A maior parte dos aumentos, no mês de maio em relação ao mês de abril, ocorreu na coluna dos preços mínimos, recebidos por pequenos produtores. Nesta faixa, encontram-se cerca de 70% dos produtores, mas que respondem por somente 30% da produção, em termos aproximados. Os principais reajustes dos preços mínimos pagos a produtores ocorreram no Paraná, em uma das regiões de Goiás, na Grande São Paulo e na região paulista de São José do Rio Preto, segundo o Cepea.
Em várias regiões, os preços máximos também aumentaram, sinalizando que cooperativas/laticínios continuam disputando o leite de grandes produtores, ou seja, para garantir a oferta da matéria-prima, precisam elevar os preços. Essas variações dos valores máximos foram mais visíveis no Paraná e nas regiões metropolitanas de Porto Alegre e Belo Horizonte.
Os reajustes no Paraná em maio, na verdade, foram os maiores, tanto para os preços mínimos (11,45%) quanto para os máximos (6,8%), proporcionando que os valores recebidos por esses produtores se aproximassem dos praticados em boa parte do restante do País.
Na Bahia, ainda sustentados pelo programa Fome Zero, os reajustes tanto dos preços líquidos quanto dos brutos ficaram na casa de 1%. Nesta fase, de pico da entressafra, o preço máximo recebido pelos produtores baianos, a propósito, está próximo dos mínimos dos outros estados.
Pesquisadores do Cepea destacam que, também em maio, os preços líquidos (livres de frete e INSS) na maioria das regiões continuaram aumentando mais que os brutos. Isso indica que um número maior de laticínios/cooperativas está se dispondo a pagar o frete como incentivo para manter a captação de leite, aumentando a receita líquida do produtor.
A grande disputa pela matéria-prima, em maio, foi entre laticínios e "queijeiros" (compradores do mercado informal), o que de certa forma inflaciona os preços do leite junto ao produtor. Em muitos casos, contudo, os "queijeiros" não garantem o pagamento e tampouco a segurança de preço ao produtor para os próximos meses.

Fonte: Cepea/Boletim do Leite
Observação: Preço bruto é o pago pelos laticínios/cooperativas, e preço líquido, o efetivamente recebido pelo produtor, ressalva-se que os valores acima são médias ponderadas.
Fonte: Cepea, adaptado por Equipe MilkPoint