Embarque de leite não deve ser prejudicado pela aftosa

As exportações brasileiras de lácteos não deverão sofrer impacto significativo dos focos de febre aftosa registrados recentemente no país. Isso porque 70% dos embarques são de leite em pó e leite condensado, cujo processo de industrialização elimina o vírus da doença, segundo a CNA.

A Rússia embargou embarques de leite do Mato Grosso do Sul, estado que não exporta o produto. A Indonésia anunciou suspensão das compras de leite de todo o país, enquanto Moçambique interrompeu as importações de leite em pó e iogurte do Mato Grosso do Sul, de São Paulo e do Paraná.

"Esses países não são grandes importadores de leite do Brasil, mas precisamos mostrar que não há riscos no leite em pó e leite condensado", informou o assessor técnico da Comissão Nacional de Pecuária de Leite da CNA, Marcelo Costa Martins.

As exportações brasileiras de lácteos somaram US$ 88,3 milhões até setembro, com alta de 53,4% em relação ao mesmo período do ano passado. Os embarques do item composto por leite condensado e leite em pó responderam por US$ 62 milhões e os de queijos por US$ 21,7 milhões. Segundo Martins, os embarques podem superar US$ 150 milhões no ano, quase 60% a mais que em 2004. "Se o ritmo das exportações dos últimos meses for mantido, o superávit de lácteos pode chegar a US$ 40 milhões (3,5 vezes superior ao do ano passado)", disse.

A CNA apresenta hoje ao Mapa, uma estratégia para passagem de produtos lácteos entre os estados. "Vamos propor a criação de corredor sanitário para transporte de leite resfriado do Mato Grosso do Sul por caminhão graneleiro lavado com solução sanitizante para outros estados", disse Martins. Mato Grosso do Sul é o 12º estado produtor de leite do Brasil, com 207 milhões de litros em 2004.

Fonte: Gazeta Mercantil (por Chiara Quintão), adaptado por Equipe MilkPoint