Decisão sobre compra da Garoto deve ficar para próxima diretoria do Cade

Publicado por: MilkPoint

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O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aceitou ontem rever a decisão de vetar a compra da Companhia de Chocolates Garoto, do Espírito Santo, pela multinacional suíça Nestlé. A votação estava empatada por três votos a três, mas foi decidida pelo presidente do conselho, João Grandino Rodas. O julgamento do mérito, porém, foi adiado, sem data prevista para retorno. Os conselheiros ainda terão de decidir se a Nestlé pode mesmo comprar a Garoto e, em caso positivo, quais fatias do mercado ela deverá deixar para seus concorrentes.

Durante o início da discussão do mérito, na noite de ontem, o relator da matéria, conselheiro Thompson Andrade, votou pela manutenção da decisão tomada pelo Cade, em fevereiro, que obriga a Nestlé a vender a Garoto. "A operação é qualitativamente inferior à anterior definida pelo Cade", disse Andrade, em relação à proposta feita pela Nestlé de vender 10% do mercado de chocolates sólidos e 20% do mercado de coberturas líquidas para conseguir levar a empresa capixaba.

O julgamento foi interrompido, pois o conselheiro Luiz Alberto Scaloppe pediu vista do processo. Os conselheiros Fernando Marques e João Grandino Rodas, que estão encerrando seus mandatos esta semana, abriram mão de votar, deixando esta decisão para os novos conselheiros, que assumem este mês.

O Cade entendeu que Nestlé-Garoto teriam 58,4% do mercado brasileiro de chocolates, o que seria uma alta concentração prejudicial à concorrência no setor e, por conseqüência, aos consumidores.

Inconformada com o veto, a multinacional suíça apresentou recurso em que pedia a reconsideração do julgamento. Para convencer os conselheiros, a empresa se comprometeu a abrir mão de parte da Garoto. Dessa forma, reduziria a sua participação no setor.

Interesse

Pelo menos duas outras empresas estrangeiras, a americana Mars e a inglesa Cadbury, já anunciaram publicamente interesse em comprar a Garoto. A análise de especialistas é que o mercado de chocolates no Brasil tem grande potencial de expansão, já que a média de consumo per capita do produto não ultrapassa os dois quilos, enquanto mundialmente essa relação varia entre três quilos e quatro quilos.

No entanto, os empresários dizem que é difícil a entrada neste mercado por causa da concentração e da fidelidade dos consumidores às marcas já conhecidas. A compra da Garoto, por esses motivos, é vista como uma chance única de participação no mercado.

Fonte: O Estado de S.Paulo (por Gerusa Marques e Isabel Sobral), adaptado por Equipe MilkPoint
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