Ceará busca aumentar produção leiteira

A produção cearense de leite e seus derivados não atinge 50% do consumo total do Estado. Embora as usinas cearenses estejam aptas para atender à demanda, funcionam apenas com 53% da capacidade porque falta matéria-prima. Para suprir o déficit, o laticínio e seus derivados são importados de outros estados.

A situação angustia empresários e o governo estadual que buscam reverter a situação. Principalmente porque, conforme a Instrução Normativa 51 do Ministério da Agricultura, o Nordeste e o Ceará têm até 2007 para estar com toda sua produção de leite sendo resfriada e granelizada. Caso contrário, o produto não poderá mais ser comercializado.

Na verdade, avalia o supervisor do Núcleo de Pecuária da Secretaria de Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará (Seagri), Raimundo Reis, embora haja produtores tecnificados, há muitos produtores, em torno de 60%, presos às antigas técnicas de produção, sendo normalmente de pequeno porte, com produção de até 50 litros/dia.

Só para se ter uma idéia, pesquisa feita pela Seagri em parceria com a Ematerce e entidades ligadas ao setor para o "Diagnóstico da Bacia Leiteira do Estado", hoje em processo de elaboração, detectou que apenas 1% dos entrevistados utiliza a ordenha mecânica na retirada do leite. Os demais 99% ainda estão usando a técnica manual. Além disso, quase 70% dos produtores tiram o leite apenas uma vez por dia, quando o recomendável são duas ordenhas. E a quantidade de entrevistados não foi pequena. O trabalho foi feito com cerca 4 mil produtores, cerca de 14% dos 28 mil existentes no Ceará, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Fonte: Diário do Nordeste, adaptado por Equipe MilkPoint