Argentina: produção de leite recupera ritmo de crescimento

Publicado por: MilkPoint

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De acordo com dados preliminares da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Pesca e Alimentação (SAGPyA), nos primeiros quatro meses de 2005, a produção de leite na Argentina seguiu em alta, registrando um aumento de 4,5% com relação ao mesmo período do ano anterior. As exportações acumuladas até abril aumentaram em 23% e 38%, em volume e em valor, respectivamente, quando comparadas às do mesmo período de 2004.

A entrada de matéria-prima nas fábricas, estimativa indireta de produção primária de leite, registrou em abril um aumento inter-anual de 6,7%, de acordo com um informativo elaborado pela Sub-Secretaria de Política Agropecuária e Alimentos da SAGPyA. Após uma persistente desaceleração evidenciada entre dezembro de 2004 e março de 2005, o ritmo de crescimento da recepção total exibiu aumento em abril. O aumento inter-anual de 6,7% registrado neste mês é o maior deste ano e, apesar de ainda ser prematuro afirmar que constitui uma mudança definitiva da tendência, pelo menos sugere a possibilidade de que a oferta de leite continuará com sua tendência de recuperação a taxas da ordem de 5-10% inter-anual.

Assim como vem ocorrendo nos últimos meses, o aumento observado na recepção total de leite pode ser explicado exclusivamente pela expansão na produção diária por propriedade leiteira, que mais que compensou a diminuição no número de propriedades. O número de propriedades leiteiras na Argentina reduziu em 2,5% com relação a 2004 em média durante janeiro a abril de 2005, enquanto a produção diária por propriedade teve uma média 7,4% maior no primeiro quadrimestre deste ano com relação ao mesmo período de 2004.

A evolução recente deste último parâmetro explica tanto a atenuação do ritmo de crescimento da recepção de leite entre fim de 2004 e março deste ano, como sua aceleração em abril. De fato, após difíceis condições climáticas registradas no começo do verão em algumas bacias leiteiras importantes, o panorama produtivo setorial parece ter melhorado em abril. Por um lado, nas regiões leiteiras afetadas, a situação forrageira voltou à normalidade após a seca; e por outro, em termos mais gerais, a recuperação foi produto da intensificação dos níveis de suplementação, considerando a boa quantidade e qualidade dos silos e a excelente relação de preços leite/milho.

Como referência da situação do setor primário, pode-se dizer que em abril de 2005 as indústrias "indicadoras" (15 companhias sobre cuja base se estima a tendência de produção primária nacional) receberam uma média de cerca de 12,8 milhões de litros diários, provenientes de cerca de 6,39 mil produtores, enquanto que, há um ano, a captação média foi de 12 milhões de litros diários, fornecidos por aproximadamente 6,55 mil produtores de leite.

Os resultados parciais e provisórios de maio parecem confirmar a consolidação de crescimento a taxas mais elevadas que as registradas no primeiro trimestre, já que se prevê uma alta inter-anual entre 7% e 10%.

Exportações: 23% mais volume e 38% mais valor

No que se refere às exportações, no primeiro quadrimestre de 2005, a Argentina exportou 89 mil toneladas de produtos lácteos, que representaram um valor de US$ 192 milhões. Isso denota uma alta de aproximadamente 23% em volume e 38% em valor com relação ao mesmo período de 2004.

No entanto, o preço médio nos primeiros quatro meses de 2005 foi de cerca de US$ 2105 por tonelada, o que significa uma alta de 10% com relação à média do mesmo período do ano anterior. Os produtos que apresentaram os maiores aumentos de preços foram leite em pó desnatado (+19%), leite em pó integral (+12%) e os queijos semi-duros (+8,5%).

Apesar de o leite em pó se manter na liderança no ranking dos produtos lácteos exportados pela Argentina, o maior destaque ocorreu na categoria dos queijos que, nos primeiros quatro meses de 2005, registrou uma expansão de 78% nas vendas em dólares. Como indicador, vale notar que a participação, medida em valor, dos leites em pó declinou de 76% no primeiro quadrimestre de 2004 para 70% em 2005; a dos queijos aumentou de 16% para 21% no mesmo período. Os leites em pó geraram um valor de US$ 134 milhões no primeiro quadrimestre de 2005 e os queijos, de mais de US$ 40 milhões.

Nos primeiros quatro meses de 2005, as pequenas e médias empresas exportadoras representaram 57% do total das firmas que venderam queijos ao exterior (16 sobre um total de 28), uma presença superior em relação à das firmas exportadoras de leite em pó, que foi de 48% (com 13 firmas sobre um total de 27). Em termos de valor, no entanto, as pequenas e médias empresas de lácteos da Argentina concentraram 26,5% do valor do total exportado de queijos, uma contribuição praticamente três vezes maior do que a correspondente na categoria de leites em pó, que foi da ordem de 10% do total.

Quanto aos compradores, vale destacar que durante o primeiro quadrimestre de 2005 a Argentina exportou produtos lácteos para 90 destinos, quantidade similar à verificada no mesmo período de 2004. Entre esses compradores, destacam-se as presenças de Argélia que, apesar de ter registrado uma baixa inter-anual em 2005 (quadrimestre versus quadrimestre) de 20%, em volume, continua sendo o principal destino; Brasil que, graças à sua recuperação econômica teve um aumento de 51% nas compras com relação a 2004, o que permitiu que o país ficasse em 2º lugar no ranking em volume; e Venezuela que, apesar de ter aumentado em 28%, foi deslocada para o terceiro lugar.

No caso particular dos queijos, nos primeiros quatro meses de 2005, a Argentina exportou para 38 mercados, sendo os principais (em volume): Estados Unidos (33%), Rússia (17%), México (10%), Chile (9%) e Croácia (7%).

Finalmente, o volume exportado entre janeiro e abril de 2005 representou um total de 696 milhões de litros equivalentes de leite, cerca de 23% da produção nacional. Esta relação é 3,7 pontos percentuais superior à registrada no mesmo período de 2004, o que segue marcando um grande aumento na tendência exportadora da atividade.

Fonte: Secretaria da Agricultura, Pecuária, Pesca e Alimentação (SAGPyA), adaptado por Equipe MilkPoint
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