Argentina tem aumento de 52% nas exportações de lácteos no 1º bimestre

Publicado por: MilkPoint

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As exportações continuam gerando boas notícias ao setor de lácteos da Argentina. De acordo com dados da Subsecretaria de Política Agropecuária e Alimentos, no primeiro bimestre de 2005, a Argentina exportou 48,5 mil toneladas de produtos lácteos, por um valor de mais de US$ 103 milhões. Com relação ao mesmo período do ano anterior, esses dados representam altas de 34% em volume e de 52% em valor.

Segundo dados preliminares do Instituto Nacional de Estatísticas e Censos da Argentina (INDEC) e da Aduana/Administração Federal de receitas Públicas (AFIP), dentro das cinco ramificações alimentícias de maior relevância no comércio exterior do país durante o primeiro bimestre de 2005, as exportações de lácteos foram as que mais cresceram, tanto em volume como em valor. Em termos monetários, o aumento nas vendas de lácteos foi bem maior do que os verificados nas vendas do setor de "Carnes e produtos de carnes" (mais de 37%), "Elaboração e conservação de frutas, legumes e hortaliças" (mais de 22%) e "Elaboração e conservação de pescado e produtos de pescado" (mais de 1%), os três itens que seguiram os lácteos.

O leite em pó segue no topo do ranking de produtos, já que em suas diferentes apresentações gerou rendimentos de US$ 76 milhões no primeiro bimestre do ano (72% da quantidade total exportada), com um aumento de 34% com relação a 2004.

No entanto, o fato que mais chamou a atenção neste período foram as exportações de queijos. Em seus diferentes tipos, as vendas em janeiro fevereiro deste ano foram de US$ 20 milhões, o que representa um aumento de 122% com relação ao mesmo período do ano de 2004. Este excelente desempenho exportador do sub-setor de queijos será de grande importância para a cadeia de lácteos como um todo caso seja consolidado, não somente porque implicaria em uma crescente diversificação da carteira de produtos, mas também, porque permitiria que as pequenas e médias empresas intensificassem sua presença no mercado internacional de queijos, contendo assim os vaivéns do mercado doméstico.

Vale destacar que no primeiro bimestre do ano as pequenas e médias empresas exportadoras representaram quase 80% do total de empresas que venderam queijos cremosos e duros e pouco mais da metade das que venderam queijos semi-duros. Em termos de valor, essas empresas representaram 28% do total exportado em queijos, uma participação que supera muito sua participação nas vendas de leite em pó integral e desnatado, de 3% e 9%, respectivamente.

Com relação aos destinos, houve um sustentado processo de diversificação. Durante o primeiro bimestre deste ano, foram exportados produtos lácteos a 77 países, seis a mais do que no mesmo período de 2004. Entre os compradores destacam-se Argélia, que apesar de registrar em 2005 uma baixa interanual (com relação ao primeiro bimestre de 2004) de 20% no volume, continua sendo o principal destino; Venezuela, que aumentou em 44% suas compras e se consolidou como o segundo comprador; e o Brasil (atualmente o terceiro mercado em volume), cujas compras de produtos argentinos aumentaram 50% com relação a 2004. Os aumentos mais importantes no ranking foram de Cuba (que passou do posto de 35º para 5º), Jordânia (de 25º para 7º) e Croácia (de 18º para 11º).

O preço médio do primeiro bimestre de 2005 ficou em cerca de US$ 2100 por tonelada de produtos, o que significa uma alta de 12,5% com relação à média do mesmo período do ano anterior. Merecem destaque os aumentos nos preços do leite em pó desnatado (mais de 18%), leite em pó integral (mais de 12%) e dos queijos semi-duros (mais de 8%).

O volume exportado entre janeiro e fevereiro de 2005 representou um total de 381 milhões de litros equivalentes de leite, ou cerca de 24,5% da produção nacional. Esta relação é de 5,4% superior à registrada no primeiro bimestre de 2004, o que marca um promissor aumento da tendência exportadora da atividade.

Recepção de leite na Argentina (em litros)


NOTA: Os dados são provisórios.
1Pode ser parcialmente explicado por flutuações nas compras a terceiros ou na quantidade ou tamanho das propriedades leiteiras da amostra.
2Em dias constantes.

Recepção acumulada de leite (em milhões de litros)


NOTA: Os dados são provisórios - em dias constantes.
Fonte: Direção da Indústria Alimentícia - Secretaria da Agricultura, Pecuária, Pesca e Alimentação (SAGPyA), sobre a base de dados fornecida pela indústria.

Recepção de leite nas principais indústrias - 2002-2005


Recepção total, número de propriedades leiteiras e entrega diária por propriedade

Variação com relação ao mesmo mês do ano anterior


NOTA: Os dados são provisórios - em dias constantes.
Fonte: Direção da Indústria Alimentícia - Secretaria da Agricultura, Pecuária, Pesca e Alimentação (SAGPyA), sobre a base de dados fornecida pela indústria.

Recepção total, número de propriedades leiteiras e entrega diária por propriedade

Variação interanual 2004-2005


Exportações de lácteos da Argentina 2002-2005 - Totais e Brasil

(a) Em volume


1 Em toneladas de peso produto, exceto leite fluido, que foi previamente convertido em equivalente em leite em pó (10%).
Dados provisórios.
A variação acumulada de 2004 foi calculada considerando-se que 2004 é ano bissexto.

(b) Em valor


(c) Preço


Preço médio = valor total / volume total.
Para obter um preço mais representativo, neste caso, o preço está expresso em toneladas de peso produto incluindo o leite fluido.

Fonte: Até janeiro de 2005: INDEC; Fevereiro: Aduana-AFIP.

Exportações de lácteos da Argentina - 2002 - 2005


Fonte: Direção da Indústria Alimentícia, Secretaria da Agricultura, Pecuária, Pesca e Alimentação (SAGPyA), adaptada pela equipe do Milkpoint.
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