Capileite estimula produção leiteira em AL

Na região de Palmeira dos Índios (AL), pela primeira vez na história, o miniprodutor rural tem acesso à inseminação artificial. O programa Capileite, da Cooperativa Agropecuária Regional (Carpil) gera renda, tecnologia e assistência técnica para 179 famílias. Cada produtor rural recebe R$ 12 mil para aquisição de cinco vacas, para plantar e investir na produção de palma e milho, além da aquisição de ração e medicamentos.

Por tudo isso, ele paga o empréstimo com 12 litros de leite diários durante oito anos. A atividade permitiu o "retorno do filho ausente" para 16 jovens de famílias da região, que estavam em São Paulo.

O Programa tem como parceiros o governo do Estado e o Banco do Nordeste (BNB) via Programa Nacional de Agricultura Familiar (Pronaf) e permite uma renda líquida de R$ 300 por mês. Segundo o presidente da Carpil, Luciano Monteiro, o programa foi idealizado para atender 520 famílias, numa primeira etapa, mas só contemplou 179, até 2002, quando sua ampliação foi paralisada.

De acordo com Monteiro, não havia razão para não continuar, uma vez que serviu como reorganizador do processo de produção do leite na região e todos os produtores pagam em dia. "Eles nem sequer ficam esperando o tempo de carência, pagam antecipadamente com 12 litros por dia do leite das vacas paridas. É bom ressaltar que o programa nasceu numa época em que a atividade leiteira estava inviável, mas conseguimos aumentar a produção em cinco milhões de litros de leite num período de quatro anos", diz.

Para dar viabilidade, o Capileite funciona com núcleos de 35 famílias. "Eram necessários 15 núcleos para garantir competitividade, mas agora deveremos retomar, com o apoio do Banco do Nordeste", afirma Monteiro. Segundo ele, o superintendente do BNB, Expedito Neiva, assumiu compromisso de retomar o programa para 525 famílias, até 2006.

A exigência de que sejam formados núcleos deve-se à necessidade de um ponto de equilíbrio mercadológico. Esta organização permite a criação de entrepostos com tanques de resfriamento, armazém para ração, medicamento e um kit de inseminação, além de um técnico agrícola com moto que visita diariamente os produtores. Atualmente existem seis entrepostos para cada núcleo de 35 famílias. A meta também é montar um laticínio para beneficiamento do leite.

Fonte: Tribuna de Alagoas (por Ana Márcia), adaptado por Equipe MilkPoint