Com provisão de créditos, Parmalat tem prejuízo maior
Publicado por: MilkPoint
Publicado em: - 3 minutos de leitura
Os dados apresentados, ontem, pelo grupo ao mercado mostram que o prejuízo subiu de R$ 78,6 milhões para R$ 315,1 milhões, alta de 300,89%. Na avaliação de analistas do mercado de capitais, o aumento de certas despesas pode ter pressionado os resultados, pois a companhia atravessou um período de forte reestruturação interna, além das perdas financeiras.
Segundo a empresa, as provisões para perdas sobre créditos com empresas ligadas ao grupo atingiram o montante de R$ 242,7 milhões no trimestre. Segundo o jornal Valor Econômico, a empresa informa que eram "reduzidas possibilidades de realização destes créditos". A principal devedora da Parmalat Alimentos é a Parmalat Participações, holding da empresa operacional. Desde agosto de 2004, ambas estão em concordata. Segundo o jornal Valor, o patrimônio líquido da companhia passou a ficar negativo em R$ 90,5 milhões.
Os dados de faturamento do primeiro trimestre de 2005 são animadores, o faturamento bruto e líquido subiu, sendo que o bruto passou de R$ 156,7 milhões de janeiro a março de 2004 para R$ 244,5 milhões neste ano, o que equivale a 56%.
Em notas explicativas, a empresa informa que "continua buscando agressivamente a rentabilidade ao invés da ampliação na participação de mercado, propiciando melhoria do fluxo de caixa e crescimento com capital de giro próprio".
Segundo dados do jornal Valor, desde março de 2004, a Parmalat está sob o comando da consultoria Íntegra, contratada pela matriz do grupo na Itália para reestruturar a empresa no Brasil. No próximo dia 2 de julho, fará um ano que a Parmalat entrou em concordata. Nesta data, a empresa deve quitar 40% dos cerca de R$ 700 milhões que declarou à Justiça dever a fornecedores e bancos.
De acordo com o jornal Valor, antes disso, a empresa corre contra o relógio para fechar um acordo com 17 instituições financeiras, às quais deve mais de R$ 500 milhões. Em troca de seus créditos, elas receberiam debêntures não-conversíveis em ações. Se os credores e a Justiça aceitarem esse acordo, a Parmalat ganha mais tempo para arrumar suas finanças.
Rio Grande do Sul
No auge da crise detonada pelo escândalo financeiro na matriz italiana do grupo, entre janeiro e junho de 2004, o sufoco dos produtores de leite na região de Carazinho, onde está instalada a única unidade gaúcha da Parmalat, fez com que apenas 660 dos 4,8 mil fornecedores permanecessem com a empresa. Motivos não faltavam: pagamentos atrasados, diminuição dos pedidos e incerteza em relação ao futuro.
Com a retomada da produção, cerca de 80% deles já voltaram a trabalhar com a indústria, segundo a Associação dos Produtores de Leite de Carazinho (Aprolec). Os demais negociam o retorno.
Os produtores aprenderam que não dá para ser tão fiel assim às empresas, porque, quando elas estiverem mal, não terão condições de nos atender como precisaríamos, diz Leonel Hammel, presidente da Aprolec, ressaltando que a desconfiança não se limita à Parmalat.
A unidade de Carazinho, que emprega 377 funcionários, industrializou em maio 750 mil de litros de leite. Em junho, a expectativa é de que chegue a 1 milhão de litros, próximo ao 1,2 milhão que a unidade fabricava antes da crise, segundo o gerente industrial da Parmalat em Carazinho, Túlio Marcos Reis.
Com aumento de produção estimado entre 20% e 30% até dezembro, a expectativa é de que o número de empregos suba para 400, o mesmo de antes da crise.
Em visita à unidade na última segunda-feira, o diretor superintendente de Operações da Parmalat no Brasil, Othniel Rodrigues Lopes, apontou que a estratégia de recuperação é calcada em três pilares: aumento do estoque, retomada dos antigos clientes e aumento da rede de distribuição.
Fonte: Folha de São Paulo (por Adriana Mattos), Valor Econômico (por Carolina Mandl) e Zero Hora/RS, adaptado por Equipe MilkPoint
Para continuar lendo o conteúdo entre com sua conta ou cadastre-se no MilkPoint.
Tenha acesso a conteúdos exclusivos gratuitamente!
Publicado por:
MilkPoint
O MilkPoint é maior portal sobre mercado lácteo do Brasil. Especialista em informações do agronegócio, cadeia leiteira, indústria de laticínios e outros.