federal, fazem parte dos 25% dos participantes que acreditam que o segundo semestre vai ser pior que o primeiro.

Para Gregório da Rocha Miranda Pontes, produtor de leite em Petrópolis, Rio de Janeiro, Roberto Jank Jr., diretor da Agrindus S/A, Descalvado, São Paulo e Cácio Ribeiro de Paula, engenheiro agrônomo, Bela Vista de Goiás, Goiás, a desvalorização do dólar estimula a importação de produtos lácteos e interfere na exportação de lácteos do Brasil. Eles analisam que haverá excesso de leite o que causará queda no preço desta commodity.

Jank alerta que "já vimos este filme antes e devemos recordar que o dilema do leite só foi resolvido com o desaparecimento do excedente via exportação". Na opinião de Jank, quando se regula a oferta, o mercado fica estabilizado. Além disso, Jank destaca que os baixos preços do commodities agrícolas não devem perdurar por um longo período, o que ocasionaria elevação dos custos.

Cássio e Gregório ponderam ainda que com taxas de juros tão altas pode acarretar queda de consumo, devido ao menor poder aquisitivo da população.



Não sei ainda

Para Eduardo Groot, da Irmãos Groot Holambra (IGH), Leite Groot, Holambra, São Paulo, o mercado está muito confuso, com forte tendência a piorar. Ele salienta que os produtores brasileiros são persistentes, por isso mantém-se no setor leiteiro.

É importante salientar que a enquete MilkPoint não tem o objetivo de quantificar opiniões com rigor estatístico, apenas mostra a opinião dos leitores sobre determinado assunto. Nesta enquete, 65 pessoas votaram.

Participe de nossa próxima enquete: Você acha que a IN 51 deve ser adiada?

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Fonte:Equipe MilkPoint
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José ricardo Vilkas
JOSÉ RICARDO VILKAS

ANGATUBA - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 02/07/2005

O otimismo moderado que prevaleceu na enquete já não é verdade. Em minha região, Angatuba , sul do estado de São Paulo, o preço do leite que era de R$ o,65 em maio, em junho caiu para R$ 0,61 ,e agora em julho para R$ 0,57.



Há produção de pequenos produtores que não estão sendo captadas ( e não é por falta de adaptação a IN 51).



Estou prevendo um cenário péssimo. Em contato com rede de varejistas, dizem que as vendas de lácteos e derivados caíram muito.



Concordo com Roberto Jank ao dizer que devido ao dólar estar em baixa, desestimula a exportação e este leite fica no mercado. Tem que se tomar alguma providência em relação a isso, ou muitas fazendas irão falir.
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