
A maioria dos leitores acredita na política "toma lá, dá cá". Antônio da Silva, da Cooperativa Mista dos Produtores Rurais de Frutal (Cofrul) diz que "considerando nossa necessidade de desenvolvimento neste setor, deveríamos condicionar uma maior abertura do nosso mercado à abertura do mercado de outros países. É a política do toma lá, da cá".
Outros leitores concordam com a postura de abertura do Brasil, mas acreditam que este tipo de postura só funciona se houver agilidade nas negociações. A estratégia do "toma lá, da cá", só funcionará se houver agilidade nas negociações e capacidade de antever os movimentos de nossos competidores.
Mais barreiras para forçar abertura dos outros países: 20,69%
Cerca de 20,69% dos leitores que responderam a enquete afirma que somente impondo um maior número de barreiras de proteção o leite nacional o Brasil conseguirá espaço em outros mercados internacionais.
O leitor Luiz Fernando Gonçalves Veloso afirma que o Brasil deve se posicionar da mesma maneira que os EUA e UE, isto é, aplicando medidas de proteção a seus mercados internos. Luiz Fernando acredita que o Brasil deve fazer valer o direito da reciprocidade, isto é, adotar a mesma postura protecionista que recebe dos outros países. Esta opinião é compartilhada por Leonardo Marques Barbosa, que também acredita que o país deve adotar medidas de proteção ao mercado interno, assim como fazem outros países.
José Alberto Mendes Rios acredita que o setor do leite no Brasil precisa, primeiramente, passar por uma reestruturação interna. "Primeiro deveríamos passar por uma profunda modificação interna, que vai do aumento da produtividade até a uma melhor remuneração ao produtor. Portanto, antes de abrirmos a casa deveríamos organizá-la primeiro" afirma José Alberto.
Uma parcela dos leitores acredita que se o Brasil realizar uma maior abertura de seu mercado, o resultado será uma maior pressão para os outros países. Esta pressão obrigaria uma maior abertura nos mercados estrangeiros.
Jank: abertura favorece o Brasil
Para Marcos Jank, presidente do Instituto de Estudos do Comércio e Negociações Internacionais (Ícone), o Brasil deve condicionar maior abertura à abertura de outros países, conforme a resposta da maioria dos leitores. Jank considera que o Brasil tem condições de ser, nos próximos anos, um dos líderes no mercado mundial de leite, ao lado de Austrália, Nova Zelândia e Argentina.
O presidente do Icone avalia que "não tem o menor cabimento deixarmos o leite de fora do acordo (entre a União Européia e o Mercosul) porque, se as tarifas caírem dos dois lados, o fluxo de leite será daqui para a Europa, e não o contrário".
O custo do leite europeu é de duas a três vezes maior do que o brasileiro, o que só é compensado com pesados pagamentos de subsídios aos produtores. "O ideal é prever um mecanismo de compensação dos subsídios enquanto eles existirem, tal como está na proposta do Mercosul", diz Jank. Segundo o presidente do Icone, "o ganho decorrente de um maior acesso ao mercado europeu é muito maior do que o de manter a proteção".
É importante salientar que a enquete MilkPoint não tem o objetivo de quantificar opiniões com rigor estatístico, apenas mostra a opinião dos leitores sobre determinado assunto.
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Fonte:MilkPoint