Pouco mais de três meses após o acordo firmado com o governo para reduzir o preço de alguns de seus produtos, as indústrias de lácteos da Argentina informaram ao secretário da Agricultura do país, Miguel Campos, que enfrentam dificuldades para seguir adiante com este convênio como conseqüência da forte alta em seus custos.
Em 22 de março, um grupo de empresas do Centro da Indústria Leiteira (CIL), entre elas, a Mastellone Hnos. e a SanCor, chegaram a um acordo por um prazo de 150 dias pelo qual se comprometeram a diminuir em 1,5% o preço do leite integral fluido em saquinho; 5% o dos queijos quartirolo e cremoso; e de 8% o valor do iogurte integral de beber em saquinhos de um litro.
Apesar de o Governo argentino destacar que este setor tem cumprido até o momento com a redução dos preços estipulada, a indústria de lácteos informa que está difícil manter seus custos e, por conseguinte, continuar com este convênio.
"Não é que o acordo não possa prosseguir, mas, economicamente, a indústria não fecha. Acontece que em 90 dias, a matéria-prima (leite pago ao produtor) aumentou 10%, de 47 centavos de peso (16,31 centavos de dólar) para 52 centavos de peso (18,05 centavos de dólar) e a mão-de-obra subiu 33% de maio a julho", disse uma fonte do setor.
Um porta-voz do Governo argentino confirmou que as indústrias leiteiras se reuniram com Campos para informar que enfrentam problemas para seguir adiante com o convênio, cujo vencimento será no próximo mês. O Governo nacional teria pedido aos representantes do CIL que propusessem soluções para evitar aumentos no preço do leite ao consumidor frente a uma eventual revisão do acordo.
"A posição do governo é que o preço precisa ser mantido. Tem que haver uma saída para que o valor não aumente e gere expectativas de inflação", comentou uma fonte.
Nas últimas semanas, surgiram boatos de que alguns representantes do setor dedicados ao mercado interno tinham proposto aumentar os impostos aos lácteos para 15% (hoje estão em 5%) ou instituir cotas às exportações para baixar o preço da matéria-prima mediante uma maior oferta no mercado local. "O que mais se mencionou na reunião foi a questão das cotas às exportações, que serviriam para reduzir o preço", disse uma fonte.
Segundo esta fonte, atualmente o governo não tem uma posição tomada nem quer falar de medidas, já que espera os resultados das negociações com os representantes do setor. Nesta semana haverá uma reunião com os produtores e, na sexta-feira, outra com todos os membros do Foro Nacional de Leiteria.
Em 07/07/05 - 1 Peso Argentino = US$ 0,34722
Fonte: La Nación (por Fernando Bertello), adaptado por Equipe MilkPoint
Argentina: indústria analisa preço do leite
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