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O Conselho Paritário Produtores/Indústria de Leite do Estado do Paraná (Conseleite - Paraná) divulgou, na última terça-feira o preço de referência para o leite referente ao mês de outubro e a respectiva projeção para novembro. O preço, para o leite padrão, foi de R$0,4735 por litro e a projeção R$0,4760.
Estes preços têm como função, segundo o Conseleite, servir de base para as negociações comerciais entre os produtores rurais de leite e a indústria de laticínios e derivados do Paraná. Além de servir como parâmetro de referência para a livre negociação da matéria-prima (leite) entre produtores rurais e indústria, o preço de referência pode, ser mencionado em contratos formais de venda de leite à indústria.
João Fernando dos Santos, gerente de produção da Vigor, afirma que os preços de referência são utilizados realmente pelo setor de lácteos como referência para realização de negócios. "O mercado utiliza os preços do Conseleite como referência, mas na prática, preços fechados nas negociações são de R$0,03 a R$0,04 maiores do que o de referência", diz Santos.
A efetiva utilização do preço de referência pelo setor pode ser confirmada com a realização de contratos formais de fornecimento de leite entre indústria e produtores atrelados aos preços do Conseleite. O professor José Roberto Canziani, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), instituição responsável pelo cálculo mensal dos preços de referência, afirma que já existem empresas realizando este tipo de contratação. "Nas reuniões do Conseleite e em contatos informais com produtores e indústria tem sido comentado que há indústrias no Paraná já realizando contratos de fornecimento de leite com cláusula de preços atrelados aos valores divulgados pelo conselho" diz Canziani.
Este fato é confirmado por Fortunato Bergamo, presidente da Leite Líder, que afirma que a empresa já realizou negócios que tinham em seus contratos preços atrelados aos preços de referência. "O Conseleite já vem realizando este trabalho há quase dois anos, e já conquistou credibilidade. Os preços de referência estão sendo efetivamente utilizados como referência pelo setor leiteiro", diz Bergamo.
Porém existem empresas que não utilizam os preços do conselho como referência, como, por exemplo, a Cooperativa Agropecuária Castrolanda. Arnaldo Bandeira, gerente de pecuária da empresa, afirma que a cooperativa não tem utilizado os preços como referência em seus negócios.
Relação entre preços do Conseleite, CEPEA e Scot
A realização de comparações entre os preços de referência do Conseleite, os preços divulgados pelo CEPEA/ESALQ/USP (tipo C) e pela Scot Consultoria (tipo C) mostrou que, em média, os preços do conselho ficaram abaixo dos demais analisados, embora com alta correlação. O período analisado foi dezembro de 2002, quando foi iniciado o trabalho de elaboração de preços pelo Conseleite, até setembro de 2004.
Quando comparado os preços do Conseleite com os do CEPEA, verificou-se uma variação média negativa de 3% entre os preços, ao longo do período analisado. Isto significa que os preços de referência foram, em média, 3% menores do que os efetivamente apurados pelo Cepea.
Na comparação entre os preços de referência do Conseleite e da Scot Consultoria, observou -se uma variação média negativa de 7,92%, isto é, os preços do Conseleite ficaram, em média, 7,92% abaixo dos preços divulgados pela consultoria.
Quando analisadas as correlações, verificou-se que há boa relação entre os preços. Na análise realizada entre os preços de referência e os divulgados pelo CEPEA, observou-se uma correlação com valor aproximado de 0,90. Deve-se lembrar que quanto mais próximo de 1 o valor da correlação, mais correlacionados são os preços. No estudo entre Conseleite e Scot, a correlação foi de 0,85.
Esses dados não permitem concluir a respeito da qualidade dos levantamentos, apenas mostram como cada série se relaciona aos valores de referência do Conseleite.
Fonte:MilkPoint
