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O mercado de silagem de milho no Brasil

POR JOÃO RICARDO ALVES PEREIRA

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 14/06/2013

6 MIN DE LEITURA

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Por *João Ricardo Alves Pereira

Nos últimos anos não foram poucas as transformações da cadeia produtiva. A produção sempre aumentou. O notável crescimento da produção de grãos, principalmente da soja, tem sido a alavanca no processo de transformação do agronegócio brasileiro. A expansão das áreas cultivadas de soja “empurram” a pecuária para sistemas de produção mais intensivos e a transformação de insumos em leite e carne de forma economicamente eficiente ocupa rapidamente o lugar da pecuária de baixa produtividade, onde não se consegue produção em escala e padrões mínimos de qualidade para agregação de valor.

A silagem de milho é o principal volumoso empregado nos sistemas mais intensivos de produção de carne e, principalmente, de leite. Dados apresentados pelo MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) no 5o Fórum do Milho, durante a Expodireto Cotrijal 2013, revelam que a área de lavoura destinada à produção de silagem é de cerca de 2,25 milhões de hectares, algo em torno de 15% da área total cultivada de milho no país. No estado de Santa Catarina, por exemplo, mais de 60% das lavouras de milho já são destinadas a ensilagem, implicando, entre outros fatores, para a menor oferta de milho grão no estado.

A produção de leite é o principal indicador do mercado de silagem de milho no Brasil. Concentradas nas regiões sul e sudeste do país, é justamente nessas regiões de maior produção de leite que se encontram as maiores áreas de produção de silagem. Na Figura 1 se observa a distribuição geográfica das áreas com maior volume de produção, que foram separadas em quatro grandes regiões produtoras de leite. Nota-se a concentração de bacias leiteiras na região oeste dos estados do sul. Alguns fatores contribuem para essa concentração e o primeiro deles é o tamanho das propriedades. Sem grandes áreas, é preciso diversificar, pois o leite é uma fonte de renda mensal. Além disso, há a organização das famílias. O segundo fator é que os pecuaristas são agricultores natos. Essa cultura de produzir alimentos para o gado faz com que se tenha maior estabilidade e menores custos na produção.
 

 
Como exemplos, no estado do Rio Grande do Sul o aumento na produção de leite foi de 66,5% em oito anos, que passou de 2,36 bilhões de litros em 2004 para 3,93 bilhões no ano passado. Há 30 anos, a bacia leiteira estava concentrada no sul do estado e na região metropolitana de Porto Alegre. Hoje, apenas 90 municípios não investem na atividade. Em Santa Catarina, segundo a CIDASC, o estado já é o quinto maior do Brasil, com participação de 7,9% no mercado nacional. Em 2012, a produção total de leite foi de mais 2,6 bilhões de litros. Cerca de 70% do leite produzido, 1,8 bilhão de litros por ano, são provenientes da região oeste, que há oito anos respondia apenas por 30% da produção estadual. Segundo a Leite Brasil, o Estado consolidou-se como o sexto do país em participação na industrialização dos laticínios (8,2%). De 2007 a 2011, enquanto o ritmo de avanço da industrialização do leite no Brasil foi de 5,5% ao ano, Santa Catarina registrou crescimento de 13% ao ano, no mesmo período.

A escolha do híbrido ideal para produção de silagem pelos produtores, cada vez mais, recai sobre a melhor opção agronômica para o planejamento alimentar do rebanho. Fatores intrínsecos à planta como altura, digestibilidade da fibra, textura de grão, etc., tornam-se ainda mais secundários se não estiverem associados a maiores produtividades. Na prática, o produtor precisa produzir mais forragem (silagem de milho e outras culturas sucessivas) na mesma área disponível. Com isso a palavra chave na escolha do híbrido tem sido “precocidade”. Como se pode observar no Gráfico 1, a área plantada de milho safrinha (segunda safra) praticamente dobrou nos últimos 10 anos. Assim, cresce de maneira significativa a produção de silagem de milho proveniente desta segunda safra. Tradicionalmente, temos a segunda safra de milho após a cultura da soja, praticada no oeste paranaense e no centro-oeste do país; a segunda safra de milho em sucessão ao milho, muito comum entre os produtores de leite que precisam de maiores quantidades de silagem ou mesmo grão em pequenas áreas; e, mais recentemente, começamos a assistir a “safinha invertida”, que é o cultivo da soja em sucessão ao milho, prática crescente na região sul.

A colheita mais rápida da lavoura de milho para silagem, além da precocidade do híbrido, tem como desafio a manutenção de condições mais adequadas ao cultivo, principalmente quanto ao controle de pragas e doenças. Nesse sentido, a adoção da biotecnologia por parte dos produtores de leite, principalmente dos pequenos, foi vertiginosa. Com menos recursos técnicos (equipamentos e informações) o cultivo de híbridos mais tolerantes ao ataque de lagartas e resistentes a alguns herbicidas foi a ferramenta encontrada para amenizar os prejuízos na lavoura e melhorar a qualidade da silagem.

O Brasil ocupa o segundo lugar no ranking de área plantada com transgênicos, atrás apenas dos Estados Unidos, embora a diferença entre os dois países venha diminuindo gradativamente ao longo dos anos. A agricultura brasileira em 2012, pelo quarto ano consecutivo, foi a que mais impulsionou o crescimento mundial da área plantada com variedades geneticamente modificadas, com ampliação de 21% em comparação com o ano anterior. Foram cultivados 36,6 milhões de hectares, um incremento de 6,3 milhões de hectares, segundo o Conselho de Informações sobre Biotecnologia (CIB).

Gráfico 1. Evolução da área plantada de milho no Brasil.

Fonte: Pioneer Sementes

A terceirização dos serviços tem sido a forma encontrada pelos produtores para se ter agilidade na colheita da silagem em virtude da menor janela de corte dos híbridos mais precoces. Do ponto de vista financeiro a vantagem para o produtor que contrata esses serviços é a redução nos investimentos para aquisição e custos com depreciação e manutenção dos implementos. Maquinas forrageiras de grande porte (auto-propelidas) têm maior eficiência operacional, possibilitando uma colheita mais rápida dentro do momento ideal para corte, menor tempo para enchimento e fechamento do silo e, eventualmente, maior disponibilidade de tratores para compactação, contribuindo para a qualidade da silagem produzida. Informações levantadas junto as principais marcas e prestadores de serviços revelaram que teremos cerca de 200 máquinas forrageiras auto-propelidas trabalhando na safra de silagem 2013/14. A região sul concentra mais de 60% das empresas prestadoras de serviços de colheita, seguida pelo triângulo mineiro, com cerca de 25%.

Contudo, o segmento onde ainda predomina a terceirização nos serviços de colheita de silagem de milho é o de forrageiras acopladas (ensiladeiras de uma ou duas linhas). Programas governamentais de financiamento vêm promovendo a renovação do parque de máquinas (Gráfico 2), principalmente por pequenos e médios produtores. Levantamentos feitos nos estados do Paraná e Santa Catarina mostraram que mais de 60% da silagem de milho é colhida por terceiros, como patrulhas agrícolas, prefeituras e mesmo outros produtores que prestam serviços. Somente nos últimos três anos, foram comercializadas no país mais de 20.000 forrageiras acopladas e exportadas mais de 5.000 unidades.

Gráfico 2 – Evolução de vendas de tratores e colheitadeiras

Fonte: Pioneer Sementes

 



Este conteúdo é patrocinado pelas empresas Pioneer e Nogueira.



JOÃO RICARDO ALVES PEREIRA

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PONTA GROSSA - PARANÁ - PESQUISA/ENSINO

EM 19/06/2013

Muito boas suas considerações Dimas.
Boa parte da silagem está na safra de verão, embora seja crescente a produção de silagem na segunda safra, seja pela opção do plantio de soja ou mesmo de uma segunda safra de milho.
Isso faz com que os desafios agronômicos, principalmente fitossanitários, sejam grandes.
Conto sempre com suas contribuições.
Grande abraço
DIMAS ANTONIO DEL BOSCO CARDOSO

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - INDÚSTRIA DE INSUMOS PARA A PRODUÇÃO

EM 19/06/2013

Excelente iniciativa, podemos ver como anda este importante mercado, pois com esta área de 2,25 M ha 15% do milho cultivado, na verdade, se olharmos sómente na área de milho verão em relação à safrinha, onde ocorrem a maioria dos plantios para silagem, a participação é bem maior, aprox. 35%.
Muito importante este segmento de mercado.
Abraço
Dimas Cardoso
DIEGO DE OLIVEIRA CARVALHO

SETE LAGOAS - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 18/06/2013

Excelente texto! Parabéns! Na expectativa para os demais!
Abraços!
AGRIMILK

PONTA GROSSA - PARANÁ - PESQUISA/ENSINO

EM 18/06/2013

Obrigado pelas considerações!

Minha sugestão é que na avaliação de custo de volumosos não considere somente a produção de massa verde (volume) por área. Avalie a produção de energia (EL ou mesmo NDT) por área/safra da cultura. Num segundo momento, quanto será necessário adicionar de alimento concentrado para atender as exigências da vaca para uma determinada produtividade. Lembre que se o custo da cultura é elevado o custo do grão produzido tende a aumentar.

Concordo também que a Cana de açucar é uma opção bastante interessante para determinados sistemas de produção, mas nesse artigo eu abordei somente a cultura do milho.

Conto com participação de vocês!

Abraço
SANTO OLIVATTO

IPUÃ - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 18/06/2013

Realmente o milho e o volumoso mais consumido entre os produtores de leite no Brasil,porem, esta se tornando muito caro, custo muito alto, entendo que devemos encontrar uma nova forrageira o mais rapido possivel, tipo cana de açucar--ureia produz um volume maior por area e sendo bem conduzido fica legal. VAMOS PENSAR.
RAFAEL MARTINS GARCIA

SÃO GOTARDO - MINAS GERAIS - INDÚSTRIA DE INSUMOS PARA A PRODUÇÃO

EM 18/06/2013

Parabéns pelo texto! Linguagem clara para um assunto de grandiosa importância!

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