Debate aponta sanidade como questão-chave para o agronegócio

Publicado por: MilkPoint

Publicado em: - 3 minutos de leitura

Ícone para ver comentários 0
Ícone para curtir artigo 0

Ontem (28), durante a 13o Expomilk, a Leite Brasil em parceria com a Faesp e o Senar, promoveu o debate "Brasil: celeiro do mundo no século 21". Participaram do debate o Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Roberto Rodrigues, o presidente da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados, Leonardo Vilela e o jornalista econômico Joelmir Beting. Como entrevistadores, participaram Xico Graziano, ex-deputado federal, Marcos Jank, presidente do Icone, e Paulo do Carmo Martins, chefe geral da Embrapa Gado de Leite.

Brasil exportador de lácteos

O ministro Roberto Rodrigues, durante o debate, ressaltou a importância do setor lácteo para o Brasil, lembrando que o Brasil, em pouco tempo, passou de grande importador líquido de leite para se tornar crescente exportador. Paulo Martins, da Embrapa, lembrou que os produtos brasileiros já chegam a 58 países, embora ainda em pequena quantidade.

Sanidade é calcanhar de Aquiles

Mas para que o Brasil se mantenha como exportador de carnes e lácteos, os produtores brasileiros devem investir em projetos de controle de qualidade, disse o ministro. Sem a adequação dos produtos brasileiros aos padrões sanitários, como a eliminação da aftosa, o Brasil não conseguirá permanecer no mercado internacional. Problemas sanitários podem ser utilizados por outros países como barreira aos produtos brasileiros. Como exemplo, o Roberto Rodrigues citou o recente episódio do embargo russo as carnes brasileiras, quando um caso de febre aftosa no Amazonas impediu a continuidade das exportações de frango de Santa Catarina. "É a morte rápida da agricultura", disse Marcos Jank, ao comentar o impacto imediato e drástico que problemas sanitários podem causar.

Sisbov

Rodrigues admitiu que talvez o governo tenha sido muito otimista em relação à obrigatoriedade de adesão ao SISBOV, na ânsia de resolver as coisas da melhor forma possível, mas que o Comitê responsável está trabalhando no sentido de adequar o SISBOV a partir desse cenário.

Cadeia do leite e Normativa 51

O ministro afirmou que a cadeia do leite no país enfrenta problemas como falta de padrões técnicos e de qualidade, pequena escala de produção e falta de agregação de valor. O ministro falou da importância das novas normas de produção de leite, que, pelas previsões, estarão implantadas em meados do ano que vem.

Ele alertou ainda sobre a necessidade de toda a cadeia leiteira se organizar, com enfoque especial ao produtor primário. "Está faltando lembrar do produtor, que faz parte da cadeia e precisa lucrar", disse. Para Joelmir Beting, a força de uma cadeia ou corrente, sempre esbarrará no elo mais fraco.

Cooperativismo

Rodrigues afirmou a necessidade do fortalecimento das cooperativas de lácteos. "É preciso estimular fusões, aquisições e parcerias. Isso só não acontece por uma única razão: sempre se esbarra em questões pessoais, como quem será o presidente", lembrou.

Importância social

Leonardo Vilela ressaltou que a cadeia do leite é aquela que possui maior importância social, pois é o setor que melhor que melhor distribui renda. Falou também da importância da fiscalização, impedindo a ocorrência de fraudes como adição de soro, que hoje prejudicam o desenvolvimento do setor.

Marketing x Renda

O jornalista Joelmir Beting lembrou dos problemas enfrentados pelos produtores de leite no Brasil, como a informalidade da produção, que inclusive é um problema nacional, não apenas do leite. Para ele, a grande barreira para elevar o consumo de leite no país é mercadológica, e não de renda. "O leite terá a ameaça crescente da bebidas à base de soja, que são saborosas e tidas como saudáveis", afirmou, lembrando que sucos também são consumidos de forma crescente, em substituição a bebidas como leite e refrigerantes.

China

O jornalista, assim como os outros debatedores, ressaltou o potencial do leite brasileiro em novos mercados internacionais, como a China. O consumo de leite naquele país é ainda é pequeno, mas está em crescente aumento, podendo tornar-se um importante novo mercado para o leite brasileiro. "Nos próximos 25 anos, cerca de 350 milhões de chineses vão migrar do campo para as cidades, significando o maior êxodo rural da história", disse Rodrigues. O consumo de lácteos é maior nas cidades, onde as pessoas adquirem mais hábitos ocidentais.

Beting ressaltou a parceria natural e estratégica entre Brasil e China. "É a maior panela do mundo se associando a maior demanda de alimentos do mundo", comparou. "Essa parceria vai se consolidar nos próximos anos e já desperta preocupação em outros países".

Finalizando, Beting constatou que "chegou a vez do trópico quente e úmido, e o Brasil possui a maior extensão de terra nessas condições, em todo o mundo".

Fonte:MilkPoint
QUER ACESSAR O CONTEÚDO? É GRATUITO!

Para continuar lendo o conteúdo entre com sua conta ou cadastre-se no MilkPoint.

Tenha acesso a conteúdos exclusivos gratuitamente!

Ícone para ver comentários 0
Ícone para curtir artigo 0

Publicado por:

Foto MilkPoint

MilkPoint

O MilkPoint é maior portal sobre mercado lácteo do Brasil. Especialista em informações do agronegócio, cadeia leiteira, indústria de laticínios e outros.

Deixe sua opinião!

Foto do usuário

Todos os comentários são moderados pela equipe MilkPoint, e as opiniões aqui expressas são de responsabilidade exclusiva dos leitores. Contamos com sua colaboração.

Qual a sua dúvida hoje?