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IBGE: primeiro semestre fecha com forte queda na captação de leite

POR MATHEUS NAPOLITANO

E TIAGO DA CUNHA FARIA

PANORAMA DE MERCADO

EM 08/09/2022

3 MIN DE LEITURA

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Atualizado em 08/09/2022

Os dados da Pesquisa Trimestral do Leite do IBGE para o segundo trimestre de 2022, divulgados nesta terça-feira (06/09) apontam uma queda de aproximadamente 7,6% na captação de leite cru resfriado, em relação ao mesmo período de 2021, como mostra o gráfico 1.

Gráfico 1. Captação formal: Variação em relação ao mesmo trimestre do ano anterior (T2 2022 x T2 2021).

IBGE
Fonte: Elaborado pelo MilkPoint Mercado com base em dados do IBGE, 2022.

Dessa forma, após apresentar a maior variação negativa da série histórica para o 1º trimestre (-9,9%), a captação do segundo trimestre também seguiu bem abaixo do mesmo período do ano anterior, mas com uma diferença menor (-7,6%). Assim, na somatória dos dois trimestres, confirmou-se também a maior variação negativa semestral da série do IBGE, conforme podemos ver no gráfico abaixo.
 

Gráfico 2. Captação formal: Variação em relação ao mesmo semestre do ano anterior (S1 2022 x S1 2021).


Fonte: Elaborado pelo MilkPoint Mercado com base em dados do IBGE, 2022.

Grandes estados produtores sofreram redução no volume captado entre o segundo trimestre de 2022 e o mesmo período de 2021. São Paulo teve o maior recuo, com aproximadamente -18,7%, seguido de Goiás, com -17,0%, Rio Grande do Sul, -8,8%, Minas Gerais, -6,6%, Paraná com -2,7% e Santa Catarina, sendo o único estado, dentro os maiores produtores a apresentar variação positiva, de +2,7%, conforme demonstrado no gráfico a seguir.

Gráfico 3. Variação na captação formal dos principais estados produtores entre o segundo trimestre de 2022 e o mesmo período de 2021.

IBGE
Fonte: Elaborado pelo MilkPoint Mercado com base em dados do IBGE, 2022.

Um fator que contribuiu para este cenário foi o recuo da rentabilidade ao produtor, desde o 4º trimestre de 2021 até o 1º trimestre de 2022, avaliado pelo indicador RMCR (Receita Menos Custo de Ração), impulsionado pelo aumento nos custos de produção, nos meses analisados em questão.

Gráfico 4. Receita Menos Custo de Ração (RMCR)

IBGE
Fonte: Elaborado pelo MilkPoint Mercado.

Esse período mais desafiador para o produtor de leite, a partir do segundo semestre de 2021, desestimulou à produção nos meses iniciais de 2022, com grande número de produtores saindo da atividade e com os remanescentes menos incentivados a investirem em seus negócios.

Além disso, nesse mesmo período, a conjuntura econômica, com aumento da inflação aos consumidores, queda no rendimento das famílias e diminuição da intenção de consumo - comprometeu fortemente o poder de compra da população entre 2020 e início de 2022, impedindo aumento dos preços dos lácteos (e consequentemente do leite matéria-prima) na mesma proporção da elevação dos custos de produção.

Gráfico 5. Intenção de Consumo das Famílias (Fecomércio-SP).

IBGE
Fonte: Elaborado pelo MilkPoint Mercado com base em dados do IBGE. 

Em contrapartida, nos últimos meses, fatores econômicos estão passando por um cenário mais favorável. Como vemos no gráfico anterior, o índice de Intenção do Consumo das Famílias vem se elevando, o que demonstra uma reação por parte da demanda.

A taxa de desemprego atingiu o menor patamar dos últimos anos. E o Rendimento Médio das Famílias voltou a crescer. Caso essa recuperação se concretize e persista, refletindo no mercado, também pode favorecer a cadeia produtiva leiteira no 2º semestre.

Além disso, nos últimos meses, vimos um cenário mais favorável à produção de leite, com o preço do leite e rentabilidade do produtor atingindo patamares recordes. Dessa forma, esse recente momento mais positivo, deve refletir em melhora na produção para a segunda metade do ano.

Um ponto de atenção para os próximos meses é a persistência do La Niña, que comprometeu a produção ao final de 2021, e pode persistir, pela terceira vez consecutiva, ao final deste ano, podendo causar prejuízos às produções.

Gráfico 6. Probabilidade de ocorrência dos fenômenos ENOS (atualizado em 06/09/2022).

IBGE
Fonte: NOAA, 2022.

Sendo assim, a primeira metade de 2022 apresenta resultado ruim para oferta de leite, com uma disponibilidade prejudicada, refletindo um cenário difícil enfrentando desde 2021.

Para a segunda metade do ano, a expectativa ainda é de uma oferta menor que nos anteriores, mas, “menos pior” do que a observada para o primeiro semestre – tanto devido aos estímulos recentes à produção, como aumento dos preços do leite; como também, devido a base comparativa do segundo semestre de 2021 ser menor (o segundo semestre de 2021 já foi abaixo dos anos anteriores).

(Observação: em cada divulgação o IBGE revisa os dados divulgados para os períodos anteriores, podendo ocorrer pequenas mudanças nos números. Nesta pesquisa, por exemplo, o IBGE apontava queda de 10,3% na captação do 1º trimestre. Após revisão e na divulgação atual, a variação apontada é de -9,9%)

MilkPoint Mercado

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EDIANE GILVANO ANTONIAZZI

EM 09/09/2022

Desse geito vamos quebrar como vamos se manter com preço baixo e custo alto pra produzir 😭😭😭
NELI EICHLER

INDÚSTRIA DE INSUMOS PARA LATICÍNIOS

EM 08/09/2022

Que legal poder ler essa notícia
FABRICIO MUNSBERG

CERRITO - RIO GRANDE DO SUL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 08/09/2022

Com tudo isso, o preço aqui, metade sul do RS, caiu 20% no leite entregue em agosto. É difícil aguentar uma queda de 0,60 centavos. Isso de surpresa ainda, porque empresa nenhuma avisa qual será o preço.

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