Avipal se estrutura para exportação de lácteos e pretende crescer em novas bacias no Brasil

Publicado por: MilkPoint

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A Avipal, quarto maior laticínio do Brasil, de acordo com o ranking de 2003 da Leite Brasil, CNA, OCB/CBCL e Embrapa Gado de Leite, espera que o país seja um dos grandes exportadores de lácteos em 10 a 15 anos e está se preparando para isso.

O grupo, que já exporta cerca de US$ 200 milhões por ano em carnes de frango e suínos, exportou, de agosto a dezembro de 2004, o equivalente a 55 milhões de litros de leite, ou cerca de 6.000 toneladas de leite em pó integral. "Nesses cinco meses, a produção de um mês inteiro foi destinada à exportação", explica José Carlos Aguilera, gestor comercial dos setores de carnes e leites da Avipal.

Segundo Aguilera, que faz parte da equipe da Galeazzi & Associados, que renovou o contrato de gestão da Avipal por mais um ano, a empresa tem planos de crescer nesse mercado. Em três a quatro anos, a Avipal quer que o leite seja responsável por 10 a 15% de suas exportações, o que daria US$ 20 a US$ 30 milhões em valores de hoje.

Para ele, o foco está no continente africano e no Oriente Médio. "Ganhamos uma licitação de 1.500 toneladas para a Palestina e acredito que, nessa região, o Brasil tem grandes chances de crescer, uma vez que os europeus tendem a ficar cada vez menos competitivos, com a redução de subsídios", informa ele. "Mas temos de investir em qualidade, pois são mercados exigentes e competimos com fornecedores tradicionais", ressalta.

Em relação a Ásia, em especial a China, ele é reticente. "Trata-se de um projeto de longo prazo para o Brasil, mas é uma região muito próxima da Nova Zelândia, sendo difícil competir pelo frete".

Aguilera acredita que, apesar do Brasil ter atingido superávit histórico em 2004, a atual conjuntura não é tão favorável ao crescimento das exportações. "Podemos inclusive voltar a ter déficit, pois o atual câmbio favorece as importações e desfavorece as exportações", alerta. Para ele, a situação é temporária e deve ser corrigida.

Crescimento em novas bacias

Para a Avipal, crescer significa abrir novas bacias leiteiras no país. Para essa função, a empresa contará com Ênio Ernesto Krug, ex-diretor de planejamento e política leiteira, cujo cargo passa a ser ocupado por José Roberto Poiatti, que tem 20 anos de experiência em laticínios como Danone e Leite Nilza. Krug agora é assessor da presidência, no que se refere à abertura de novas bacias leiteiras. "A experiência e o conhecimento dele serão muito importantes para a expansão da Avipal em outras regiões", explica Aguilera.

Mercado interno turbulento

Aguilera classificou o atual momento de mercado interno como "turbulento". Para ele, o recente episódio envolvendo a Leite Nilza, a seca no Rio Grande do Sul e o excesso de chuvas no Centro-Oeste e Sudeste são fatores que afetam a leitura do mercado, que se encontra ajustado. "Tem se falado que o leite da Nilza pode ser facilmente absorvido pelo mercado, mas não acredito que seja tão simples assim, principalmente em relação aos produtores que entregam leite diretamente à empresa", opina ele. "Caso haja grande perda de captação por parte da empresa, o mercado demorará cerca de 3 a 4 meses para se ajustar, fruto da logística de captação do leite dos produtores locais", acredita.

Segundo ele, a seca no RS e as chuvas excessivas em outras regiões dificultam a manutenção da produção e a captação, respectivamente, levando a custos mais elevados. Ele acredita, porém, que os preços mais altos para o leite e a menor competitividade de culturas como a soja são fatores que favorecem a recuperação da atividade no país, em especial no Rio Grande do Sul.

Para Ernesto Krug, a queda de produção no RS está em 18% e preocupa: "sabemos de produtores que não se prepararam adequadamente em relação à conservação de alimentos. Nossa safra está menor e mais curta e isso pode significar problemas de produção na entressafra. A atividade leiteira não pode ser retomada rapidamente, mesmo sob condições de mercado favoráveis", alerta.

Fonte: Equipe MilkPoint
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