CEPEA e SCOT: Preços estáveis em janeiro

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Publicado por: MilkPoint

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Tanto a Scot Consultoria como o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA/Esalq) detectaram estabilização do preço do leite produzido em janeiro, em relação a dezembro. "Entre dezembro e janeiro, houve uma queda de apenas 0,5%. O preço médio do país em janeiro foi de R$ 0,521 por litro," comenta Cristiane Turco, consultora da SCOT. O CEPEA apurou valores muito próximos: queda de 0,4% e valor médio de R$ 0,528 por litro, embora haja variação de até R$ 0,26 por litro entre o menor e o maior valor, devido a diferenças de volume e qualidade.

Para fevereiro, Cristiane acredita que o preço continuará estável, seguindo a tendência verificada nos últimos meses, quando a queda foi pequena se comparada a 2003. Segundo ela, em 2004 a queda do preço entre julho e dezembro foi de apenas de 3,4 centavos por litro, enquanto em 2003, atingiu 7 centavos. "Isto se reflete na menor incidência do chamado leite extra-cota, que só foi praticado em algumas regiões, assim mesmo com menor desconto (10 a 15%) em comparação a outros anos, nos quais o deságio chegava a até 50%. Para o leite produzido em janeiro, não haverá mais pagamento extra-cota" afirma.

Comparação com 2004

Segundo dados do CEPEA, os preços reais do leite pago ao produtor, na média nacional, em janeiro/05 ficaram 12,4% acima da inflação - medida pelo IGP-DI - quando comparados aos de janeiro de 2004. Em relação a 2003, também em valores reais, o litro de leite pago ao produtor no último mês esteve 5,7% superior à média de janeiro daquele ano.

Apesar desses resultados, o pesquisador do CEPEA, Leandro Augusto Ponchio, diz que é necessário cautela. "A safra não acabou ainda, temos os meses de fevereiro e março. No ano passado, verificamos uma queda mensal entre 0,5 e 1,5% até fevereiro, quando então houve uma queda brusca de 7% no preço do leite. Portanto, é necessário cuidado." pondera ele.

Diferenças regionais

Segundo o CEPEA, na região Sul, devido à seca, as cotações registraram alta de 1,8% no Rio Grande do Sul e de 1,1% no Paraná. Já nas regiões onde as chuvas foram mais intensas, os preços médios tiveram pequenos recuos. Em São Paulo, por exemplo, foi pago ao produtor 1,1% a menos que em dezembro; em Minas Gerais, a queda foi de 1,2% e, em Goiás, de 1,3%.

Já os custos da dieta para vacas de 15 litros/dia calculados pelo CEPEA, em janeiro, não foram favoráveis aos produtores. Dietas à base de silagem de milho e também aquelas à base de cana picada registraram altas de 2,1% e 1,68%, respectivamente, em relação a dezembro/04. No caso da dieta à base de silagem de milho, em relação aos custos computados em janeiro de 2004, houve um aumento de 7,8%. Já a dieta à base de cana picada, devido à queda nos preços do milho e do farelo de soja, ficou 7,12% mais barata.

Efeito dólar

Ambas as equipes acreditam que a queda do dólar não afetará significativamente as exportações de produtos lácteos. Para Ponchio, o dólar barato tem um lado positivo. Para ele, favorece os produtores ao diminuir o preço de ração, principalmente pela queda do preço de farelo de soja e milho. "Além da queda das rações, temos uma folga razoável no custo de produção do leite. Logo, continuaremos exportando", adiciona.

Efeito Nilza

Para ambos, os recentes acontecimentos envolvendo a Central Leite Nilza, que teve problemas de pagamento da matéria-prima e, com isso, teria perdido grande parte de sua captação, tiveram pequeno efeito nos preços. Para a analista da SCOT, o mercado está apto a absorver este leite sem que haja influência no preço. Contudo, só haverá certeza após o levantamento do próximo mês.

O pesquisador do CEPEA concorda. "Estatisticamente não é possível observar nenhum efeito da Nilza nos preços. Talvez haja apenas um pequeno efeito no preço do leite cru da região norte do estado de São Paulo, onde se localiza a fábrica da empresa" afirma. Segundo ele, com a grande concorrência existente, o leite foi comprado rapidamente por concorrentes, sem influenciar o preço.

2005

Em relação às perspectivas para 2005, ambos concordam que são positivas. "O ano iniciou-se muito bem, porém é difícil prever devido à vasta quantidade de fatores que podem influenciar. Se não houver nenhuma mudança forte, o cenário para o mercado do leite é bom", argumenta Cristiane.

Ambos acreditam que o aumento da demanda proveniente das exportações foi um dos fatores que manteve o preço em bons patamares em 2004. Segundo dados do CEPEA, as exportações de lácteos encerraram 2004 com o equivalente a 626 milhões de litros, cerca de 57% a mais que 2003. "Teremos um patamar de preço estável em 2005, caso a economia, somada às exportações de lácteos, continue crescendo", diz Ponchio.

Seguem abaixo os preços do levantamento do CEPEA.
 


Fonte: Equipe MilkPoint

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