Argentina: empresas avaliam aumento de impostos

Publicado por: MilkPoint

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As companhias de lácteos da Argentina se mostraram surpresas com a confirmação da intenção do Governo de aumentar de 5% para 15% as retenções de impostos às exportações, com o intuito de segurar o preço do leite no varejo.

Porém, a medida baseada em uma resolução publicada no Boletim Oficial na segunda-feira, não terá um impacto significativo sobre o negócio de grandes empresas de lácteos. Fontes da SanCor disseram que a decisão oficial não modificará a política comercial da companhia.

"O valor histórico de exportação de leite em pó é em torno de US$ 1.750 a tonelada. Hoje se paga US$ 2.200 pelo mesmo volume, de forma que o aumento nos impostos nos reduzirá uma margem de rentabilidade, mas seguirá sendo um excelente negócio exportar", disse o presidente da empresa, Miguel Omar Altuna.

Ele disse que com as restituições às vendas externas, as retenções reais de impostos serão de 10%. Neste sentido, as indústrias receberão US$ 1.980 por tonelada de leite exportado, o que continua sendo um bom negócio para qualquer exportador do setor.

No entanto, resta a questão sobre qual efeito esta medida regressiva terá sobre os preços internos, considerando que o objetivo do Governo é controlar a inflação desestimulando as exportações.

Por um lado, as empresas consultadas consideram que não aumentarão sua oferta no mercado interno, a não ser que a rentabilidade das exportações seja relativamente baixa e esse comércio fique insustentável.

No entanto, os empresários destacaram o efeito que esta medida terá sobre o controle da inflação nos outros produtos, porque a economia tem também pendentes negociações de preços com outros setores que integram a cesta básica e que, coincidentemente, são também importantes exportadores, como os produtores de carne.

"Creio que fomos utilizados como exemplo para que o resto dos setores aceite controles de preços para evitar que sejam afetados seus negócios de exportação", informou um empresário do setor.

O Centro de Indústrias Lácteas (CIL), que reúne a maioria das empresas do setor, não divulgou suas opiniões, mas deixou claro que o impacto seria desigual entre as empresas, dependendo do tamanho e de seu mix comercial. Neste sentido, as empresas menores, que não exportam, seriam as menos afetadas.

Por outro lado, os empresários se mostraram céticos com relação à possibilidade de que esta medida espante investidores. O setor lácteo da Argentina se preparava neste ano para receber investidores de grandes multinacionais interessadas em entrar no negócio local, através de associações estratégicas ou diretamente comprando empresas. O interesse destes grupos seria devido à escassez de matéria-prima que se espera na Europa e nas excelentes condições do setor para exportar da Argentina produtos de qualidade.

Fonte: Infobae (por Vicky Álvarez Benuzzi), adaptado por Equipe MilkPoint
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Aroldo Augusto Martins
AROLDO AUGUSTO MARTINS

EDEALINA - GOIÁS

EM 06/08/2005

A Argentina sabe que a Europa terá sérios problemas por falta de mercadoria, enquanto no Brasil ficamos adiando a normativa 51, reduzindo o preço para o produtor... Que tiro no pé estes empresários estão dando?
Qual a sua dúvida hoje?