Argentina tem aumentos nos preços dos lácteos no varejo

A estratégia do Governo da Argentina de aumentar os impostos às exportações de lácteos para conter os preços desses produtos no varejo parece não estar dando resultado, pelo menos não até agora. Há duas semanas, o Governo anunciou um aumento de 5% para 15% nos direitos de exportação de leite e de 5% para 10% nos de queijos, com o objetivo de frear os aumentos dos preços desses produtos no mercado local. No entanto, a medida não serviu para muita coisa.

Segundo um levantamento de preços realizado pela consultora Tomadato, na última semana de junho - uma semana depois do aumento dos impostos - os lácteos continuaram sendo uma das categorias de produtos que lidera os aumentos da cesta básica. Segundo esses dados, na última semana do mês passado, o leite sofreu uma alta de 3,4% e somente foi superado pelos aumentos nos doces (4,6%), cervejas (4,2%) e pescados (3,6%). O aumento no preço do leite foi acompanhado por aumentos em outros produtos que o utilizam com matéria-prima, como iogurtes (2%), manteigas (1,4%) e sorvetes (1,1%).

Os queijos também não ficaram livres do aumento de preços. Apesar de terem sofrido um aumento de 100% na alíquota de exportação, fecharam o mês de julho com uma alta de 0,7% no mercado interno.

A política oficial de tentar frear os aumentos nos preços mediante ao aumento nas tarifas de exportação tenta reduzir as margens de lucros que as empresas obtêm exportando seus produtos, para que, desta maneira, estas reorientem seus negócios para o mercado interno.

Segundo dados oficiais fornecidos pelo Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar (Senasa), a Argentina exportou no primeiro semestre do ano 139,833 mil toneladas de produtos lácteos por US$ 302,3 milhões, o que implica em um aumento de 34% em volume e de 51% em valor com relação ao mesmo período de 2004.

Fonte: La Nación (por Alfredo Sainz), adaptado por Equipe MilkPoint