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Lactose e saúde: o que precisamos saber

ADRIANE ELISABETE ANTUNES DE MORAES

EM 18/02/2016

3 MIN DE LEITURA

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Como todos já sabem, lactose é o açúcar do leite. O leite produzido por todas as espécies de mamíferos tem lactose, em maior ou menor quantidade.

Esse açúcar não é encontrado na natureza em nenhum outro alimento, apenas nos leites. Podemos inferir que se está no leite, deve ter um bom motivo.

E tem sim, mais de um. Além de fornecer energia (como todos os açúcares) a lactose tem sabor levemente adocicado aprimorando o sabor do leite.

Especificamente no leite materno, a lactose junto com outros açúcares presentes em pequenas quantidades, ajuda no estabelecimento de uma microbiota saudável no intestino dos bebês. Outro papel importante deste açúcar é de ajudar na mielinização dos neurônios (ou seja, revestimento das células do tecido nervoso), o que é fundamental para o cérebro em formação.

Nesta perspectiva deve ser considerada a real necessidade de se optar pelo uso de fórmulas infantis sem lactose. Desta forma, a rotulagem de um produto para bebês contendo a informação “sem lactose”, não indica que se trata de um produto superior, mas sim, de um produto adequado para bebês com uma necessidade especial de não consumir esse açúcar.

Entrando no território da alimentação dos adultos, temos observado um modismo em torno da redução do consumo de lactose, sendo produtos isentos de lactose percebidos como mais saudáveis. Por esse motivo a lactose tem sido banida por muitas pessoas, até mesmo quando adotam dietas para redução de peso.

Porém, quando se faz opção por um produto lácteo deslactosado, isso não significa dizer que a lactose foi removida do produto, mas, em geral, ela foi hidrolisada (quebrada em duas moléculas menores). Essa quebra é o suficiente para não gerar problemas de desconforto para intolerantes à lactose, mas do ponto de vista energético, a quebra da lactose não reduz calorias do alimento.

Além da quebra da lactose não mexer no valor calórico, o consumo de produtos com lactose hidrolisada pode ser prejudicial para pessoas com diabetes. Isso porque quando a lactose é quebrada libera glicose e galactose (os dois açúcares que fazem parte de sua molécula) e a glicose é rapidamente absorvida e liberada na circulação sanguínea gerando um pico (pico glicêmico) maior do que quando se consume produto com lactose intacta. É o que chamamos de “subir o açúcar no sangue”, o que precisa ser evitado em diabéticos.

E tem mais... Dietas totalmente isentas de lactose podem depois de um longo tempo levar a uma temporária intolerância à lactose em pessoas que anteriormente não tinham essa limitação.

É importante também esclarecer que além da intolerância à lactose, existem desordens genéticas relacionadas ao metabolismo da galactose (liberada na quebra da lactose). Tais desordens são raras, mas extremamente graves e para esses casos mesmo produtos chamados “zero” lactose não são indicados, porque, conforme acabamos de ver, “zero” não significa que a lactose foi tirada, mas sim que ela foi quebrada e ao ser quebrada, deixa de ser lactose, mas glicose e galactose são liberados.

Assim sendo, existem situações que demandam quebra de lactose (parcial ou total) dependendo do nível de intolerância; e casos extremos que exigem exclusão da galactose também. A indústria de alimentos está em busca de oferecer produtos conforme as necessidades dos consumidores.

Há pouco tempo atrás tínhamos apenas leite com redução de cerca de 90% de lactose, hoje temos diversas opções de derivados e com quebra total deste açúcar. Quem sabe no futuro se encontrem também produtos com zero galactose.

Embora as pessoas gostem de seguir modas e tendências, quando o assunto é alimentação deve haver um especial cuidado, para não haver prejuízo para saúde, nem para o bolso.

*Fonte da foto do artigo: Freepik

ADRIANE ELISABETE ANTUNES DE MORAES

Docente da Faculdade de Ciências Aplicadas-FCA/UNICAMP. Graduação em Nutrição (UFPEL), Mestrado em Ciência e Tecnologia Agroindustrial (FAEM/UFPEL), Doutorado em Alimentos e Nutrição (FEA/UNICAMP), Pós Doutorado no TECNOLAT/ITAL.

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ADRIANE ELISABETE ANTUNES DE MORAES

LIMEIRA - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 29/02/2016

Olá Andréa



Agradeço suas palavras.



Cordialmente



Adriane
ANDRÉA MOURA

SÃO PAULO - SÃO PAULO - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 29/02/2016

Olá Dra. Adriane,



Parabéns! Excelente texto.



É muito bom ver um docente desmistificando modismos de forma pública.



Sds,

Andréa
ADRIANE ELISABETE ANTUNES DE MORAES

LIMEIRA - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 22/02/2016

Olá José Misael



Não sei como o modismo de iniciou...



Cordialmente



Adriane


ADRIANE ELISABETE ANTUNES DE MORAES

LIMEIRA - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 22/02/2016

Prezado Thiago



Essa é uma queixa comum na prática clínica quando pessoas mudam radicalmente de dieta (porque passa a morar em outros países, por exemplo). De qualquer forma, geralmente temporária.



Att



Adriane
JOSE MISAEL GONDIM PEIXOTO

CALDAS NOVAS - GOIÁS - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 20/02/2016

BOM DIA,



Uma questão sobre nutrição: Como e porque se iniciou esse modismo alimentar sobre a ingestão de um alimento ZERO LACTOSE seria mais SAUDAVEL para os adultos. Haja vista que para os lactentes sem intolerância a esse açúcar a ingestão é totalmente recomendável.
THIAGO

BRASÍLIA - DISTRITO FEDERAL - ESTUDANTE

EM 19/02/2016

A senhora falou sobre intolerância á lactose pelo não consumo. Não faz sentido pois se eu ficar um ano sem comer cenoura, não vou desenvolver intolerância a ela. E, por um outro lado, o fumante passivo deveria se tornar imune aos malefícios do cigarro, pois, seguindo a lógica usada pela senhora, estaria resistente a esses malefícios.



Peço que a senhora prove, com estudos científicos prospectivos randomizados, o que disse sobre a intolerância pelo não consumo.
ADRIANE ELISABETE ANTUNES DE MORAES

LIMEIRA - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 19/02/2016

Olá Valdir



Que bom que a matéria foi esclarecedora e não tendenciosa. Minha intenção ao escrever era de dizer que produtos "zero lactose" não são superiores aos convencionais. Mas com certeza são os mais indicados para quem tem dificuldade em digerir esse açúcar.



Cordialmente



Adriane
VALDIR FERREIRA CAMPOS

BELÉM - PARÁ - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 19/02/2016

ótima matéria,escrita de forma que esclarece para quem e adequado o uso.sem demonizar ou endeusar o produto .oferecendo informacoes para que as pessoas escolha de forma o melhor para elas.

PARABENS....
ADRIANE ELISABETE ANTUNES DE MORAES

LIMEIRA - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 19/02/2016

Olá Cesar



Que bom que gostou da matéria e agradeço por compartilhar!



Cordialmente



Adriane
CESAR SANTOS

EM 18/02/2016

Assunto de extrema importância e muito pouco divulgado.

Adorei a abordagem, já estou compartilhando
ADRIANE ELISABETE ANTUNES DE MORAES

LIMEIRA - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 18/02/2016

Olá Priscila



Fico feliz que tenha gostado da matéria.



Sobre os produtos lactose hidrolizados e rotulagem, tudo depende da técnica utilizada.

Se for Hidrólise por batelada a enzima lactase será adicionada em etapa anterior ao processo térmico ou de acidificação. Neste caso, após a realização da hidrólise da lactose, a enzima será desnaturada e como ela atua como um coadjuvante de tecnologia não é necessário declará-la no rótulo do produto.

Na Co-hidrolização a redução da lactose é ocasionada pela adição asséptica da lactase no produto após o tratamento térmico, de forma que a enzima continua ativa no produto final. Neste caso, é necessária a declaração da enzima na lista de ingredientes.



Sobre a informação do fabricante sobre a lactose, a informação é "zero lactose".



Cordialmente



Adriane
PRISCILA TURA SAKAMAE

CAMPINAS - SÃO PAULO - ESTUDANTE

EM 18/02/2016

Boa tarde.

Primeiramente parabenizo por mais uma matéria esclarecedora!

Adriane, gostaria de saber se nos produtos "zero lactose" consta no rótulo se este encontra-se isento ou com a lactose hidrolisada.

Grata

Abraços

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