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Culturas produtoras de bioativos em leite fermentado e queijo auxiliam no tratamento de hipertensão

POR ADRIANE ELISABETE ANTUNES DE MORAES

E ADRIANO GOMES DA CRUZ

ADRIANE ELISABETE ANTUNES DE MORAES

EM 30/08/2016

3 MIN DE LEITURA

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pressão alta - lácteos A hipertensão arterial sistêmica (popularmente conhecida como "pressão alta") é nossa velha conhecida por causar inúmeros problemas de saúde, deixar sequelas e ceivar vidas. Para piorar é uma doença crônica que atinge um bilhão de pessoas no planeta. Além disso a convivência com esse problema de saúde pública restringe o prazer à mesa, forçando a alimentação a ficar insossa.

Quase um quarto da população em países desenvolvidos sofrem de hipertensão, que é considerado um fator de risco para as doenças cardiovasculares. Até 2025, o número de hipertensos nos países em desenvolvimento, como o Brasil, deverá crescer 80%, segundo estudo conjunto da Escola de Economia de Londres, do Instituto Karolinska (Suécia) e da Universidade do Estado de Nova York.

Muitas pessoas precisam fazer uso permanente de medicamentos para controle da pressão. Como seria bom poder contar com aliados não vendidos na farmácia, para manter os níveis de pressão do sangue dentro - ou próximo - da normalidade.

Em alguns países são vendidos leites fermentados com propriedades anti-hipertensivas. Essa propriedade se deve à presença de peptídeos (fragmentos de proteínas) que podem ser liberados em dois momentos diferentes: durante a fermentação por bactérias específicas, estando disponível no produto antes de seu consumo; ou dentro do nosso organismo, durante a digestão de tais alimentos. Estudos envolvendo o uso de micro-organismos probióticos em reduzir os sintomas de hipertensão e os similares riscos de desenvolver doenças cardiovasculares são escassos, contudo promissores.

Ainda com relação a presença de culturas lácticas e probióticas, a mais estudada neste sentido é o Lactobacillus helveticus, que durante a fermentação do leite pode liberar tripeptídeos que inibem uma enzima chave na elevação da pressão do sangue (o apelido dessa enzima é "ECA", que vem de "Enzima Conversora da Angiotensina"). Tais peptídeos já foram isolados tanto de leites fermentados como de queijos obtidos por emprego do L. helveticus.

A matriz láctea de fato é interessante neste caso porque contém naturalmente outros componentes os quais podem apresentar atividade biológica favorável ao controle da pressão do sangue como o próprio cálcio. De fato, recente estudo utilizando modelo animal (ratos hipertensos SHR) verificou que o contínuo consumo de 20g queijo minas frescal probiótico (contendo Lactobacillus acidophilus LA 14 e Bifidobacterium longum BL 05) durante 15 dias foi capaz de diminuir a pressão arterial diastólica e sistólica em relação ao queijo convencional além de proporcionar um impacto positivo no perfil lipídico (níveis de triglicerídeos e colesterol) dos animais. Dada a relevância do queijo minas frescal na dieta da população brasileira, os resultados tornam-se valiosos sendo necessário estudo com humanos para comprovação desses impactos positivos na saúde.

queijo minas frescal

No Brasil não temos produtos lácteos com alegação de redução da pressão arterial. Na verdade, essa alegação nem mesmo é prevista pela ANVISA (Agência Brasileira de Vigilância Sanitária). Mas temos queijos nos quais o L. helveticus é empregado como cultura adjunta. Não valeria a pena investigar se os peptídeos bioativos não estariam lá presentes?

Finalizamos com essas sugestões: estudos de culturas produtoras de peptídios anti-hipertensivos para aplicação em leites fermentados e queijos. Desta forma, o bom hábito alimentar de incluir lácteos na dieta pode representar em paralelo um agente de controle não farmacêutico da pressão arterial. Reforçamos que a própria digestão de proteínas lácteas também pode ser responsável pela liberação dos aliados da boa pressão.

Referências bibliográficas

Beltrán-Barrientos et al. Invited review: Fermented milk as antihypertensive functional food. Journal of Dairy Science 99:4099–4110, 2016.

Ebel, B. et al. Impact of Probiotics on Risk Factors for Cardiovascular Diseases. A Review. Critical Review in Food Science and Nutriton, 54:175–189, 2014.

Lollo, P.C.B. Hypertension parameters are attenuated by the continuous consumption of probiotic Minas cheese. Food Research International 76: 611-617, 2015
 

ADRIANE ELISABETE ANTUNES DE MORAES

Docente da Faculdade de Ciências Aplicadas-FCA/UNICAMP. Graduação em Nutrição (UFPEL), Mestrado em Ciência e Tecnologia Agroindustrial (FAEM/UFPEL), Doutorado em Alimentos e Nutrição (FEA/UNICAMP), Pós Doutorado no TECNOLAT/ITAL.

ADRIANO GOMES DA CRUZ

Engenheiro Químico, Doutor em Tecnologia de Alimentos (UNICAMP), Professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro (IFRJ) - Departamento de Alimentos.

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