Argentina: La Sereníssima consegue se livrar de dívida

Publicado por: MilkPoint

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A marca La Sereníssima fechou com seus credores um acordo para reestruturar 97,8% de sua dívida de US$ 329 milhões, que não tornará necessário que a firma passe pelos tribunais para homologar o convênio mediante um acordo preventivo extrajudicial (APE).

A notícia trouxe alívio, mas não euforia. "Não é o momento mais difícil da empresa, mas continua sendo difícil porque nunca demos tantas garantias, mas somos otimistas", disse o presidente da companhia, Pascual Mastellone.

A empresa ficou com dívidas devido a uma série de questões adversas: a queda dos preços internacionais dos lácteos em 1999/2000; a crise econômica, que reduziu o mercado interno; e o fim da convertibilidade do peso argentino, que dificultou o pagamento da dívida em dólares.

Como muitas outras empresas argentinas, a Mastellone hoje exibe uma forte recuperação das vendas, que este ano chegaram a 1,2 bilhão de pesos (US$ 404,72 milhões) contra os 1,05 bilhão (US$ 354,13 milhões) de 2003, mas seu futuro não estava claro enquanto não se aliviasse este peso da dívida em dólares norte-americanos.

Para normalizar sua situação financeira, a empresa teve que aceitar duras condições. "Além de dar em garantia 49% das ações, temos que estar registrados na Bolsa de Nova York e fazer os balanços para lá e para o mercado local; vamos ter que mudar alguns procuradores; haverá uma série de castigos para os diretores que não cumprirem, enfim, teremos que aceitar as condições pedidas pelos Estados Unidos. De qualquer forma, não nos restava outra alternativa", disse Mastellone, que, junto com seus três irmãos, possui 66% da empresa. Os restantes 34% são repartidos entre o fundo Dallpoint, do empresário Carlos Agote, e outros acionistas.

O passivo da empresa argentina se compunha de US$ 225 milhões em obrigações negociáveis (ON) e US$ 108,3 milhões em dívidas com os bancos. Para chegar a um acordo com seus credores, a Mastellone teve que pagar em dinheiro US$ 100 milhões, ainda que com um desconto de 40%, ou seja, pagou por ela somente US$ 60 milhões.

A empresa, além disso, trocará US$ 217,9 milhões de ON com vencimento em 2008 e uma taxa de 11,75% anual por outras novas com vencimento em 2012 e taxa de 8% anual. A parte da dívida bancária que não se pagou em dinheiro será re-programada com uma taxa de 5%. "Os que não aceitarem poderão se apresentar à Justiça", disse ele.

Com relação aos planos, Matellone disse que a empresa tem um acordo de investimento mínimo de US$ 6 milhões anuais para os próximos anos e um pouco mais nos seguintes. "Somos a única empresa do setor lácteo que está sobre-expandida".

Sobre o consumo de lácteos, a empresa projeta um crescimento de 5% anual. "O consumo de lácteos no primeiro semestre deste ano foi bom. O consumo passou de 230 litros de leite per capita por ano no final dos anos 90 para 170 durante a crise e, neste ano, estaremos com 200 litros. Em 1999, quando fizemos fortes investimentos, pensávamos que o mercado argentino estaria em 12 bilhões de litros anuais de leite, mas a recessão freou o negócio. Agora, nossa expectativa é chegar em 2005 a 10 bilhões de litros e em 2006 ou 2007 estaremos com 11 ou 12 bilhões. Nós temos 17% do mercado, ou seja, hoje representam de 1,5 a 1,7 bilhão de litros".

Em 26/10/04 - 1 Peso Argentino = US$ 0,33727
2,96500 Peso Argentino = US$ 1 (Fonte: Oanda.com)


Fonte: La Nación, adaptado por Equipe MilkPoint
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