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Situação atual da mastite: estamos no controle?

POR CLÍNICA DO LEITE

CLÍNICA DO LEITE/AGRO+LEAN

EM 11/04/2016

3 MIN DE LEITURA

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Laerte Dagher Cassoli
Gerente Técnico da Clínica do Leite

Nos dias 17 e 18 de Março, reunimos em Piracicaba/SP, representantes de 17 indústrias para discutir o tema qualidade, com foco em programas de melhoria da qualidade do leite e controle da mastite. Foram dois dias muito produtivos, em que inicialmente apresentamos o cenário atual e evolução da contagem de células somáticas, o principal indicador da prevalência de mastite nos rebanhos

[clique aqui para saber como foi o encontro]

Umas das últimas publicações da Clínica do Leite sobre o tema foi em Julho de 2014, mês da Copa do Mundo e dos novos limites da IN-62. A partir daquele momento, a CCS máxima para as regiões Sul, Sudeste e Centro Oeste passou a ser de 500 mil céls./ml (média geométrica dos resultados de 3 meses). Na ocasião, constatamos que com o novo limite de 500 mil céls./ml, teríamos cerca de 34% de produtores não conformes. Da mesma forma, fazendo projeção para limite de 400 mil céls./ml que passará a vigorar em Julho de 2016, esse número saltaria para 45% [clique aqui para reler o artigo completo]

Afinal, quais foram os avanços nos últimos anos? Estamos de fato controlando a mastite ?

Para responder a esta pergunta, utilizamos o banco de dados da Clínica do Leite, que contempla informações de quase 44 mil produtores de leite de 422 indústrias de laticínios, localizadas nos estados de SP, MG, ES, RJ, BA, CE, GO, MS, GO, e PR.

O primeiro indicador que podemos analisar é a média geométrica da CCS dos produtores, numa série histórica de 10 anos, apresentado no gráfico abaixo:

Gráfico 1 – Média geométrica da CCS dos produtores, no período de 2006 a 2016.

O primeiro fato que podemos observar nesta séria histórica é que existe forte tendência de aumento da CCS nos últimos 3 anos. Somente entre os anos de 2013 e 2015, houve aumento de 50 mil células, sendo a média anual de 351 e 400 mil céls/ml, respectivamente.

O número de produtores avaliados em 2015 foi 10% superior em relação a 2013 (40 x 44 mil). Ou seja, não estamos comparando exatamente o mesmo grupo de produtores nos 2 períodos, o que eventualmente pode explicar parte desta diferença. Portanto, uma outra forma de avaliarmos a evolução da qualidade seria selecionarmos produtores que tiveram análises consecutivas durante um certo intervalo de tempo.

No gráfico abaixo, é apresentada a média aritmética de CCS de 3.896 produtores que foram monitorados com pelo menos uma análise mensal, todos os meses do ano, durante 5 anos.

Podemos observar que a média de CCS deste grupo de produtores também aumentou entre 2013 e 2015 em cerca de 60 mil células, confirmando que realmente estamos frente a um aumento da prevalência de mastite nestes rebanhos.
 
Gráfico 2 – Média aritmética de 3.896 produtores no período de 2010 a 2015 (com amostras todos os meses).


Valores médios de 550 mil células somáticas indicam prevalência ao redor de 50%, ou seja, de cada 10 vacas ordenhadas, 5 delas estão provavelmente infectadas. Isso impacta diretamente no sucesso do negócio, com perdas financeiras importantes.

Analisando agora sob o ponto de vista do atendimento à IN-62 e, considerando o novo limite de 400 mil céls./ml que irá entrar em vigor a partir de Julho próximo, teremos 52% de produtores não conformes.

A mastite é, sem dúvida alguma, o maior desafio que teremos pela frente. Os dados mostram que não avançamos nos últimos 10 anos, apesar de existirem inúmeros programas de controle de mastite que seguem medidas preventivas claramente estabelecidas na literatura (Programa de 10 pontos do NMC - National Mastitis Council).

Estudos conduzidos na Holanda e Brasil apontam o fator humano como a principal causa de insucesso destes programas [leia o artigo sobre o fator humano]

E você ? Está no controle ?

Como saber se estamos no controle e como controlar será tema do III Workshop de Mastite – Desafios e Soluções no controle da Mastite. Clique aqui e veja a programação!!

Esse artigo é o primeiro de uma serie de artigos sobre a mastite no Brasil:

1. Situação atual da mastite no Brasil
2. Pagamento por qualidade
3. Como mudar o comportamento do produtor de leite para melhorar a qualidade
4. Como gerenciar e acompanhar programas de qualidade

Se quiser ser avisado quando esses os outros artigos forem publicados clique aqui!!
 

CLÍNICA DO LEITE

Vinculada à ESALQ/USP, a Clínica do Leite é uma instituição sem fins lucrativos que atua em gestão da pecuária de leite, por meio da geração de conhecimento e da formação de pessoas.

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CLÍNICA DO LEITE

PIRACICABA - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 16/04/2016

Olá Craig !
Sim, o limite máximo atual é de 500 mil celulas somáticas, isso considerando a média geometrica de todos resultados dos ultimos 3 meses. Como mencionamos em artigos anteriores, ainda não está definido o que deve ser feito com um leite fora dos padrões. Comparamos a situação, a uma rodovia que possui limite de velocidade máxima estabelecida e radares monitorando e identificando condutores que não respeitam esse limite. Imagine essa situação, sem a consequência da multa e eventual suspensão da CNH. Certamente muitos motoristas continuariam andando acima da velocidade. Fica clara a necessidade do MAPA estabelecer claramente as penalidades para o leite de baixa qualidade.
Abc,
Laerte
JULIANO DOMINGOS DA SILVA

ANÁPOLIS - GOIÁS - INDÚSTRIA DE INSUMOS PARA A PRODUÇÃO

EM 16/04/2016

Uma forma que tenho visto para reduzir a incidência de mastite e com bem estar animal nas fazendas onde temos instalado esses equipamentos vejo meus clientes bastante satisfeito em relação sem contar com o aumento da produção caso os amigos tenham interesse em saber mais pode entrar em contato comigo pelo 62 8114-9994 whats
DIEGO DIÓGENES FERNANDES

FORTALEZA - CEARÁ

EM 16/04/2016

Nikolas, excelentes observacoes e explanacoes, o final entao! Muito bom! Compartilho este sentimento! Muitos vendedores passando uma imagem de consultores aos gestores das fazendas...
NIKOLAS GRANDER

TREZE TÍLIAS - SANTA CATARINA - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 15/04/2016

Referente a esse artigo eu gostaria de saber se foi levado em conta a média de idade dos animais em produção, que hoje com os custos elevados de produção de uma nova produtora o agricultor está optando por manter animais mais velhos em produção e como é de conhecimento de todos, animais velhos tem um maior desgaste da glândula mamária, ou seja, maior descamação do epitélio mamário, aumentando assim a CCS.
Estou cursando Zootecnia-UDESC estamos fazendo um trabalho em cima do pagamento por litro de leite dos principais lacticínios do oeste catarinense e chegamos a uma conclusão interessante. Como conclusão vemos que, do preço pago ao produtor hoje a qualidade do leite corresponde no máximo a 40% do preço pago ao agricultor. Então o produtor irá se preocupar em ganhar os outros 60% e as empresas trabalham com pagamento em faixas de produção, por exemplo, até 5000 litros o preço base é R$ 0.60 e depois dessa faixa de litros por mês ocorre um acréscimo no preço do leite. Como na região sul na agricultura familiar está sendo muito difundida a produção de leite a pasto, onde o custo de produção é baixo não chegando as vezes nem em 50% do preço pago ao produtor, então o produtor está optando por produzir mais e com menos qualidade.
Na minha opinião, o Brasil tem muito que evoluir e aprender pois temos muitas falhas no setor produtivo e falta de conhecimentos técnicos passados aos produtores, e sendo que eles ainda acreditam muito nos vendedores ainda.
CRAIG BELL

JABORANDI - BAHIA - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 15/04/2016

Gostaria saber se o limite no IN62 de CCS é 500,000/ml no S/SE/CO e temos medias aritmeticas acima desse numero, porque leite crú não esta sendo rejeitado pela industria? Alguém sabe?
SONIA MARIA DE F R CORBETT

SÃO PAULO - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 15/04/2016

Gostaria de saber a opinião dos senhores a respeito da influencia
da Leucose e consequente comprometimento do sistema imunologico
dos animais e persistência de casos de mastites cronicas.
Tenho recebido informações que a LEB é endemica e que esta presente
em grande numero de animais no rebanho paulista.

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