Aproleite negocia 80.000 litros diários e quer chegar a 120.000 nesse semestre
Publicado por: MilkPoint
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Porém, poucas vezes essa estrutura funciona por muito tempo, por uma série de razões, entre elas a falta de união que acaba correndo por dentro a iniciativa.
Não parece ser esse o destino da Aproleite, Associação dos Produtores de Leite do Médio Rio Grande, fundada em fevereiro do ano passado e que reúne 56 produtores com produção total de 80.000 litros diários, todos localizados no Sudoeste Mineiro, tendo como núcleo central a cidade de Passos.
"Criamos uma estrutura enxuta, bem organizada e com um estatuto rígido, que não permite, por exemplo, cargos remunerados, pretensões políticas dos diretores e mais de dois mandatos consecutivos na presidência", informa o presidente da Aproleite, Paulo Calixto, químico e economista, produtor de 1.500 litros diários e que tem, em seu currículo, a experiência de ter sido diretor do Grupo Votorantim. Para se ter uma idéia da eficiência da estrutura, a associação gira cerca de R$ 1,5 milhão por mês, tendo um custo fixo de um funcionário que custa aos produtores R$ 600,00 mensais.
Para ele, a visão de que sem união o grupo não tem força é a base do sucesso. O leite, que está sendo negociado com três empresas, a cooperativa CCL, de São Paulo, a Mococa e a Vigor, não tem sido vendido todo pelo mesmo preço, embora essa seja a meta para futuras negociações. A solução, por enquanto, tem sido simples. "Quando um grupo de produtores da associação recebe um preço superior, a diferença é rateada igualitariamente para todos os outros, independentemente do volume de leite", esclarece. "Esse princípio é básico para que o grupo se mantenha unido", constata ele. Apesar da relativa homogeneidade, o que sem dúvida facilita o funcionamento, dos 56 produtores, dois produzem menos de 1000 litros diários (um produz 600 e outro 200 litros por dia) e há quem produza mais de 15.000 litros diários, todos recebendo o mesmo preço após o rateio.
Os 80.000 litros diários foram vendidos em dezembro ao preço médio de R$ 0,55 por litro, sendo este o preço líquido, não entrando o frete, que fica por conta dos laticínios. Segundo ele, no início houve certa desconfiança dos laticínios, mas hoje a relação com os três compradores é boa e transparente.
Calixto vê o mercado como comprador neste momento. "Temos a expectativa de melhorar em pelo menos 2 centavos o preço do leite neste mês, mas brigaremos por 4 centavos", informa. E emenda: "espero que 2005 seja o melhor ano desde quando comecei a produzir, em 1980".
As vantagens não estão apenas na venda do leite: a aquisição de insumos também é muito beneficiada pela negociação em conjunto. Calixto cita como exemplo uma recente compra de 2.000 toneladas de fertilizantes, na qual foram economizados R$ 400.000,00.
A Aproleite produz ração própria na Cooperativa de Alpinópolis, a Cooral, filiada a CCL. A ração é formulada por um nutricionista, levando em conta as necessidades dos associados. "De uma quantidade inicial de 500 toneladas mensais, a Coral passou a bater 3.000 toneladas graças a Aproleite", informa Calixto.
Os produtos veterinários utilizados pela Aproleite são supridos por apenas 3 empresas. Quem coordena e assessora o processo é uma empresa ligada a uma revenda local de equipamentos de ordenha, que mantém uma pessoa de escritório, um veterinário e um nutricionista à disposição dos associados. "Parte (5%) do desconto obtido com os medicamentos vai para essa empresa que nos presta esses serviços. O compromisso é vender ao menor preço do mercado", diz Calixto.
Sobre as possibilidades de crescimento, Calixto foi enfático. "Esperamos ter 120.000 litros diários ainda no primeiro semestre e já estamos estudando os pretendentes", informa.
Fonte: Equipe MilkPoint
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SÃO PAULO - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 26/01/2005
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