ESQUECI MINHA SENHA CONTINUAR COM O FACEBOOK SOU UM NOVO USUÁRIO
FAÇA SEU LOGIN E ACESSE CONTEÚDOS EXCLUSIVOS

Acesso a matérias, novidades por newsletter, interação com as notícias e muito mais.

ENTRAR SOU UM NOVO USUÁRIO
Buscar

NRC 2021: alterações das exigências de proteína metabolizável e aminoácidos

FAMÍLIA DO LEITE

EM 07/10/2022

5 MIN DE LEITURA

0
5

Atualizado em 05/10/2022

Ocorreram inúmeras mudanças no NRC (2021), e umas delas foi no fornecimento de proteína metabolizável e na maneira de detalhar mais a fundo o fornecimento de aminoácidos.

A Proteína Metabolizável (Pmet) pode ser definida como o total de aminoácidos absorvíveis no intestino delgado, provenientes da digestão intestinal da proteína microbiana e da proteína não degradável no rúmen.

Os aminoácidos (AA) são frações menores e constituintes das proteínas e são diferentemente produzidos por distintos microrganismos ruminais assim como sua composição nos alimentos fornecidos possui uma grande variação.

Nesse artigo, iremos abordar as principais diferenças destes dois componentes no NRC (2021) em relação ao NRC (2001).

Para calcularmos a proteína metabolizável precisamos primeiramente descontar o N endógeno do fluxo duodenal, e assim ficarmos apenas com a parte de proteínas que vieram da dieta. O N endógeno é calculado a partir de uma fórmula que é dependente do consumo de matéria seca (CMS).

Depois, para a calcular a proteína metabolizável necessitaremos retomar os conceitos de PDR e PNDR. A PDR ou proteína degradável no rúmen considera a parte da proteína que é utilizada e digerida pelos microrganismos do rúmen, transformada em proteína microbiana (Pmic) e depois em Pmet. Essa é geralmente a principal fonte de proteína metabolizável, apesar de sua taxa de conversão ser menos eficiente, sendo 65,9%.

A parte de PNDR, ou proteína não degradável no rúmen, considera-se a parte de proteína que é degradada no abomaso pelo animal, sua eficiência de transformação para Pmet é maior que a da PDR com 82,4% de eficiência e varia de acordo com os dados contidos no NRC (2021) para digestibilidade de PNDR de cada alimento distinto.

Já a parte de cálculos de PDR e PNDR foi alterada no NRC (2021) com a justificativa de que as antigas equações possuíam grandes erros em estimar N amoniacal e N microbiano. Diversas experimentações foram atualizadas e a equação final do NRC (2021) considera a taxa de passagem (Kp) como um valor fixo. Essa parte também sofreu diversas críticas, já que sabemos que o consumo e o tipo de alimento alteram tanto as taxas de digestão, quanto a taxa de passagem.

Para calcular corretamente a exigência de PNDR necessitamos fazer cálculos precisos de conversão de PDR para Pmic, para assim, estimarmos o que necessitamos complementar. Nessa parte de cálculo também tivemos alteração, onde deveremos considerar o nitrogênio ureico no leite (NUL), já que a utilização do balanço aparente ruminal, como se fazia antes, foi associado a erros.

Outra mudança importante, é que o NRC (2021) não utiliza mais os nutrientes digestíveis totais (NDT) para calcular a Pmic. Mudança importante, pois algumas frações do NDT, como o extrato etéreo (EE), não eram aproveitados para a síntese de Pmic como fonte de energia. Em substituição, o novo cálculo de Pmic utiliza a FDN e o amido, o que é um grande ganho para o modelo de cálculo já que se sabe que essas duas frações produzem quantidades distintas de Pmic dependendo de sua qualidade, e tudo isso era desconsiderado no modelo de cálculos de 2001.

A recomendação de PDR também aumentou no NRC (2021), e agora utilizamos valores referência entre 10 e 12% da matéria seca (MS). Para o cálculo da PNDR é utilizado a digestibilidade da PNDR, que varia por alimento.

Além disso, algumas mudanças foram adotadas nas taxas de conversão de Pmic para proteína verdadeira e, consequentemente, de Pmic para Pmet, possuindo uma eficiência maior desse processo de conversão do que o valor que era usado antigamente no NRC (2001) (82,4 vs. 81,0% e 65,9 vs. 64,0%, respectivamente).

A principal diferença na parte de aminoácidos é a consideração da exigência de aminoácidos específicos e não só de proteína. Esse tipo de fator já era considerado nas exigências de monogástricos há muito tempo, e agora ganha destaque para a exigência de vacas leiteiras. Um dos principais desafios para se calcular a exigência de AA para ruminantes é a exata composição da Pmic.

O NRC (2021) dividiu os microrganismos ruminais em três grupos que povoam o trato ruminal aproximadamente nas seguintes porcentagens: bactérias associadas a partícula (33,4%), bactéria associada ao líquido (50,1%) e protozoários (16,5%).

Já se sabe que a percentagem de cada um desses microrganismos é alterada no rúmen de acordo com a dieta, produzindo assim um perfil de aminoácidos diferente. Um exemplo disso são os protozoários, que são compostos por uma quantidade maior de lisina, aminoácido de alta exigência para vacas leiteiras. Ainda, por falta de mais estudos nessa área, esse importante detalhe ainda não é considerado no cálculo.

Para o cálculo de necessidade de AA, dependemos também da composição de outros elementos proteicos. Para isso, o NRC (2021) lançou uma composição padrão para ser utilizada como valor de proteína endógena, proteína microbiana, descamação, corpo vazio, metabolito fecal e leite. Assim, junto com a composição de aminoácidos da dieta, é possível calcular o requerimento de aminoácidos.

Diversas mudanças aconteceram no NRC (2021) na parte de Pmet e AA. Mudou-se a forma de se calcular PDR e a taxas de conversão dessa a proteína verdadeira e Pmet. As taxas de kp voltaram a ser valores fixos. Além disso, aumentou a importância do NUL, sendo esse utilizado no lugar do balanço aparente ruminal.

Para a predição da Pmic se utiliza-se agora FDN e amido. Nesta nova versão, recomenda-se a utilização da exigência de aminoácidos e esses valores podem nos ajudar a formular dietas que incluam aminoácidos sintéticos, o que nos permitiria substituir mais alimentos e formular dietas mais baratas.

Podemos dizer que muitas mudanças foram questionadas, porém, em geral, esses parâmetros alterados irão trazer muitos benefícios para a predição de proteína metabolizável e aminoácidos.

Gostou do conteúdo? Deixe seu like e seu comentário, isso nos ajuda a saber que conteúdos são mais interessantes para você.

Autores

Gustavo Campos Bueno Dias¹,
Kélvia Xavier Costa Ramos Neto²,
Polyana Pizzi Rotta3

¹Mestrando em Epidemiologia Aplicada às Zoonoses-VPS-FMVZ-USP
² Mestranda em Ciência e Tecnologia do Leite e Derivados- UFJF/EMBRAPA/ILCT-EPAMIG,
3Professora Departamento de Zootecnia UFV

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

NATIONAL RESEARCH COUNCIL. Nutrient requirements of dairy cattle. 7th ed. Washington, D.C.: National Academy Press, 2001. 381p.

NATIONAL ACADEMIES OF SCIENCES, ENGINEERING, AND MEDICINE – NASEM. Nutrient requirements of dairy cattle. 8 ed. Washington: National Academies Press, 2021. 365p. (prepublication copy).

 

0

DEIXE SUA OPINIÃO SOBRE ESSE ARTIGO! SEGUIR COMENTÁRIOS

5000 caracteres restantes
ANEXAR IMAGEM
ANEXAR IMAGEM

Selecione a imagem

INSERIR VÍDEO
INSERIR VÍDEO

Copie o endereço (URL) do vídeo, direto da barra de endereços de seu navegador, e cole-a abaixo:

Todos os comentários são moderados pela equipe MilkPoint, e as opiniões aqui expressas são de responsabilidade exclusiva dos leitores. Contamos com sua colaboração. Obrigado.

SEU COMENTÁRIO FOI ENVIADO COM SUCESSO!

Você pode fazer mais comentários se desejar. Eles serão publicados após a analise da nossa equipe.

Assine nossa newsletter

E fique por dentro de todas as novidades do MilkPoint diretamente no seu e-mail

Obrigado! agora só falta confirmar seu e-mail.
Você receberá uma mensagem no e-mail indicado, com as instruções a serem seguidas.

Você já está logado com o e-mail informado.
Caso deseje alterar as opções de recebimento das newsletter, acesse o seu painel de controle.

MilkPoint Logo MilkPoint Ventures