Analistas fazem avaliação positiva do mercado em 2004

Publicado por: MilkPoint

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Um ano que começou preocupante para o setor leiteiro, devido à crise da Parmalat, termina com preços bons e exportações em alta. Com isso, as perspectivas para 2005 são otimistas.

Segundo levantamento do Centro de Pesquisa Avançada em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo (Cepea/USP), em média os preços pagos aos produtores foram 3% acima da inflação em 2004. "Nos últimos sete anos, o setor vinha perdendo para a inflação", destaca o pesquisador do Cepea, Leandro Ponchio.

"Os preços superaram as expectativas, mas também tivemos aumento nas rações e nos medicamentos", avalia o pecuarista Vander José de Avelar Júnior, de Patos de Minas (MG). Devido aos preços baixos pagos em 2003, na última safra o fazendeiro diminuiu sua produção de mil para 600 litros por dia. Além disso, passou a não mais só trabalhar com animais puros para diminuir os custos.

Os bons preços atuais pagos aos produtores se devem ao mercado favorável, com aumento nas exportações. Em 2004, pela primeira vez o Brasil se tornou superavitário na balança comercial do leite, com saldo de US$ 5 milhões. Ponchio explica que o superávit ocorreu porque a importação caiu, em virtude do preço do mercado interno ser menor que o externo. Aliado a isso, ele destaca a melhoria da qualidade do produto e o aumento do volume, fazendo com que a sazonalidade diminuísse. Neste ano, a produção nacional de leite chegou a 24 bilhões de litros, acréscimo de 3,4% sobre 2003.

Não só os pecuaristas viveram um ano bom. Para a indústria, apesar da crise da Parmalat, as vendas também foram significativas. O gestor comercial da Elegê Alimentos, José Carlos Aguilera, diz que com as mudanças ocorridas no setor, a empresa passou de uma participação de 6% para 11% do mercado nacional.

Aliado ao crescimento interno, seguindo a tendência do mercado, a empresa passou também a exportar. De agosto a dezembro foram seis mil toneladas de leite em pó, mas para o ano que vem devem ser 12 mil toneladas. Também estão nos planos da Elegê para o próximo ano aumentar o portfólio de produtos fora do Rio Grande do Sul, onde é a sede da empresa, e lançar produtos de maior valor agregado.

Para 2005, a expectativa é que as exportações continuem crescentes. Mas Ponchio diz que as remessas vão cair, aumentando a receita faturada devido à venda de produtos de maior valor agregado. O pesquisador prevê a abertura de novos mercados, entre eles, os Estados Unidos e a União Européia.

A analista da Scot Consultoria, Cristiane de Paula Turco, prevê preços sustentados e aumento do consumo interno em 2005. Segundo ela, as indústrias de longa vida estão terminando o ano com baixos estoques, o que pode favorecer os valores pagos aos pecuaristas no início do próximo ano.

Apesar das perspectivas otimistas, o setor está apreensivo quanto à manutenção das medidas antidumping impostas aos vizinhos Uruguai e Argentina que valem até o início de 2005. O assessor técnico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Marcelo Costa Martins, acrescenta que outra preocupação é quanto à efetiva implantação do programa de melhoria de qualidade do produto e do aumento do custo de produção.

Fonte: Gazeta Mercantil (por Neila Baldi), adaptado por Equipe MilkPoint
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