Comércio internacional deve crescer lentamente, sob domínio da Oceania
Publicado por: MilkPoint
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"Em 1998, União Européia, Oceania e os Estados Unidos tinham 90% do comércio mundial, um aumento de 5 unidades porcentuais em comparação a 1984", mostrou Ruben Núñez, da Conaprole, durante o Congresso Internacional do Leite, uma realização da Embrapa Gado de Leite e parceiros.
Esse aumento ocorreu em função do crescimento da Oceania no mercado internacional, contrabalançando a queda da União Européia. Em 1998, a Oceania atingiu 43% do mercado mundial, contra apenas 22% em 1984. Cerca de 55% da manteiga transacionada mundialmente é produzida na Oceania, além de 40% do leite em pó desnatado e 38% do queijo e do leite em pó integral.
A estimativa para 2010 é que a Oceania seja responsável por 50% do mercado mundial de lácteos, contra 37% da União Européia, 8% dos Estados Unidos e 5% de outros países, especialmente Argentina, Uruguai, Chile, Brasil e talvez Índia. Assim, os três principais exportadores atuais, Oceania, União Européia e Estados Unidos devem, na estimativa apresentada, elevar sua participação para 95% do mercado mundial de lácteos.
Essas previsões, feitas pelo banco holandês Rabobank, sugerem que, a despeito do crescimento das exportações de países do Mercosul e Chile, o papel desses países no mercado internacional tende a continuar secundário, pelo menos até 2010.
Há dúvidas a respeito da posição do Brasil como exportador ou importador em um futuro próximo. Embora os números mostrem que a produção tem crescido a taxas superiores ao consumo, reduzindo o déficit e criando inclusive um provável superávit em 2004, analistas internacionais entendem que a grande população e o consumo per capita estagnado já há vários anos podem, caso haja aumento de demanda, apresentar períodos com importações maiores do que as importações.
"Não há dúvida a respeito do potencial do Brasil como exportador, mas é preciso não contaminar a análise de médio ou longo prazo com o momento atual, marcado por vários anos de consumo anêmico", comenta Marcelo P. Carvalho, coordenador do MilkPoint. Segundo ele, podemos oscilar em torno de uma posição de equilíbrio na balança de lácteos durante algum tempo, até que o aumento consistente de produção supere o aumento de consumo. "A tendência em um horizonte de 5 a 10 anos é do país se tornar exportador líquido definitivo, tanto que empresas nacionais e internacionais estão se posicionando em relação a isso", comentou.
Comércio internacional e Codex
A abertura de mercados foi um dos aspectos analisados por Núñez em sua apresentação. Ele não acredita que antes de 2007 ou 2008 o mundo tenha resultados definitivos da Rodada de Doha. Segundo ele, a maioria dos países em desenvolvimento tem na agricultura o motor principal de sua riqueza e um movimento de liberalização do comércio internacional teria um efeito muito positivo no intercâmbio mundial de produtos.
Núñez enfatizou também a importância destes países participarem do Codex Alimentar, que define as denominações de origem, as ajudas alimentares, os aspectos sanitários e os cuidados com o meio ambiente, que farão parte, cada vez mais, da agenda do comércio internacional de lácteos.
Fonte: MilkPoint
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