Cientistas australianos alteraram a constituição do leite com ondas sonoras de alta freqüência em uma iniciativa que pretende reduzir os custos de processamento e criar novos produtos.
A descoberta feita por uma equipe de Melbourne poderá significar grandes economias para a indústria e abrir novos mercados de exportação. Os pesquisadores descobriram que as ondas sonoras de alta freqüência podem mudar o tamanho e a forma das moléculas do leite e estão pesquisando se a tecnologia pode também mudar as proteínas do leite.
"A tecnologia pode, de fato, ser usada para melhorar a eficiência de processamento, fornecendo um processamento de lácteos mais barato, mais rápido e mais seguro", disse o membro do Dairy Australia, Phillip Marzella. "Esta pode reduzir os custos de 20% a 70%. Claramente isso terá grandes impactos nas operações de processamento".
O leite foi filtrado através de uma membrana no processamento e a mudanca na estrutura do leite pode reduzir substancialmente a quantidade de sujeira na membrana que ocorre durante o processo, disse Marzella.
A pesquisa conta com o apoio do Dairy Australia, organização de pesquisa e desenvolvimento da indústria de lácteos da Austrália, bem como de companhias do setor através do Dairy Ingredients Grupo of Australia. O estudo está sendo conduzido pelo Food Science Australia, em Werribee, Melbourne, e pelo Centro de Processamento de Fluidos Particulados da Universidade de Melbourne.
O líder da equipe de pesquisa, Muthupandian Ashokkumar, disse que o uso do ultra-som em líquidos gera interações químicas e físicas, começando com micro-bolhas que crescem, estouram e deixam áreas localizadas de calor. O ultra-som também gera reações entre os átomos e moléculas de líquidos.
"O processo tem um grande potencial para manipulação das estruturas das moléculas e das interações químicas que ocorrem em líquidos", disse Ashokkumar. "Ao preparar esta tecnologia para modular a estabilidade do calor das proteínas lácteas nós esperamos reduzir significantemente os custos dos processadores de lácteos. As descobertas também podem ser usadas em uma série de líquidos e pode ser usada para indústrias médicas e cosméticas".
Marzella disse que a tecnologia abriu possibilidades para o desenvolvimento de novos produtos lácteos com benefícios para a saúde. "Esta pode ser aplicada para dietas especializadas de crianças, dietas para idosos, pessoas com doenças como diabetes e obesidade, doenças cardíacas, câncer. A indústria já está produzindo produtos como a lactoferrina, que é uma proteína que pode impulsionar o sistema imune. Este é atualmente um produto que está no mercado, mas (com a tecnologia do ultra-som) podemos ter uma forma melhor ou uma forma mais especializada da lactoferrina".
Novos produtos podem ser desenvolvidos usando a tecnologia dentro de dois ou três anos, disse Marzella.
Fonte: TheAustralian.news.com.au, adaptado por Equipe MilkPoint
Cientistas australianos alteram leite com ultra-som
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