Batávia investe em produtos de maior valor agregado

A recuperação da renda do consumidor brasileiro contribui fortemente para melhorar o faturamento das indústrias do setor de laticínios. Neste início de ano, as vendas do setor já aumentaram 10% em relação ao mesmo período do ano passado, informou ontem o diretor-geral da Batavia, José Antonio Prado Fay. As atividades das indústrias de laticínios refletem o momento favorável da pecuária leiteira. Incentivada pelos bons preços pagos pelo leite, pecuaristas, que são estimulados a investir e a ampliar a produção.

O laticínio paranaense aproveita a ocasião para agregar valor aos seus produtos e ampliar a sua participação no mercado. Para isso, lançou ontem 19 novos produtos, no segmento que o setor define como de refrigerados, que são os iogurtes, sobremesas, leites fermentados e achocolatados. A Batávia, cujos produtos levam a marca Batavo, participa hoje com 13% do mercado, situação que Fay considera positiva, considerando que os líderes nesse segmento, a Nestlé e a Danone, ocupam respectivamente 17% e 18%.

Disputa pelo mercado

A relativa redução da participação da Parmalat contribuiu para essa melhor divisão das fatias do mercado doméstico, acredita Fay. Empresas que antes ocupavam posição pouco significativa, hoje conseguem expor melhor seus produtos e ampliar a presença no mercado doméstico. A Batávia aproveitou essa remodelação do mercado, para se posicionar melhor nesse cenário, por meio da oferta de produtos de maior valor agregado. Essa opção tomada pela empresa já se refletiu no faturamento de 2004, que cresceu pouco mais de 10% em relação a 2003.

Vôo solo

A Batávia reúne as cooperativas CCLPL (Cooperativas de Campos Gerais do Paraná) e a Agromilk (cooperativas do oeste catarinense). Há pouco mais de um ano, a empresa retomou seu vôo solo, quando voltou a desenvolver suas atividades sem a participação da Parmalat. Com a insolvência da empresa de origem italiana e seus problemas judiciais, a empresa paranaense obteve na Justiça, por meio de uma ação de exclusão, o direito de desenvolver suas atividades isoladamente. A sentença não é definitiva, já que a decisão judicial é apenas uma liminar. Com isso, o patrimônio, na proporção de 51%, permanece em poder da Parmalat. Os acionistas minoritários da Batávia aguardam a confirmação da sentença, que restabelecerá às cooperativas o controle definitivo da empresa.

A Batávia mantém indústrias no Paraná e em Santa Catarina, mas está presente em todo o território nacional, por meio da manutenção de centrais de distribuição em todo o País. A Batavia faturou R$ 570 milhões no ano passado.

Fonte: Gazeta Mercantil (por Isabel Dias de Aguiar), adaptado por Equipe MilkPoint