Câmbio ainda não afeta exportações de lácteos

Publicado por: MilkPoint

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As preocupações em relação à manutenção e crescimento das exportações do Brasil em função da desvalorização do dólar frente ao real ainda não atingiram o setor lácteo com a mesma força verificada em outras cadeias.

Para André Mesquita, da trading Serlac, o fato do mercado externo de leite estar mais vinculado ao euro do que ao dólar ajuda a explicar esse fato. "O euro está estável em relação ao real e com o dólar atual, a Europa está praticamente fora do mercado, o que abre espaço para o Brasil", disse ele.

A Serlac deve terminar o ano com US$ 33 milhões em produto embarcado e US$ 50 milhões em produto vendido. Esses valores estão dentro da previsão feita no início do ano pela empresa. Segundo Mesquita, o Brasil deve fechar dezembro com US$ 80 milhões em exportações de lácteos.

Otávio Farias, da trading holandesa Hoogwegt, concorda, embora considere que, com dólar nos níveis atuais, as exportações ficam menos impulsionadas. Para ele, porém, a descompressão do mercado interno, como resultado das exportações, gera retorno para a indústria durante a safra e tem dado sustentação aos preços de leite.

"As indústrias menores preferem, por questão de volume restrito de produção, focar exclusivamente no mercado interno, mas as indústrias de maior porte seguem mantendo um equilíbrio entre mercado interno e externo", coloca ele. "Algumas usam o conceito 70/30 (70%mercado interno e 30% mercado externo) sendo que essa gangorra pode se inverter caso o mercado interno baixe de preço ou o dólar suba para níveis mais altos" conclui.

Mesquita também aponta as exportações como fator de equilíbrio do mercado interno. "Em países com grande mercado interno, as exportações têm a função de evitar que os preços caiam excessivamente no mercado interno, mesmo com pequenos excedentes, além de permitir escala de produção", afirma.

Porém, Farias lembra que o dólar baixo pode viabilizar as importações de leite em pó, até certo ponto forçando os preços para baixo e precipitando a inversão do processo. Ele pondera, no entanto, que mesmo com dólar relativamente baixo, considerada a incidência de Pis/Cofins e ICMS na importação, os preços ficam alinhados com o mercado interno, de forma que não há motivo para supor que as importações possam voltar com força. "Além disso, qualquer valorização do dólar pode fazer inviável uma operação de importação que, a princípio, era viável", admite.

México

No próximo dia 12, o Brasil enviará missão oficial ao México, com o objetivo de levar a documentação solicitada pelo país e, com isso, criar as condições para a abertura do comércio de lácteos desse país com o Brasil. O México é o maior importador mundial de leite.

Fonte: MilkPoint
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Renato S. Machado Pompéu-Mg
RENATO S. MACHADO POMPÉU-MG

POMPÉU - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 04/12/2004

Excelente matéria de conteúdo exclusivo.

Acho que é esta linha de reportagens que coloca o MilkPoint no TOP. Meus parabéns, continuem assim.
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