Embrapa cria agência de inovação tecnológica

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) deverá criar uma Agência de Inovação Tecnológica, com o objetivo de assegurar maior autonomia e agilidade administrativa nas parcerias com o setor privado. Caberá à nova agência realizar transferência de tecnologia e apoiar o desenvolvimento de pesquisas.

Em entrevista coletiva realizada na sede da instituição, em Brasília, o diretor-presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Silvio Crestana, destacou os desafios, prioridades e oportunidades para a atual gestão.

A criação da Agência de Inovação Tecnológica foi um dos pontos abordados por Crestana e está entre as prioridades para a diretoria nomeada em janeiro. A medida ainda será objeto de debate, mas, de acordo com a proposta, ainda embrionária, a Agência seria uma espécie de subsidiária, com maior autonomia e agilidade - com investimentos do setor privado -, para realizar transferência de tecnologia e desenvolver pesquisas em diferentes áreas.

Outra proposta do presidente Silvio Crestana é a elaboração de um conjunto de projetos para negociar a liberação de recursos dos Fundos Setoriais. Essa seria uma das formas de ampliar o orçamento da Embrapa, que em 2005 ficará entre R$ 800 e R$ 900 milhões. Segundo Crestana, apenas 10% do orçamento são destinados a investimentos.

Ele ressaltou também a importância de se aproveitar as oportunidades criadas pela Lei de Inovação e gerar empresas de base tecnológica, implementar tecnologias apropriadas, reforçar o Sistema Cooperativo da Pesquisa Agropecuária e avançar em temas emergentes, como biotecnologia, tecnologia da informação, nanotecnologia, agroenergia, defesa sanitária, créditos de carbono, recursos hídricos e avaliação de riscos.

Sobre o conceito de Arranjos Produtivos Locais (APLs), Silvio Crestrana afirmou que é 'uma ótima idéia para o desenvolvimento regional'. De acordo com o presidente, a Embrapa já participa de ações que utilizam o conceito em diferentes regiões do Brasil, e os resultados são positivos.

Crestana também falou sobre a função desempenhada pelas organizações estaduais de pesquisa agropecuária, as Oepas. Ele destacou que 'há uma variação enorme' na condição e estágio de desenvolvimento das organizações em cada estado.

Crestana também afirmou que 'a Embrapa continua sem recursos financeiros para repassar (às Oepas)', mas garantiu que dará apoio em termos técnicos e logísticos.

Em relação às divergências sobre priorizar investimentos na agricultura familiar ou no agronegócio, Silvio Crestana disse optar pelo equilíbrio. 'A agricultura familiar tem uma enorme importância, assim como a agricultura comercial', ponderou o presidente da Embrapa.

Fonte: Gazeta Mercantil, adaptado por Equipe MilkPoint