O Tratado de Livre Comércio (TLC) entre Chile, Cingapura e Nova Zelândia, mais conhecido como P-3, está em vias de se converter em realidade. Isso porque aquilo que até agora tinha sido empecilho ao acordo ficou resolvido na última rodada de negociações realizada em Cingapura: o acordo do setor de lácteos.
"Apesar de nossas propostas não terem sido aceitas plenamente, nosso setor ficará excluído das preferências tarifárias por seis anos e somente será feita a redução de tarifas de um ponto anual a partir dos seis anos seguintes", garantiu o presidente da Federação Nacional dos Produtores de Leite do Chile (Fedeleche), Ricardo Michaelis.
Adicionalmente, durante os doze anos que demorará para implementar a abertura total do mercado chileno, o setor terá uma salvaguarda especial, somente aplicável aos lácteos, que será ativada automaticamente em função de um volume previamente estabelecido e que corresponde à média das exportações neozelandesas ao Chile entre os anos de 2002 e 2004.
As negociações para o TLC entre os três países tiveram início em julho de 2003, mas esbarraram em empecilhos devido às grandes diferenças referentes ao prazo e ao modo sobre como ocorreria a redução de tarifas no setor de lácteos, um setor no qual a Nova Zelândia é líder.
"Considerando o contexto marcadamente político desta negociação, creio que o resultado que obtivemos para o setor de lácteos foi muito satisfatório", disse Michaelis.
Para ele, esta negociação representa um marco na gestão agrícola chilena, considerando a experiência ruim do Mercosul onde não somente o leite, mas todos os produtos agrícolas, não conseguiram a mínima proteção, com as graves conseqüências ocorridas nos últimos tempos.
No entanto, apesar do acordo, os produtores chilenos continuam descontentes com o tratado com a Nova Zelândia, por considerarem que se trata de uma "competição desleal, que representa um setor de lácteos monopólico amparado e favorecido pelo Estado neozelandês", segundo a Fedeleche.
A Nova Zelândia é um dos maiores exportadores de leite e derivados do mundo e seu principal produtor, Fonterra, está presente no Chile através de sua filial Soprole, a maior companhia de lácteos do país.
Durante a administração de Ricardo Lagos, foram assinados acordos comerciais com a União Européia (UE), Coréia do Sul e Estados Unidos. O Chile também negocia um TLC com a China, um acordo limitado a alguns envios com a Índia e está fazendo um estudo de aplicabilidade de um TLC com o Japão.
Fonte: El Mercúrio (por Juan Meriches R.) e El Diario Llanquihue, adaptado por Equipe MilkPoint
Chile caminha para livre comércio com NZ e Cingapura
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