Argentina: exportações crescem 12% em volume até julho

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Segundo dados preliminares da Subsecretaria de Política Agropecuária e Alimentos da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Pesca e Alimentação (SAGPyA), da Argentina, a produção de leite acumulada entre janeiro e julho de 2005 foi 4,5% maior do que a do mesmo período de 2004. As exportações aumentaram 12% em volume, mas em um contexto de excelentes preços, o aumento em valor foi de 24%.

A entrada de matéria-prima nas fábricas - estimativa indireta da produção primária de leite - registrou em julho passado um aumento interanual de 2,6%. Com esta variação, o volume acumulado nos primeiros sete meses de 2005 foi 4,5% maior do que o do mesmo período de 2004.

Como vem ocorrendo nos últimos meses, o aumento observado na recepção total de leite pelas empresas argentinas se explicou exclusivamente pela expansão na produção diária por propriedade leiteira, que compensou a diminuição no número de propriedades. De fato, a quantidade de fazendas leiteiras mostrou uma redução de 2,3% interanual em média de janeiro a julho de 2005 com relação ao mesmo período do ano anterior, enquanto a produção diária por propriedade foi em média nos sete primeiros meses deste ano 6,9% superior do que no mesmo período de 2004. As análises de recepção total de leite mostram que os resultados parciais e provisórios de agosto sugerem ao menos uma finalização desta tendência, tanto que se prevê uma alta interanual que oscilará entre 5% e 7%.

No que se refere às exportações, nos primeiros sete meses de 2005, a Argentina exportou 146,5 mil toneladas de produtos lácteos, que representaram mais de US$ 317 milhões. Em comparação com o mesmo acumulado do ano anterior, esses dados significaram altas de aproximadamente 12% em volume e 24% em valor. Essa diferença nos aumentos de volume e valor se explica pelo aumento do preço médio, que foi de 9% com relação aos valores médios do ano anterior.

Apesar de o leite em pó ter mantido a liderança indiscutível no ranking dos produtos exportados, o maior destaque ocorreu no setor de queijos: até agora em 2005, este setor registrou uma grande expansão de 74% nas vendas em dólares (os leites em pó aumentaram somente 11,5% interanual). Como indicador vale informar que enquanto a participação - medida em valor - dos leites em pó declinou de 74% nos primeiros sete meses de 2004 para 67% em 2005, a de queijos passou de 16% para 23% no mesmo período.

Enquanto os leites em pó geraram um valor de US$ 212,5 milhões no período de janeiro a julho de 2005, os queijos geraram divisas de mais de US$ 71 milhões.

Vale destacar que nos primeiros sete meses deste ano, as pequenas e médias empresas exportadoras de lácteos representaram 55% do total de firmas que venderam queijos (17 sobre um total de 31), uma presença superior do que no setor de leites em pó, que foi de 41% (com 13 firmas sobre um total de 32). Em termos monetários, as pequenas e médias empresas concentraram 27% do valor total exportado em queijos, uma contribuição três vezes superior à correspondente aos leites em pó, que foi da ordem de 9% do valor total.

Quanto aos mercados, no período de janeiro a julho deste ano a Argentina exportou para 106 destinos, dois a mais do que no mesmo período de 2004. Entre esses mercados, o mais destacável foi a recuperação da liderança por parte do Brasil que, com um aumento interanual de 38% em volume, colocou a Argélia em segundo lugar. No caso particular dos queijos, até agora em 2005, foram exportados a 44 mercados, sendo os principais (em volume): Estados Unidos (32%), Rússia (16%), México (10%), Chile (10%) e Croácia (6%). Finalmente, o volume exportado entre janeiro e julho de 2005 representou um total de 1,145 bilhão de litros equivalente de leite, cerca de 22% da produção nacional. Esta relação é 2,2 pontos percentuais superior à registrada no mesmo período do ano anterior.

Recepção de leite na Argentina (em litros)*

Figura 1
NOTA: Os dados são provisórios.
* Recepção total (leite do produtor e de outra origem) de um núcleo de indústrias que, em 2004, representaram aproximadamente 57% da produção nacional.
1 Pode ser parcialmente explicado por flutuações nas compras a terceiros ou na quantidade ou tamanho das propriedades leiteiras da amostra.
2 Em dias constantes.

Recepção acumulada de leite (em milhões de litros)

Figura 2
NOTA: Os dados são provisórios - em dias constantes.
Fonte: Direção da Indústria Alimentícia - Secretaria da Agricultura, Pecuária, Pesca e Alimentação (SAGPyA), sobre a base de dados fornecida pela indústria.

Recepção de leite nas principais indústrias - 2002-2005

Figura 3

Recepção total, número de propriedades leiteiras e entrega diária por propriedade
Variação com relação ao mesmo mês do ano anterior

Figura 4
NOTA: Os dados são provisórios - em dias constantes.
Fonte: Direção da Indústria Alimentícia - Secretaria da Agricultura, Pecuária, Pesca e Alimentação (SAGPyA), sobre a base de dados fornecida pela indústria.

Recepção total, número de propriedades leiteiras e entrega diária por propriedade
Variação interanual 2004-2005

Figura 5
Fonte: Direção da Indústria Alimentícia - Secretaria da Agricultura, Pecuária, Pesca e Alimentação (SAGPyA), sobre a base de dados fornecida pela indústria.

Exportações de lácteos da Argentina 2003-2005 - Totais e Brasil
(a) Em volume

Figura 6
1Em toneladas de peso produto, exceto leite fluido, que foi previamente convertido em equivalente em leite em pó (10%).
Dados provisórios.
A variação acumulada de 2004 foi calculada considerando-se que 2004 é ano bissexto.

(b) Em valor

Figura 7

(c) Preço

Figura 8
Preço médio = valor total / volume total.
Para obter um preço mais representativo, neste caso, o preço está expresso em toneladas de peso produto incluindo o leite fluido.
Fonte: Até junho de 2005: INDEC; Julho: Aduana-AFIP.

Exportações de lácteos da Argentina - 2003 - 2005

Figura 9

Fonte: Direção da Indústria Alimentícia, Secretaria da Agricultura, Pecuária, Pesca e Alimentação (SAGPyA), adaptado por Equipe MilkPoint
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