Como mudar a realidade dos produtores de leite?

Hoje (05/11), realizamos nosso quinto encontro do MilkPoint Feras da Consultoria. Nesta manhã, no painel “mata a cobra e mostra o pau,” nossos palestrantes trouxeram dados, ações e experiências práticas que mudaram a realidade nas propriedades em que atuam e/ou atuaram.

Gabriel Caixeta, Consultor pelo Grupo Apoiar, Médico Veterinário pela Universidade de São Paulo, com formação em gestão de fazendas leiteiras pelo sistema Agro, iniciou manhã de palestras. Em apresentação, Caixeta destacou que uma boa consultoria alia a gestão de indicadores e pessoas, ressaltando a importância da coleta dados das propriedades leiteiras. Dessa maneira, para Gabriel, um dos principais desafios é “a coleta de informações de forma organizada e precisa.”

Em seguida, Caixeta pontuou a importância de processar os dados coletados os transformando em informações. “Nós [do Grupo Apoiar] fazemos uma ligação das informações com o conhecimento técnico para o desenvolvimento de planos de ação.” Por fim, “trabalhamos a gestão de pessoas para que os planos de ação sejam executados.” Dessa forma, segundo Caixeta, é possível transformar informações em ações para geração de resultados.

Nossa segunda palestrante foi Patrícia Braga, Zootecnista e Diretora +LEITE soluções zootécnicas. Em sua apresentação, Patrícia expôs alguns dados da consultoria técnica da +LEITE soluções zootécnicas, mostrando que a ocorrência de mastite impacta nos custos da fazenda e na produção de leite.

Continua depois da publicidade

Além disso, de acordo com Braga, “é um grande erro fazer a linha de ordenha baseada em CCS e CMT. Quando a gente faz uma linha de ordenha baseada na cultura [análise de cultura] nós sabemos o que estamos fazendo e temos um resultado muito rápido. Mesmo que impacte um pouco na produção de leite, dê um trabalho a mais para manter a linha de ordenha, nós conseguimos um resultado melhor e rápido.”

Outro ponto levantado por Patrícia foi a melhor distribuição da ração, ressaltando que a maioria dos produtores não coloca isso como prioridade. “Dá mais ração para quem produz mais, e menos ração para quem produz menos. Isso de maneira geral. Claro que os detalhes precisam ser avaliados com o técnico, porque temos que olhar a reprodução e diversas outras áreas,” disse Patrícia. 

Dando continuidade ao quinto encontro do MilkPoint Experts Feras da Consultoria, contamos com a palestra do Leandro Ebert, Engenheiro Agrônomo na Emater/RS. O palestrante abordou a realidade dos produtores de leite do Rio Grande do Sul, dizendo que “os dados têm mostrado uma coisa que nos preocupa muito: o número de produtores de leite vem caindo ano após ano, mais de 50% em seis anos, e a produção se mantém.”

Neste contexto, Leandro apontou que “os produtores que estão permanecendo têm mais produtividade e profissionalização. Então, por isso que a produção de leite se mantém. Mas, cada vez com menos produtores mais produtivos.”

Além disso, ao analisar dados, de acordo com Ebert, o número de produtores em sistema a base de pasto está diminuindo. “Não é que está acontecendo uma migração dos produtores do sistema a base de pasto para os sistemas mais intensivos, confinado ou semiconfinado. O que está acontecendo é uma exclusão dos produtores da produção de leite do Rio Grande do Sul. Uma pequena parte está indo para os sistemas confinado e semiconfinado, e consegue se manter dessa forma.”

Cassimiro Castro, Médico Veterinário e Coordenador da Equipe de consultoria da Assessoria em Projetos de Pecuária de Leite e Corte (Applic), encerrou as palestras desta manhã. No início de sua apresentação, Cassimiro destacou que “é importante para os consultores olharem o cenário da sua região.”

“Não dá para ser produtor de leite brincando com a zootecnia, com a parte básica da produção.” Neste contexto, para Castro, atualmente, “a gestão de alimentos, ambiência/conforto animal e a qualidade do leite são quesitos obrigatórios.” Deste modo, “o desempenho operacional passou a exigir uma alta performance,” concluiu.

Continua depois da publicidade

Além disso, Cassimiro destacou também a importância da diversificação das equipes. “É uma necessidade equipes multidisciplinares. É impossível um indivíduo deter todos os conhecimentos na profundidade que necessita e a amplitude de conhecimentos, e ainda ter força de trabalho.”

Diante do exposto pelos palestrantes, é possível notar que para mudar a realidade das propriedades leiteiras é necessário um entendimento de cada fazenda, planejamento e envolvimento de todas as partes: consultores, técnicos, produtores e colaboradores.

Se interessou? Ainda dá tempo de participar do Feras da Consultoria! Clique aqui e se inscreva agora, todas as palestras ficarão disponíveis na plataforma do evento por 90 dias, você não perde nada!

Fonte da foto: Freepik