Debate aponta sanidade como questão-chave para o agronegócio
Publicado por: MilkPoint
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Brasil exportador de lácteos
O ministro Roberto Rodrigues, durante o debate, ressaltou a importância do setor lácteo para o Brasil, lembrando que o Brasil, em pouco tempo, passou de grande importador líquido de leite para se tornar crescente exportador. Paulo Martins, da Embrapa, lembrou que os produtos brasileiros já chegam a 58 países, embora ainda em pequena quantidade.
Sanidade é calcanhar de Aquiles
Mas para que o Brasil se mantenha como exportador de carnes e lácteos, os produtores brasileiros devem investir em projetos de controle de qualidade, disse o ministro. Sem a adequação dos produtos brasileiros aos padrões sanitários, como a eliminação da aftosa, o Brasil não conseguirá permanecer no mercado internacional. Problemas sanitários podem ser utilizados por outros países como barreira aos produtos brasileiros. Como exemplo, o Roberto Rodrigues citou o recente episódio do embargo russo as carnes brasileiras, quando um caso de febre aftosa no Amazonas impediu a continuidade das exportações de frango de Santa Catarina. "É a morte rápida da agricultura", disse Marcos Jank, ao comentar o impacto imediato e drástico que problemas sanitários podem causar.
Sisbov
Rodrigues admitiu que talvez o governo tenha sido muito otimista em relação à obrigatoriedade de adesão ao SISBOV, na ânsia de resolver as coisas da melhor forma possível, mas que o Comitê responsável está trabalhando no sentido de adequar o SISBOV a partir desse cenário.
Cadeia do leite e Normativa 51
O ministro afirmou que a cadeia do leite no país enfrenta problemas como falta de padrões técnicos e de qualidade, pequena escala de produção e falta de agregação de valor. O ministro falou da importância das novas normas de produção de leite, que, pelas previsões, estarão implantadas em meados do ano que vem.
Ele alertou ainda sobre a necessidade de toda a cadeia leiteira se organizar, com enfoque especial ao produtor primário. "Está faltando lembrar do produtor, que faz parte da cadeia e precisa lucrar", disse. Para Joelmir Beting, a força de uma cadeia ou corrente, sempre esbarrará no elo mais fraco.
Cooperativismo
Rodrigues afirmou a necessidade do fortalecimento das cooperativas de lácteos. "É preciso estimular fusões, aquisições e parcerias. Isso só não acontece por uma única razão: sempre se esbarra em questões pessoais, como quem será o presidente", lembrou.
Importância social
Leonardo Vilela ressaltou que a cadeia do leite é aquela que possui maior importância social, pois é o setor que melhor que melhor distribui renda. Falou também da importância da fiscalização, impedindo a ocorrência de fraudes como adição de soro, que hoje prejudicam o desenvolvimento do setor.
Marketing x Renda
O jornalista Joelmir Beting lembrou dos problemas enfrentados pelos produtores de leite no Brasil, como a informalidade da produção, que inclusive é um problema nacional, não apenas do leite. Para ele, a grande barreira para elevar o consumo de leite no país é mercadológica, e não de renda. "O leite terá a ameaça crescente da bebidas à base de soja, que são saborosas e tidas como saudáveis", afirmou, lembrando que sucos também são consumidos de forma crescente, em substituição a bebidas como leite e refrigerantes.
China
O jornalista, assim como os outros debatedores, ressaltou o potencial do leite brasileiro em novos mercados internacionais, como a China. O consumo de leite naquele país é ainda é pequeno, mas está em crescente aumento, podendo tornar-se um importante novo mercado para o leite brasileiro. "Nos próximos 25 anos, cerca de 350 milhões de chineses vão migrar do campo para as cidades, significando o maior êxodo rural da história", disse Rodrigues. O consumo de lácteos é maior nas cidades, onde as pessoas adquirem mais hábitos ocidentais.
Beting ressaltou a parceria natural e estratégica entre Brasil e China. "É a maior panela do mundo se associando a maior demanda de alimentos do mundo", comparou. "Essa parceria vai se consolidar nos próximos anos e já desperta preocupação em outros países".
Finalizando, Beting constatou que "chegou a vez do trópico quente e úmido, e o Brasil possui a maior extensão de terra nessas condições, em todo o mundo".
Fonte:MilkPoint
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