CEPEA: Varejo não acompanha queda do leite ao produtor

Publicado por: MilkPoint

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Os preços do leite ao produtor, referentes às entregas de agosto, continuaram em queda em setembro, pressionados pela maior oferta. Segundo levantamento do Cepea, em agosto, a oferta nacional foi 2,5% maior em relação a julho, com aumentos de captação de 8% no Rio Grande do Sul, de 4,6% no Paraná, 2,6% em São Paulo, 5,4% em Minas Gerais e de 1,6% em Goiás.

A média nacional para o tipo C foi de R$ 0,4837/litro em setembro, valor 5% menor que o de agosto e 17,4% inferior ao do mesmo período do ano passado, em termos reais (descontada a inflação medida pelo IPCA). A tendência baixista começou em junho, mês que marcou o aumento da disponibilidade do produto um pouco antes do que normalmente se observa. De junho a setembro, as cotações do leite ao produtor acumularam recuo de 18,4% na média dos sete estados pesquisados pelo Cepea.

Embora as quedas de preços ao produtor sejam expressivas, quase não chegaram a ser repassadas ao varejo. Segundo a última divulgação do Índice de Preços ao Consumidor - IPC, da FGV, o preço dos laticínios ao consumidor caiu apenas 3,7% de junho a agosto. No mesmo intervalo, destaca-se, o leite ao produtor desvalorizou 14,2%.

Em termos regionais, em setembro, apenas em Goiás o leite ao produtor sustentou-se nos mesmos patamares do mês anterior. Laticínios locais conseguiram conter as quedas depois das baixas significativas em agosto. No sul do estado, por exemplo, a diminuição foi de apenas 0,9% entre os dois últimos meses.

Nos demais estados, principalmente nas grandes bacias leiteiras, o Cepea registrou quedas mais intensas. Na região Centro-Sul da Bahia, houve retração de 11,6%; na área Metropolitana de Minas Gerais, de 10,7% e, no Centro Oriental Paranaense, de 9,9%. Esse comportamento do mercado mostra a dificuldade do setor produtivo em conter essa "bola de neve" - o movimento de baixa mostra-se firme.

Em valores reais, as cotações de setembro de 2005 estão próximas ao nível observado em abril de 2004 e ao de novembro de 2002, com a diferença de que, nestes dois últimos períodos, os preços mantinham tendência de alta.

Pesquisadores do Cepea observam que há esforço por parte de cooperativas e laticínios de minimizarem as quedas para os pequenos produtores. Isso se comprova no comportamento dos extremos de preços: os mínimos, que representam os valores pagos, na maioria dos casos, a pequenos produtores, registram queda de 5,72% e os máximos, geralmente a grandes, de 7,93%.

Figura 1

Fonte: Cepea/Boletim do Leite
Notas: Preço bruto é o pago pelos laticínios/cooperativas, e preço líquido, o efetivamente recebido pelo produtor. Os valores acima são médias ponderadas.

Fonte: CEPEA, adaptado por Equipe MilkPoint
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Rivaldo de Faria
RIVALDO DE FARIA

TANABI - SÃO PAULO - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 08/10/2005

Os produtores não merecem a queda no preço do leite, mas acho que todos virão e ouvirão os estouros de muitas empresas pelo Brasil, cooperativas e laticínios que vem sofrendo uma forte pressão de cima para baixo do mercado comprador, desde o ano passado.
Adriano Apolinário Leão de Oliveira
ADRIANO APOLINÁRIO LEÃO DE OLIVEIRA

IGUATAMA - MINAS GERAIS

EM 08/10/2005

A prática continua a mesma, os preços caem ao produtor e nunca chegam na mesma proporção ao consumidor, o que mantém o consumo inalterado. Isso acontece com produtos do agronegócio, gasolina, vestuário etc. Se fossem um pouco mais inteligentes e menos gananciosos, a indústria e o comércio perceberiam que repassando a queda para o consumidor, o aumento do consumo seria imediato, o que garantiria maior lucro, já que as margens de lucro seriam mantidas. Esta queda estimularia o consumo, retiraria do mercado mais rapidamente o excesso de produto o que regularia mais rapidamente os preços ao produtor. Lei da oferta e procura.
Luiz Miguel Saavedra de Oliveira
LUIZ MIGUEL SAAVEDRA DE OLIVEIRA

SANTO ÂNGELO - RIO GRANDE DO SUL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 07/10/2005

Qual será a explicação para a extorsão que estamos sofrendo? Nos supermercados há preços de R$ 0,98 em uma marca e R$ 1,19 a R$ 1,49 em diversas outras marcas, os mesmos preços praticados até julho de 2005 (leite de caixa, é óbvio).
Qual a sua dúvida hoje?