Batávia coloca queijos nobres no mercado nacional

A Batávia, que industrializa leite e refrigerados com a marca Batavo, decidiu investir em novos nichos de mercado. Neste mês, a empresa começa a colocar no varejo sua primeira linha de queijos nobres, composta pelas variedades brie, camembert, gorgonzola e parmesão.

Junto com os queijos, a Batávia lança uma nova marca, a Batavo Hollander, de produtos premium, voltada para o consumidor de maior poder aquisitivo.

Para produzir queijos finos, a empresa fechou parceria com um fabricante artesanal do Paraná. Mesmo com duas fábricas, uma em Carambeí (PR) e outra em Concórdia (SC), ela decidiu trabalhar com um fabricante menor, terceirizado, para produzir os queijos nobres e garantir a qualidade do lançamento. "Queremos competir com um produto de primeiríssima linha e fomos procurar um especialista", disse o diretor-geral da Batávia, José Antonio Pardo Fay.

Nos últimos quatro anos, o segmento de queijos teve um crescimento de 15% no Brasil. Segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias de Queijo (Abiq), o brasileiro consome de quatro quilos a 4,5 quilos per capita de queijo ao ano. Mas em São Paulo, um dos mercados-alvo dos lançamentos, o consumo chega a oito quilos. Os produtos vão para os estados do Sul e Sudeste, onde vão concorrer com marcas nacionais já conhecidas como a Campolindo, outras regionais e com importados.

Além dos queijos, a nova marca também estará estampada em embalagens de sobremesas diferenciadas. O nome Batavo tem conotação mais popular e maior força na região Sul, principalmente no Paraná, onde é líder de vendas com o leite longa vida. "O lançamento da Hollander foi planejado para a construção de imagem da nossa marca", ressaltou Fay.

Foco

Desde que conseguiu se separar da Parmalat há pouco mais de um ano, por meio de uma liminar, a empresa vem investindo em dezenas de lançamentos para não ficar numa dependência grande do leite, considerado uma commodity.

Em 2003, metade da receita da Batávia vinha do leite longa vida. No ano passado, esta participação caiu para 25%. Nos últimos dez meses a empresa lançou mais de 40 produtos, entre refrigerados, uma linha de leites especiais (cálcio, ferro e com baixo índice de lactose), refrigerados, achocolatados e molhos prontos. Hoje, o mercado de refrigerados, por exemplo, é liderado pela Nestlé, com 18% de participação, seguida de perto pela Danone, com 17% e pela Batavo com 13%.

"O investimento para ampliar a linha de produtos, aliado a uma política de reestruturação da empresa, com ênfase em logística e no aumento da produtividade, permitiu à Batávia melhorar seu faturamento e reduzir perdas", diz Fay.

A empresa fechou 2003 com um prejuízo de R$ 30 milhões. Em 2004, o resultado geral ainda ficou no vermelho, mas com um prejuízo bem menor, de R$ 8 milhões. "A partir de junho do ano passado, o resultado operacional começou a ser positivo e para 2005 a expectativa é fechar no azul", prevê o executivo.

O faturamento da empresa, que foi de R$ 562 milhões em 2003, deve chegar a R$ 600 milhões este ano. No primeiro trimestre de 2005, as vendas cresceram 17% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Fonte: O Estado de S.Paulo (por Vera Dantas), adaptado por Equipe MilkPoint