Em Alagoas, os produtores que não vacinarem seus rebanhos contra a febre aftosa vão sofrer medidas restritivas pela Secretaria Executiva de Agricultura, Irrigação, Pesca e Abastecimento (Seagri) quanto à comercialização de produtos de origem animal. A informação é do diretor de desenvolvimento e extensão rural da Seagri, Hibernon Cavalcante.
Segundo ele, quem não vacinar o gado não vai poder fornecer leite para indústrias e nem destinar animais ao abate. "A medida visa evitar o risco de contaminação pela febre aftosa, o que põe o estado em risco, levando-se em conta aspectos sociais e econômicos. Vacinar é uma obrigação, tanto para o produtor que tem mil cabeças quanto para aquele que só tem uma" diz Hibernon.
A secretaria vai rastrear o criador que não tenha feito a vacinação nos animais e para isso vai contar com o apoio do Ministério Público. A ação, de acordo com Hibernon, reflete a seriedade na busca pela condição de zona livre de febre aftosa, junto ao Mapa.
A primeira etapa da campanha de erradicação da febre aftosa em Alagoas termina amanhã. Depois disso, nenhum produtor poderá adquirir a vacina, nem realizar a vacinação. Alagoas possui um rebanho de cerca de 840 mil cabeças de gado, entre bovinos, ovinos, caprinos e bubalinos. A meta é imunizar, no mínimo, 80% do rebanho em cada município.
Este ano a primeira etapa foi realizada praticamente com recursos próprios do Governo do Estado. Há cerca de um mês, o governo federal anunciou o corte de 80% das verbas que seriam destinadas às ações de sanidade animal, estimadas em R$ 1,7 milhão. Participam da campanha, 28 médicos veterinários e quase todo o corpo técnico da Seagri. Também foram realizados 61 treinamentos de capacitação, em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizado Rural (Senar).
Durante a campanha, somente a revenda das vacinas contra a aftosa fez circular cerca de R$ 1 milhão no mercado de produtos agropecuários.
A exemplo do que ocorreu em anos anteriores, muitos produtores deixam para vacinar o rebanho às vésperas do fim do prazo. Um risco, segundo Hibernon, pelo fato de que o estoque de vacina das lojas geralmente já está baixo nesse período.
Os criadores têm até o dia 10 de maio para declarar a vacinação. A partir daí, a Seagri vai saber quem vacinou e quem não vacinou. "Nos anos anteriores, as campanhas tinham um caráter mais educativo. Mas chega um momento em que precisamos ser mais enérgicos, para tirar o estado dessa posição incômoda", completa Hibernon.
Alagoas não registra casos de aftosa há mais de seis anos, ainda assim é considerada zona de risco desconhecido, o que prejudica a comercialização de produtos de origem animal e põe em risco até mesmo o escoamento da produção agrícola de Alagoas. "Cada vez mais os mercados, principalmente os internacionais, criam barreiras protecionistas e o fato de estarmos nessa condição é um agravante para toda a nossa agricultura, inclusive a cana-de-açúcar", enfatiza.
Fonte: Tribuna de Alagoas, adaptado por Equipe MilkPoint
AL: Punição para quem não vacinar rebanho contra aftosa
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