Audiência pública sobre bebida láctea deve ir até dia 6

Publicado por: MilkPoint

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Diversos representantes da indústria, dos produtores e de cooperativas, bem como integrantes do Mapa, do Ministério da Justiça, da Anvisa, do Idec (Instituto de Defesa do Consumidor) e da Secretaria de Defesa do Consumidor estão reunidos desde a tarde de segunda-feira para debater o regulamento de qualidade e identidade das bebidas lácteas, fruto de controvérsia no setor já há alguns anos, desde que essa nova categoria de produto, na qual quantidades variáveis de soro são adicionadas ao leite (até 51% em alguns casos), começou a ganhar espaço nas gôndolas, em grande parte das vezes com embalagens muito semelhantes ao leite.

Segundo Marcelo Costa Martins, assessor econômico da CNA, "O Mapa conduziu todo o processo com bastante clareza e é importante que, nessa discussão final, os vários interessados estejam presentes para discutir e definir a questão".

A ABLV (Associação Brasileira de Leite Longa Vida) havia consolidado um documento, assinado por 14 empresas produtoras de bebidas lácteas, contendo as seguintes sugestões, com o intuito de melhorar a identificação do produto junto ao consumidor:

- Não será utilizada a expressão opcional "Longa Vida" nas embalagens e caixas de acondicionamento ou embarque.

- A denominação comercial - Bebida Láctea UHT - terá, no mínimo, 5 milímetros.

- A denominação comercial será colocada de forma distinta, evitando que fique misturada com outras expressões, desenhos ou marca.

- Não serão utilizados desenhos, figuras ou imagens que possam induzir o consumidor a confundir o produto com o Leite UHT.

- Sempre que possível e que não prejudique a política de marketing e de marca da empresa, será usada no produto uma marca distinta da utilizada para o Leite UHT.

- Não sendo possível a alternativa anterior, a empresa procurará diferenciar as duas embalagens, evitando semelhanças que possam induzir o consumidor a erro, no momento da compra.

Há, ainda, um debate em torno dos benefícios que a venda de um produto "diluído" representa ou não para o setor. Há quem afirme que é melhor que o consumidor possa consumir um produto lácteo, ainda que menos nutritivo do que o leite, do que deixe de consumir, abrindo espaço para produtos concorrentes. Quem é contrário considera que o setor não ganha ao lançar produtos que desagreguem valor aos lácteos e que confundam o consumidor. "Há, no fundo, uma briga de mercado e a questão em torno do soro reflete as dificuldades setoriais, como a baixa diferenciação do leite nas gôndolas, as dificuldades vivenciadas pelos fabricantes de longa vida (principalmente os pequenos) e a força do varejo", analisa Marcelo P. Carvalho, do MilkPoint.

Leite em pó modificado

Para Marcelo Costa Martins, a importância dessa discussão está também no fato que, a partir dessa audiência, outros produtos lácteos terão também seus regulamentos discutidos.

Um dos problemas está no leite em pó modificado, distribuído em grande volume e com embalagem muitas vezes idêntica o leite em pó integral. O leite em pó modificado está em um artigo do Regulamento Federal da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal (RISPOA) permitindo a sua comercialização, que, no entanto, não é padronizada e regulada. Segundo fontes do mercado, há produtos sendo vendidos com somente 0,5% de proteína (quando diluídos de acordo com embalagem).

Segundo pesquisa feita pela ABLV, o leite em pó modificado possui uma quantidade menor de proteína, gordura e cálcio, comparado com o leite em pó (veja tabela abaixo).

Tabela 1. Composição de leite em pó e leite em pó modificado** (por 100mL)


* Produtos diluídos de acordo com a embalagem
** Média de 12 Produtos adquiridos nos mercados de Belo Horizonte/MG Brasilia/DF Goiania/GO e São Paulo/SP no mês de novembro/2004

Fonte:Equipe MilkPoint
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Franco Ottavio Vironda Gambin
FRANCO OTTAVIO VIRONDA GAMBIN

JAMBEIRO - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 09/05/2005

Para uma população que não tem o hábito de ler ou lêem muito pouco como a nossa, que é super influenciada pela TV e portanto pela propaganda muitas vezes sorrateira é triste ver nos supermercados famílias comprando longa vida porque é mais comodo e gastando dinheiro com potinhos de "lactobacilos" mais triste ainda é ver que existem envelopes a venda de "lactobacilos para serem adicionados ao leite longa vida e até para o leite em pó, Escrevo este desabafo pois meu filho mais velho indo acampar já comprou bebida látea que era leite de soja como sendo leite. É para ficar proecupado, pois quase ninguém costuma ler os rótulos dos produtos.



Minha sugestão é :



1º em tudo o que não é leite puro fica proibido usar a espressão látea pois induz a pensar que é leite pela semelhança da embalagem.



2º Deve ser obrigatória a inscrição não é leite, em local de desataque da embalagem.



Porque não é usada a palavra mistura que é mais apropriada que bebida?

Antonio Perozin
ANTONIO PEROZIN

VALINHOS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 06/05/2005

Não concordo que o preço do leite é impedimento ao seu consumo pela população de baixa renda.

Esta mesma população, consome cerveja pagando de R$ 3,00 a R$ 4,00 o litro, e acham o preço do leite caro.

Por outro lado, fornecer a essa população um produto de qualidade baixa, tambem não é o correto, uma vez que, teremos que arcar com um custo muito elevado no momento seguinte, em saúde e educação, pois uma alimentação pobre causará, como já esta causando, aumento de doenças e uma repetência escolar maior.

Antonio Perozin

Leite São Paulo
Osvaldo Dantas
OSVALDO DANTAS

OUTRO - DISTRITO FEDERAL - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 04/05/2005

O absurdo vai além da confusão, imposta ao consumidor, entre leite e bebida láctea.



Também utiliza-se soro em composição de iogurtes e requeijão cremoso, por exemplo, e não há qualquer identificação a respeito, a menos que o consumidor consiga ler aquelas minúsculas letrinhas, ou separação do produto "livre" de soro...



A desconfiança sobre o que o produto contém terminará por afetar o criador...



Osvaldo Dantas
Marco Polo Botelho Junqueira Junior
MARCO POLO BOTELHO JUNQUEIRA JUNIOR

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 04/05/2005

A barreira de consumo de lácteos para a população de baixa renda continua sendo o preço dos produtos. A bebida láctea pode representar uma forma de se penetrar neste mercado e aí estaríamos tendo um ganho para toda a cadeia. Não podemos é ter produtos concorrentes (bebida láctea x leite). O consumidor tem que ter consciência do que está comprando e isto só se faz com uma diferenciação clara das embalagens. Se a bebida láctea tem tanto apelativo comercial como muitos apregoam, por que então esta resistência em diferenciá-la dos lácteos comuns?
Solon Teixeira de Rezende Jr.
SOLON TEIXEIRA DE REZENDE JR.

SÃO PAULO - SÃO PAULO - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 03/05/2005

Gostaria de salientar que a adoção da Bebida Láctea, é a maior adição de valor feita a um produto da cadeia lactea já feita nos últimos 20 anos no Brasil, pois colocou valor de mercado em um produto que até então foi, e ainda alguns setores querem que continue sendo, completamente desvalorizado e que gera custo ao invés de receita às fábricas que é o soro de leite .

Pois, por mais incrível que possa alguns setores querer esquecer, o soro de leite é um produto da cadeia de lácteos, e <b>não se produz soro de leite, sem leite!</b> Assim se o soro for melhor remunerado como se propõe com a Bebida Láctea, poderá ser melhor remunerado o produtor de leite, será gerado mais empregos nas indústrias, com isso serão economizados milhões de reais, evitando-se desperdicios de produtos e estimulando o tratamento de efluentes. Assim dimuirá o impacto ambiental.

O consumidor poderá ter disponivel novos produtos de valor acessível ao de menor renda, substituindo refrigerantes, sucos, nectares entre muitos outros produtos, concorrentes do leite e seus derivados !!!



Qual a sua dúvida hoje?