Crise de empresas pode ser indício de dificuldades para laticínios

Publicado por: MilkPoint

Publicado em: - 1 minuto de leitura

Ícone para ver comentários 2
Ícone para curtir artigo 0

As crises da Cooperativa Central Leite Nilza e da Mococa podem ser um indício de que as indústrias lácteas enfrentam dificuldades. Segundo analistas de mercado, os altos preços do leite e a retração no consumo fazem com que o setor não consiga repassar ao consumidor os custos de produção e muitas empresas operem no vermelho. Além disso, as exportações não estão como o esperado.

"Os reajustes ao pecuarista foram maiores que os repasses ao consumidor e, com isso, a margem da indústria está baixa", avaliou o pesquisador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), Leandro Ponchio.

O presidente da Comissão Nacional de Pecuária de Corte da CNA, Rodrigo Alvim, disse que para as empresas que não são exportadoras, fica difícil acompanhar o aumento do preço pago pelo litro do leite. A analista da Scot Consultoria, Cristiane Turco, também atesta a reclamação dos laticínios, em todo o país, de não conseguirem repassar os preços.

"A saída seria a exportação, mas com o câmbio atual está difícil. Então, se o mercado interno não absorver, as indústrias vão ter de diminuir o valor pago ao produtor", avaliou o presidente do Conselho Nacional da Indústria de Laticínios (Conil), Carlos Humberto Carvalho.

Para Ponchio, a tendência é de que assim como aconteceu no setor primário em 2001, quando muitos produtores saíram do mercado, haverá concentração de laticínios. "É um ajuste de mercado", apontou Alvim.

O presidente da Leite Brasil, Jorge Rubez, não vê problemas nessa "futura concentração". "A concentração diminui o custo de produção dos laticínios, que pagam melhor ao produtor e vendem mais barato ao consumidor", acredita.

Na avaliação de Carvalho, são crises pontuais. "Uma das indústrias está em um ramo muito disputado, longa vida, enquanto a outra atua com produtos exportáveis e o câmbio não favorece o comércio exterior", considerou.

No início do ano, a Nilza enfrentou dificuldades para pagar seus fornecedores. O mesmo ocorre hoje com a Mococa. Para a diretoria da Nilza, a crise foi provocada pela reestruturação societária. A Mococa não se pronunciou sobre o assunto.

Fonte: Gazeta Mercantil (por Neila Baldi), adaptado por Equipe MilkPoint
Ícone para ver comentários 2
Ícone para curtir artigo 0

Publicado por:

Foto MilkPoint

MilkPoint

O MilkPoint é maior portal sobre mercado lácteo do Brasil. Especialista em informações do agronegócio, cadeia leiteira, indústria de laticínios e outros.

Deixe sua opinião!

Foto do usuário

Todos os comentários são moderados pela equipe MilkPoint, e as opiniões aqui expressas são de responsabilidade exclusiva dos leitores. Contamos com sua colaboração.

Rodrigo Figueiredo Bertelli
RODRIGO FIGUEIREDO BERTELLI

ROLIM DE MOURA - RONDÔNIA - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 22/06/2005

Acho que o Sr. Antonio Luis Lima Dias poderia visitar algumas indústrias para ter certeza se a crise é séria ou não.



A grande preocupação é, sim, por estarmos em plena entressafra e a grande maioria das indústrias terem estoques de produtos, principalmente queijo, em uma época que o leite deveria estar sendo disputado, literalmente, a tapas.



Hoje, grandes indústrias que compravam leite "spot" estão cancelando as compras. Portanto, todo este leite, que seria transformado em longa vida, leite em pó, leite condensado, está sendo desviado para outro tipo de produto, na maioria das vezes, queijo. E os preços no atacado estão, em muitos lugares, até 25% mais baixos que no ano passado, enquanto que o preço do leite chega a estar até 20% mais alto.



Portanto é bom todos, indústria, produtores, e todos os outros envolvidos na cadeia do leite, verem que a crise é muito mais séria do que muitos pensam.
Antonio Luis B.de Lima Dias
ANTONIO LUIS B.DE LIMA DIAS

MOCOCA - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 20/06/2005

A cada dia, o lobby e pressão das indústrias sobre os produtores de leite, através da imprensa, aumentam cada vez mais.



Hoje, em plena entressafra, com falta de leite, com condições péssimas de pastagens em função das condições climáticas, além de custos operacionais bem maiores, as indústrias forçam para uma queda de preço.



Alegam que estão com dificuldades de vendas. O mercado não está comprando, e os supermercados estão forçando para baixo os preços.



Sempre a mesma ladainha. A conversa não muda.



Os produtores que tem que se adequar.



Acompanho de camarote os "problemas" destas duas empresas e tenho absoluta convicção e certeza que seus problemas são meramente decorrentes da falta de um bom planejamento e controle, do que condições atuais de mercado.
Qual a sua dúvida hoje?