Enquete: 38% acham que produção crescerá mais que 5%

Publicado por: MilkPoint

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A expectativa de crescimento na produção de leite em 2005 por parte dos usuários do MilkPoint é alta, como se pode observar na tabela 1. Para 38% dos participantes, este crescimento será de mais de 5%. Entre os adeptos desta opinião estão Jacques Gontijo Álvares, vice-presidente comercial da Itambé, Mário de Resende Netto, supervisor de distrito leiteiro da DPA, Celso Ivan Ferreira, da Embaré, Walter Osvaldo Webiki Regis, coordenador de Vendas da Batavo, Walter José Pereira, gerente de vendas da Coolapa, Antonio da Silva, gerente comercial da Cooperativa Mista dos Produtores Rurais de Frutal e Gabriel Rodrigues Alves Signorelli, da Tetra Pak, entre outros.


Crescer mais de 5%

Marcelo Luis Nedel, supervisor Regional da Avipal SA, afirma que "a atividade irá crescer em 2005 em função das exportações e preços favoráveis principalmente na região sul do país, onde muitos dos produtores de leite possuem também atividades agrícolas como produção de grãos". Segundo ele, devido à queda de produção desta safra em função da escassez de chuva, ele acredita que muitos proprietários irão optar pelo incremento da atividade leiteira. Para Marcos Venicio Bruno, consultor em Jundiaí, SP, o provável crescimento da produção de leite acima de 5% ocorrerá devido os menores valores obtidos nos grãos, em especial a soja, estimulando novos investimentos na pecuária leiteira.

Essa opinião é compartilhada por Martinho Mello de Oliveira, produtor de leite em Paranaíba, Mato Grosso do Sul, que acredita que o principal estímulo a este aumento é a queda de preço de produtos tais como: carne, soja e milho. Ele também acredita que o aumento da exportação de produtos lácteos é um aspecto favorável à maior intensificação da atividade leiteira. José Miguel Auer, consultor na região de Piraí do Sul, Paraná, Milton Tadeu Barrozo Gamborgi, produtor de leite em Gaspar, Santa Catarina, e José Almeida de Oliveira, produtor de leite em Major Isidoro, Alagoas, concordam com Martinho.

Porém, Leandro Martins D'Ávila, consultor em Abelardo Luz, Santa Catarina, afirma que "a produção de leite na região Sul diminuiu significativamente, o que implicará em preços regionais mais atraentes, promovendo um aumento de interesse dos pequenos produtores nesta atividade que já representa uma fundamental fonte de renda para a pequena propriedade no Sul do Brasil, aliado às exportações que estão em franca expansão".

Roberto Cunha Freire, produtor de leite em Belo Horizonte, Minas Gerais, ressalta que as últimas medidas antidumping adotadas pelo governo federal nos produtos lácteos provenientes principalmente da Argentina, Uruguai, "devolvem a segurança para os produtores de que não haverá uma concorrência predatória e desleal para com toda a cadeia de produtos lácteos".

A crescente demanda por vacas leiteiras comprova que a produção de leite em 2005 será bem maior, afirma Mariano Ribeiro Paiva, supervisor técnico de propriedades leiteiras de Paraíba do Sul, Rio de Janeiro.

Jair Jacinto Cardoso Júnior, representante comercial em Goiânia afirma que o maior consumo interno, como também o da exportação de produtos lácteos traz perspectivas de aumento de produção de leite no Brasil. Ele acredita que "o Brasil tem tudo para ser um dos três maiores produtor e exportador de lácteos mundial".

Paulo César de Alvim Resende, produtor de leite em Contagem, MG, também acredita em crescimento acima de 5%, mas ressalva: "a dúvida fica sempre em função do desconhecimento do volume de leite informal".

Crescer de 3 a 5%

Wolmir Castelli, encarregado de posto da Avipal, Maria Elisa Muntaner, assistente de marketing da Bayer, em São Paulo, Félix Alle Junior, médico veterinário dos Laticínios Tirolez, em Monte Aprazível, São Paulo, e Lairton Clóvis Rakowski, supervisor administrativo da Leitbom em Morrinhos (Goiás), fazem parte dos 32% (conforme mostra a tabela 1) que acreditam no crescimento de produção variando entre 3 a 5%. Também apostam nesses valores os consultores de Minas Gerais Humberto Souza Dias e Renato Machado.

Para Luiz Batista de Rezende, produtor de leite em Goiânia, Goiás, o crescimento será em virtude da melhor remuneração do produtor de leite, porém ressalta que "o crescimento não será maior porque nos últimos anos muitos produtores colocaram reprodutores de raças de corte em seus rebanhos de leite, e conseqüentemente terão dificuldade para repor seus descartes".

Ledimar Lédo Lange, consultor na região Betim, Minas Gerais, acredita que "que os produtores vêm aumentando o seu grau de profissionalismo, sendo uma atividade lucrativa e crescente ano a ano".

José Ronaldo Borges, produtor de leite de Cuiabá, Mato Grosso, afirma que "o otimismo no setor está grande e com isso haverá mais investimentos".

Para Rogério Groth, produtor de leite em Itapiranga, Santa Catarina, os produtores da região sul do país estão aumentando o seu grau de tecnificação e profissionalismo na pecuária leiteira. Com isso, o aumento de 3 a 5% será facilmente atingido em 2005.

Baixo crescimento

Cerca de 19% dos participantes da enquete acreditam que haverá crescimento de 0 a 3% na produção de leite do Brasil. Robin Vink, produtor em Carambeí, Paraná, é um deles. Grande parte dos participantes acredita que a escassez de chuvas na região sul e nordeste do Brasil será o principal entrave no crescimento de produção de leite. Leandro José Kunkel, da Cooperativa Languiru LTDA de Teutonia, Rio Grande do Sul, afirma que "com a introdução da Instrução Normativa 51, melhoraremos em qualidade do nosso produto, favorecendo a exportação e possível aumento do preço".

Rejane Gomes Eustáquio, pesquisadora da Universidade de Brasília / CNPq, Distrito Federal, afirma que "conforme os índices dos anos anteriores, o mercado de laticínios vem apresentando um crescimento constante, principalmente no setor de bebidas lácteas. Assim, mesmo com o provável aumento no preço do milho e da soja, a expectativa é de que a produção de leite seja superior a do ano de 2004 para suprir a demanda da indústria. Porém, o preço do litro de leite não deve sofrer grandes oscilações devido às pressões dos setores e a política do preço mínimo".

Diminuição modesta

Izael Ciderlei Delazari, produtor de leite em Fernandópolis, São Paulo, faz parte dos 8% que acredita que haverá queda até 3% na produção de leite. Ele ressalta que "o preço que o produtor recebe pelo seu leite não cobre o seu custo de produção".

Diminuição de 3 a 5%

Apenas 1% dos participantes desta enquete acredita que haverá queda de 3 a 5% na produção de leite no Brasil em 2005. José Braz Couto Junior, médico veterinário da Brasvet no Paraná, acredita que "a falta de chuva na região sul vai com certeza afetar a produção nacional de leite, pois não haverá tempo hábil de recuperar as pastagens e preparar os animais para o parto no período de melhor preço do leite".

Diminuição de mais de 5%

Os 2% mais pessimistas acreditam que haverá queda de mais de 5% na produção. Jorge Guilherme Bergottini Palieraqui, pesquisador no Rio de Janeiro, acredita que "com a legislação que entrará em vigor em meados deste ano de 2005, referente à qualidade do leite, muitos pequenos produtores e produção familiar ficarão prejudicados, principalmente pelas bruscas mudanças, pela falta de alternativas e informações técnicas que sejam economicamente viáveis. Sei que temos totais condições de produzir leite com altíssima qualidade, mas primeiramente temos que orientar nossos produtores de sua importância, seus benefícios e sua viabilidade econômica. Fato que não está ocorrendo no campo".

É importante salientar que a enquete MilkPoint não tem o objetivo de quantificar opiniões com rigor estatístico, apenas mostra a opinião dos leitores sobre determinado assunto. A enquete teve 114 participantes.

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Fonte: Equipe MilkPoint
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