As estatísticas mais recentes não deixam dúvidas quanto à atualidade do tema. De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a população rural respondia por 16,2% do total em 2001, universo que diminuiu para 15,17% em 2012, enquanto os moradores urbanos saíram de 83,88% para 84,83% nos 12 anos comparados. A parcela de jovens de 15 a 24 anos que moravam no campo era de 4,99 milhões em 2012, 4,7% a menos na comparação com o início da série.
Em Minas, o movimento não foi diferente: a população urbana aumentou sua cota de 83,4% em 2001 para 84,5% em 2012, ao passo que a do campo recuou de 16,6% para 15,5% na mesma base de comparação.
Os jovens das áreas rurais de 15 a 24 anos formavam um grupo de 14,8% da população estadual em 2012, ante os 17,6% no começo dos anos 2000. Embora a queda da taxa de fecundidade no Brasil já indicasse uma participação menor da juventude, os dados sugerem que pode ter havido um deslocamento dos jovens do meio rural, como observa a supervisora de informações do IBGE em Minas, Luciene Longo.
Há estimativas de que dos 5,2 milhões de estabelecimentos rurais no país, 1,5 milhão, ou seja, quase 29%, foram obtidos por herança, motivo a mais para fortalecer o debate sobre os sucessores nas famílias de produtores rurais. A questão permeia o setor como um todo, dos filhos dos trabalhadores aos empresários estruturados, segundo a professora da Fundação Dom Cabral Maria Teresa Roscoe, da área de desenvolvimento de acionistas e empresas familiares. “As consequências de um esvaziamento no campo podem acarretar desde a descontinuidade das empresas à necessidade de maior uso de tecnologia para substituir a mão de obra e a perda de conhecimento num setor vital para o desenvolvimento do país”, alerta.
Família unida – Na tentativa de impedir que Fernando Cássio de Andrade, Fábio Júnior Rabelo e Flávio de Andrade deixassem a propriedade para procurar trabalho nas fábricas da região, Antônio repartiu a terra para incentivá-los a continuar na lida com o gado e a plantação. “Eu até arrendei pedaços de terra. Vale a pena trabalhar no campo e fiquei muito satisfeito de poder plantar com meus filhos e instalar a irrigação com eles”, afirma. A assistência dos técnicos da Emater-MG e a crença de Fernando e Fábio na possibilidade de o negócio prosperar foram fundamentais para a família permanecer unida.
As mudanças na propriedade nos últimos cinco anos transformaram o dia a dia dos irmãos. Fernando e Fábio agora são donos do negócio próprio, servido de caminhão, trator e carro. A horta irrigada se estende em 3 hectares e o leite é resfriado em equipamento apropriado na propriedade rural. A casa que construiu na fazenda é motivo de orgulho para Fernando, aos 30 anos. “Antes, só havia o terreno e dois canteiros de horta, e pensei em sair, porque a renda não compensava”, conta. Falta convencer o irmão mais novo, Flávio, a investir na fazenda.
Notícia do Conselho Nacional do Café Adaptada pela Equipe AgriPoint
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