Hoje quem conta sua história no Especial Região Sul é o Daniel Cichelero, um dos proprietários da Granja Cichelero, a primeira propriedade no Brasil a implementar o sistema de ordenha voluntário para a produção de queijos. A propriedade - que possui mais de 100 anos - está localizada no município de Carlos Barbosa/RS e conta com cerca de 60 hectares de terra, sendo 15 destinados à pastagem.
Daniel Cichelero. Fonte: cedida pela Família Cichelero.
Quando os avós do Daniel cuidavam das terras, a principal atividade era o cultivo de batata inglesa, seguida da pecuária leiteira. Com a crise da batata no final dos anos 90, o leite passou a ser o foco na Granja. Os cuidados e investimentos foram passados pelas gerações até os proprietários atuais.
Até o ano de 2002, todo o leite produzido era entregue a uma cooperativa. Contudo, desmotivados com o baixo preço do leite pago pelos laticínios e cooperativas, decidiram industrializar uma parte da produção. O leite começou a ser processado no porão da residência e o resultado foi surpreendente: os queijos produzidos tiveram boa aceitação pelos consumidores! Então decidiram investir em agregação de valor ao produto.
Fonte: cedida pela Família Cichelero
Primeiramente, foi produzido somente queijo colonial. Hoje, são produzidos 17 tipos de queijo, como colonial sem lactose, coalho, Gruyere e ricota, dentre outros. Como os negócios estavam rendendo, em 2003 os Cichelero construíram um laticínio para formalizar a atividade, oferecendo produtos de alta qualidade. Atualmente a empresa conta com 21 colaboradores, atuando na queijaria e na produção de leite.
Fonte: cedida pela Família Cichelero
O setor produtivo da granja conta atualmente com 316 cabeças de gado (90% Holandesas e 10% Jersey), estando 140 em lactação, alojadas em confinamento. A média de produção por animal é de 40 litros/dia, resultando em 5.600 litros destinados à produção de queijo diariamente.
Fonte: cedida pela Família Cichelero
Como já mencionado, a propriedade utiliza sistema de ordenha voluntário, que foi implementado em 2016. “Em 2012 começou-se a fazer 3 ordenhas diárias a fim de aumentar a produção e isso fez com que a propriedade necessitasse de mais mão-de-obra externa, gerando maior custo. Com a dificuldade de conseguir essa mão-de-obra qualificada e devido à alta rotatividade de funcionários em função da escala de trabalho, optou-se pela implantação da ordenha robótica”, explicou Daniel.
Fonte: cedida pela Família Cichelero
O leite é direcionado diretamente para o resfriador, depois para o pasteurizador e, por fim, para o tanque de fabricação dos queijos, tornando dispensável o manuseio humano nessas etapas consideradas críticas. “Com a ordenha robô, observou-se uma redução muito significativa da contagem de células somáticas (CCS) e da contagem bacteriana total (CBT). Como o sistema analisa o leite individualmente por teto, consegue-se ter um controle maior e mais eficiente. Além disso, houve uma grande melhora na sanidade, aumento na longevidade do rebanho e percebeu-se também que os animais ficam mais tranquilos. É um sistema com custo alto de aquisição, mas funciona muito bem e tende a ter um bom retorno ao longo dos anos”, comentou.
Além da produção de leite e elaboração de queijos, a Granja também produz o alimento do gado. Como volumosos, utiliza-se pré-secado em bolas de azevém e silagem de milho. No entanto, segundo Daniel, apesar do clima ameno do Rio Grande do Sul beneficiar a produção de leite, a produção de alimentos é levemente desfavorecida devido ao relevo do solo.
Fonte: cedida pela Família Cichelero
Mas os investimentos e tecnologias não acabam por aí. A propriedade conta também com um alimentador automático de bezerras, sala de pré-parto, sistema de ventilação cruzada, laboratório para análise físico-química e microbiológica do leite e equipamentos modernos para a produção de queijos.
Fonte: cedida pela Família Cichelero
Perguntamos para o Daniel como se deu a sucessão familiar na Granja: “Com certeza, nossos pais nos ensinaram a trabalhar e gostar deste ramo. É o que sabemos fazer desde pequenos. Eu e meu irmão Evandro crescemos vendo eles trabalharem, ajudando-os sempre na lida e assim 'tomamos gosto pela coisa'. Nunca pensamos em mudar de ramo ou seguir outra profissão. É uma forma de valorizar nossos antepassados e o trabalho que eles vieram e vêm desenvolvendo junto à propriedade durante todos estes anos”, respondeu.
Fonte: cedida pela Família Cichelero
Apesar dos diversos avanços nos últimos anos, a família Cichelero pretende continuar inovando e produzindo lácteos diferenciados dos que se encontra comumente no mercado, assim como foram ensinados, priorizando a qualidade dos produtos.
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