Chile: Grupo Bethia quer expansão no exterior e se une à empresa do setor de lácteos dos EUA

O grupo de investimentos chileno Bethia, que comprou a filial da Parmalat do país, está buscando agora uma aliança com a Eagle Family Food, líder em segmentos da indústria de lácteos dos Estados Unidos. As negociações passaram a uma fase concreta com a chegada na última quarta-feira do diretor executivo da companhia, Craig Steinke, do vice-presidente de produtos, Ron Hord, e do executivo da Agências Feduro, importante comerciante de produtos de consumo de massa no Panamá, Larry Maduro.

Por trás desta companhia com sede em Gahanna, Ohio, estão dois grandes investidores norte-americanos: GE Asset Management, braço do conglomerado General Electric, e Warburg Pincus LLC.

"O primeiro passo foi o estabelecimento de uma relação comercial de médio prazo que tem como ponto de partida a exportação de leite condensado da Parmalat aos mercados dos EUA, Canadá e América Central, através dos canais comerciais e utilizando as marcas do Eagle Family Foods", explicou o vice-presidente executivo do Grupo Bethia, Carlos Heller. Entre as marcas da norte-americana destacam-se as linhas Eagle, Meadow Gold e Magnolia. Em curto prazo, disse Heller, está sendo analisada a possibilidade de exportação de outros produtos da Parmalat.

Porém, as negociações têm um amplo alcance para ambas as partes, já que suas intenções são de realizar investimentos conjuntos em médio prazo. No caso do Bethia e da Parmalat Chile, isso representaria um salto em seus planos de abertura ao exterior. Já o Eagle Family Foods está vendo a empresa chilena como um sócio estratégico para a região.

Além das análises no segmento de leite condensado - no qual a Eagle Family Foods tem 52% do mercado nos EUA e Canadá -, outra idéia é explorar a produção de leite evaporado, o que implicaria desenvolver uma nova planta.

O Grupo Bethia tem ainda outro objetivo central no exterior: as operações da Parmalat no Uruguai, cujo desfecho deverá ocorrer antes do fim do mês. "Lá, o preço do leite é baixo e vemos como um trampolim para exportar".

Com a idéia de que as exportações deveriam elevar sua participação na produção global do terço atual para 50% de vendas, a Parmalat Chile está mantendo seu foco no crescimento nos mercados nos quais está presente, entre eles, Cuba, para onde enviam 200 toneladas de leite em pó "que poderiam perfeitamente chegar a 600 toneladas". Outro país é a Costa Rica, onde há interesse no nicho de leite condensado; México, mercado onde já tem pedidos do Wal Mart; e, sobretudo, Estados Unidos.

A empresa teve crescimento de 7% nas vendas em julho e está com expectativas de recuperar 85% das vendas que a Parmalat Chile tinha em 2003 antes do final do ano, após cair a cerca de 30% no início deste ano. Com isso, no Chile, em termos de recepção de leite e venda, a empresa estava entre quarto e quinto lugar. A idéia é subir ao terceiro lugar, com o objetivo ainda de superar a Colún e a Loncoleche.

Fonte: El Diario Financiero, adaptada por Equipe MilkPoint