Consumo incentiva laticínios a aumentarem produção em MG

O aumento do emprego e a melhora da renda dos brasileiros estão provocando um aumento do consumo de laticínios. Este ano, cada habitante deve consumir 3,6 litros de leite a mais que no passado, atingindo a marca de 134,5 litros ao ano, segundo estimativa da Comissão Nacional da Pecuária de Leite da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Esse aumento está estimulando as empresas a ampliarem a produção, que deve superar em um bilhão de litros a do ano passado, e o mix de produtos derivados do leite.

"O mercado está muito bem. O setor está aquecido, pois está havendo muita procura internamente e no exterior", afirma o presidente da CNPL Rodrigo Alvim.

Até o fim deste mês, deve chegar ao mercado o leite condensado e as bebidas lácteas da marca Camponesa, produzidos pela Embaré. Os investimentos de R$ 50 milhões na construção da nova fábrica, com capacidade para produzir 110 toneladas de leite condensado e 35 mil litros de bebida láctea por dia, e na ampliação do parque fabril de Lagoa da Prata vão proporcionar também o aumento da produção de creme de leite e manteiga. "Com um portfólio maior de produtos, conseguiremos penetrar em todos os segmentos e promover o crescimento da empresa", observa o diretor administrativo-financeiro da Embaré, Hamilton Antunes, que estima um crescimento de 25% no faturamento da empresa, que foi de R$ 286 milhões em 2004.

A Cotochés vai investir R$ 11,3 milhões na ampliação da fábrica com o objetivo de colocar no mercado mineiro lançamentos em oito segmentos. A empresa também quer penetrar nos estados da Bahia, Espírito Santo e Rio de Janeiro. "A nossa empresa funcionava, basicamente, seguindo uma lógica de consumo imediato. Agora, a logística vai ser de estocagem para atender também à demanda externa", explica o gerente de marketing da Cotochés, Rubens Leite. A previsão é de que o faturamento de R$ 165 milhões em 2004 cresça de 20% a 25% este ano.

O aumento da captação de 2,3 milhões de litros para três milhões de litros de leite por dia fez com que a Itambé aumentasse a produção de leite longa vida. Por dia, estão sendo produzidos 200 mil litros, enquanto que a produção no ano passado atingia, no máximo, 30 mil litros por dia. A Itambé está investindo R$ 200 milhões na construção de uma fábrica de leite em pó em Uberlândia e uma de leite condensado e creme de leite em Goiânia. "Também queremos ampliar e diversificar a linha de iogurtes", comenta o vice-presidente da Itambé, Jacques Gontijo. O faturamento de R$ 1,13 bilhão em 2004 deve crescer 20% este ano.

A Parmalat, que passou por um período de forte crise financeira, está com todas as fábricas funcionando normalmente, garante o gerente de fomento agrícola da empresa, Arthur Voorsluys, e tem, inclusive, planos de expansão.

O leite longa vida Glória, que começou a ser fabricado em dezembro do ano passado exclusivamente para o Rio de Janeiro, vai chegar a todas as regiões do país ainda neste semestre. A produção mensal do produto é de três milhões de litros. "O mercado interno se aqueceu a partir do segundo semestre de 2004. Tanto que a curva de preços sazonais no período da safra não existiu e os preços já estão apontando tendência de alta", ressalta Arthur Voorsluys.

Minas Gerais representa 10% do mercado da Parmalat, que faturou cerca de R$ 80 milhões no último trimestre do ano passado.

Fonte: Estado de Minas/Superávit (por Karla Mendes), adaptado por Equipe MilkPoint