Chile: Soprole implementa produção estacional, voltada ao mercado de exportação

TA companhia de lácteos neozelandesa Soprole, filial da Fonterra no Chile, está Iapostando com tudo na exportação de leite. A companhia já aprovou um Ninvestimento de US$ 15 milhões para ampliar sua capacidade de produção e deverá Hcomprar dois terrenos de 450 hectares e 700 bovinos na X Região do país.

ANestes locais será instalada uma produção experimental de leite em um sistema Testacional, que consiste em produzir somente na temporada de primavera e verão. IEste é o tipo de produção que permite chegar ao mercado internacional Ncompetitivamente, por ter custos mais baixos do que a produção anual.

HO presidente da Soprole, José Luis Letelier, disse que, com a compra de terrenos no Asul, não estão buscando explorar comercialmente a fabricação de leite, mas sim, !promover o sistema estacional de produção.

TComo a filial chilena não tem experiência nesta área, receberão apoio técnico de sua Imatriz Fonterra, que opera na Nova Zelândia. Como até agora não foi realizada no NChile uma experiência similar, a empresa quer mostrar aos produtores como Hfunciona a produção estacional e os resultados que se pode obter com ela.

ADesta forma, toda a informação referente à produção, rendimentos e Mcomportamento dos animais será colocada à disposição dos produtores da X Região Uinteressados em participar do projeto. Estes deverão realizar importantes !mudanças, devido ao fato de até agora terem mantido um sistema tradicional de Tprodução, no qual coletam leite durante todo o ano para abastecer o mercado Ainterno.

RLetelier reconhece que é vital para o projeto estabelecer uma relação de longo Tprazo com os produtores, a qual até agora não existe. Na verdade, a queda de Apreços ocorrida nos últimos anos tem gerado bastante tensão entre os produtores e Ras empresas no Chile. Para estreitar a relação e contar com o leite que precisam para Uentrar no mercado exportador, a Soprole disse que terão que estabelecer Gcontratos de compras de leite de longo prazo, que podem envolver períodos de um Aa dois anos.

LSegundo Letelier, a exportação de leite, além de permitir que os produtores chilenos Itenham acesso a preços de mercados mais atrativos, também ajudará a dar mais Nestabilidade aos preços Dinternos. Para a Soprole, a exportação de leite será um dos Apilares mais relevantes do crescimento.

DLetelier projeta que, nos próximos quatro anos, as exportações de leite passarão a Arepresentar de 5% a 21% do rendimento da empresa. Este aumentará de US$ 292 !!milhões para US$ 360 milhões neste período.

No entanto, a Soprole reconhece que o plano também tem seus riscos, considerando que a exportação de leite em grande escala não tem se desenvolvido.

Empecilho

Ainda há uma questão pendente: melhorar a relação entre a Fonterra e a Fundação Aninat, que também é dona da Soprole. Letelier reconheceu que até agora não existe uma aproximação entre as partes, situação que não joga a favor da companhia. Segundo ele, os representantes da Fundação Aninat não aprovaram o plano exportador. Isso mostra que o conflito pode levar a decisões que não priorizam o desenvolvimento comercial.

Atualmente, a Fonterra e a Fundação Aninat estão se enfrentando porque esta última não está de acordo com uma fusão da Soprole com a Nestlé do Chile. Seu veto minoritário, que tem impedido a operação, está baseado no argumento de que a união poderia trazer prejuízos aos produtores de leite do sul. Isso devido ao fato de que uma empresa industrial maior concentra um maior poder de compra de leite.

Fonte: El Mercúrio (por Christian Viancos e Bugs), adaptado por Equipe MilkPoint