ABARE: Previsões para o mercado internacional de lácteos em 2005
Publicado por: MilkPoint
Publicado em: - 4 minutos de leitura
O relatório confirma como a última década foi difícil para os produtores de leite e analisa diferentes sistemas de produção. A produção de leite deverá ficar levemente inferior do que a de 2003/2004 no próximo ano fiscal na maioria dos estados, exceto em Victoria. Os dados disponíveis até agora para 2004/2005 sugerem que a produção de leite Queensland e New South Wales (NSW) está significativamente menor e, nos estados restantes, a produção está levemente menor.
Dados de modelos climáticos da Agência de Meteorologia estão indicando um risco maior de chuvas abaixo da média e temperaturas acima da média em muitas partes do sudeste da Austrália durante o último trimestre do ano, embora não exatamente apontando para um evento completo do El Niño. Todos os modelos estão, atualmente, prevendo que condições neutras retornarão em abril de 2005.
A previsão sobre os preços dos grãos continua parecendo promissora para os produtores de lácteos da Austrália, mas não para os produtores de grãos. A maior oferta global (com boas colheitas registradas nos Estados Unidos, Canadá, Rússia e grande parte da Europa) e uma falta de demanda de exportação são fatores que estão contribuindo para aumentar a oferta e pressionando para baixo os preços globais do trigo.
No mercado internacional de lácteos, os preços ainda estão altos à medida que o mercado permanece pressionado. Os preços internacionais de manteiga e leite em pó estão em seus níveis mais altos da década, enquanto os preços internacionais dos queijos permanecem em níveis históricos.
Desde janeiro, as melhores condições econômicas na Ásia impulsionaram as exportações de lácteos a essa região. Em particular, a demanda na China por leite em pó tem se desenvolvido firmemente e a demanda do Japão por queijos está mais forte do que no ano anterior. Apesar de as exportações de lácteos para a Rússia estarem mostrando alguns sinais de desaceleração, o comércio de manteiga e queijos com este país ainda está mais forte do que no ano anterior.
Os preços mundiais de lácteos estão sendo apoiados pelo firme mercado interno de lácteos na União Européia (UE). Considerando que a oferta de outros fornecedores globais está mais estreita, como é o caso da Austrália e da Nova Zelândia, os maiores preços de exportação fora da Europa estão servindo de base para os preços mundiais.
A valorização do Euro contra o dólar dos EUA tem colocado uma pressão de alta nas ofertas de exportação da Europa em termos de dólar norte-americano. Acompanhado por cortes significativos nos subsídios de exportação para a maioria dos produtos lácteos, isso tem servido de cenário para os maiores preços de exportação oferecidos fora da UE e, desta forma, para os maiores preços internacionais de lácteos. Isso é o que deverá ocorrer nos próximos meses.
Tendo agora passado seu pico estacional de produção, alguns dos maiores produtores de lácteos da UE têm tido menos leite disponível para processamento de commodities lácteas. Isso tem contribuído para um balanço apertado no mercado doméstico da UE e, desta forma, com os firmes preços dos lácteos no atacado. Entretanto, existe uma chance de que os preços domésticos no atacado sejam pressionados para baixo pelas vendas de manteiga e leite em pó desnatado pela intervenção do governo nos próximos meses. Os estoques comerciais e governamentais de commodities lácteas na UE, particularmente de manteiga e leite em pó desnatado, estão menores do que o normal.
Além disso, a grande atividade de exportação da UE, que tem sido mais forte do que o normal, devido à reduzida competição, deverá continuar até que a Austrália e a Nova Zelândia comecem a reconstruir suas ofertas de lácteos. De forma geral, isso contribuirá para um melhor balanço no mercado doméstico da UE.
Nos próximos seis meses, com o mercado internacional de lácteos bastante equilibrado pela primeira vez em anos, os preços deverão permanecer fortes no começo de 2005. Apesar de haver uma expectativa de que os preços internacionais dos lácteos poderão reduzir, à medida que os compradores estão resistentes aos atuais altos preços, os estoques de produtos lácteos fora da Austrália e da Nova Zelândia poderão estabilizar os preços nos próximos seis meses.
O crescimento econômico na Ásia, principalmente liderado pelas melhores condições na China e no Japão, deverá continuar nos próximos meses. Isso garantirá que as exportações de lácteos à região permaneçam fortes. O único lado ruim disso poderá ser uma desaceleração na recuperação econômica dos EUA, que teria então um efeito na região asiática.
A pressão sobre a UE para a redução dos subsídios agrícolas poderá levar a cortes nestes subsídios.
Em 2005, os exportadores da Austrália aproveitarão as vantagens dos maiores acessos obtidos aos produtores lácteos nos mercados da Tailândia e dos EUA pelos acordos de Livre Comércio fechados com os dois países.
Fonte: Yourguide.com.au, adaptado por Equipe MilkPoint
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