Bancos são investigados por escândalo da Parmalat, diz jornal

Documentos de grandes bancos internacionais estão sendo investigados por conta do escândalo financeiro que envolveu a italiana Parmalat, segundo matéria publicada na edição do Wall Street Journal desta terça-feira.

O jornal informa que promotores e investigadores estão analisando os papéis do Citigroup, do Bank of America, e da unidade do Credit Suisse First Boston, a Credit Suisse Group AG.

A Parmalat anunciou em dezembro que não tinha como pagar as dívidas e foi forçada a pedir concordata, no que se tornou um dos maiores escândalos corporativos da Europa.

O tamanho do colapso da fabricante de laticínios, cerca de 14 bilhões de euros, ou US$ 17 bilhões em dívidas, desencadeou série de processos legais contra seis instituições financeiras por parte dos administradores da Parmalat.

A nova diretoria da empresa e um relatório preparado por um consultor independente alegam que várias transações serviram para prejudicar o perfil financeiro da Parmalat, informou o jornal, citando um relatório interno e alguns dos processos do caso.

O jornal obteve uma cópia do documento que indica que o Citigroup obrigou a Parmalat a comprar de volta a participação do banco na unidade canadense do grupo italiano. Mas, em vez de contar o negócio como dívida, o relatório informa que a empresa classificou-o como um empréstimo.

Desde seu colapso, a Parmalat já entrou com processo contra o Citigroup por US$ 10 bilhões, assim como outro contra os auditores do Deloitte Touche e Grant Thornton. A empresa já adiantou que tem a intenção de processar também o Bank of America.

O banco, no entanto, defendeu que não há motivos para que seja processado, disse o jornal. Já o Citigoup informou que o processo não tem mérito, enquanto que o CSFB informou que um negócio brasileiro citado pelo jornal envolveria acertos financeiros reconhecidos internacionalmente.

Fonte: Reuters Investor, adaptado por Equipe MilkPoint