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"Se a criança não se alimenta, ela não consegue aprender" diz Christie Vilsack

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 11/07/2017

5 MIN DE LEITURA

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Christie Vilsack, ex-consultora sênior de educação internacional da “Agência Para o Desenvolvimento Internacional dos Estados Unidos (USAID)”, viajou para 20 países em quatro anos e concluiu que "as crianças não conseguem aprender se não puderem comer". Suas impressões e informações foram apresentadas na conferência "Nutrição láctea: um motor para o crescimento econômico", realizada nos dias 10 e 11 de maio em Boise, copatrocinada pelo Conselho de Exportações de Lácteos dos Estados Unidos (USDEC) e pela União dos Produtores de Leite de Idaho. Ela é casada com o presidente e CEO do USDEC, Tom Vilsack.

A conferência contou com a presença de diversos profissionais que discutiram a desnutrição e o papel dos lácteos para melhorar a saúde, a nutrição e a qualidade do aprendizado de crianças em países em desenvolvimento.

O programa do evento, bem como uma série de materiais apresentados (em inglês) podem ser acessados no site.

"Nutrição láctea: um motor para o crescimento econômico"


Palestra de Christie Vilsack

Vilsack enfatizou em sua palestra a relação entre a capacidade de aprendizagem de leitura e escrita com a condição nutricional de crianças nos países em desenvolvimento que visitou. Segundo ela, é de suma importância que os países desenvolvidos, como os Estados Unidos através da USAID e outros programas, conscientizem as pessoas sobre esse problema e consigam fazer parcerias bem-sucedidas com os países em questão. "Não se trata apenas de doar alimentos; é necessário um trabalho conjunto entre todos os envolvidos, incluindo, os produtores de alimento de alta qualidade nutricional, como os produtores de leite".

“Duzentos e cinquenta milhões de crianças no mundo não sabem ler. Cerca da metade delas não tem acesso a uma educação. A outra metade não está aprendendo porque seus professores não têm ideia de como ensinar. Eles não entendem a ciência de ensinar a ler. Mesmo aquelas crianças com acesso a uma educação frequentam a escola de forma errática porque, especialmente as meninas, têm que trabalhar nos campos, têm que pegar gravetos para o fogo, têm que pegar água, estão cuidando de crianças mais novas e podem não ter livros didáticos em um idioma que possam entender”.

“Elas podem não ter uniformes escolares; podem não ter um professor que aparece todos os dias e, em muitos casos, elas não podem aprender porque não comeram o suficiente para alimentar seus corpos, especialmente seus cérebros. O pior de tudo é que algumas dessas crianças, muitas delas, perderam a capacidade de aprender porque o subdesenvolvimento e a desnutrição roubaram de seus cérebros a capacidade de aprender, e sem a nutrição adequada, as sinapses deixam de funcionar, o cérebro deixa de se ramificar. Para alguns, a incapacidade de aprender é determinada antes de nascer; suas mães tiveram o desenvolvimento prejudicado, porque não tiveram acesso a alimentos nutritivos como produtos lácteos, frutas e vegetais”.

Vilsack disse que muitas vezes os problemas de desenvolvimento não são detectados, mas que essa questão precisa ser atacada na raiz e não somente com programas de alimentação nas escolas. Ela comentou que descobriu em suas pesquisas que o acesso das mães ao leite determina o tamanho da cabeça de seu filho. “Sessenta e seis milhões de crianças em idade escolar frequentam aulas com fome em todo o mundo em desenvolvimento e 23 milhões delas estão na África. As crianças não podem aprender se não comem”.

Ela disse que busca passar essas informações e essa mensagem para todos. “A geração dos meus filhos e os estudantes que estão agora na faculdade, entendem o poder da comida e estão prestes a liderar. Alguns estão concentrando seus estudos no fornecimento de nutrição de qualidade e educação de qualidade para crianças nestes países carentes em todo o mundo, mas não são apenas os universitários que precisam agir. São produtores rurais, educadores, gerentes e CEOs de empresas que produzem alimentos e bebidas; são cientistas, engenheiros e profissionais de saúde, especialistas em extensão, editores de livros e pais”.

Ela citou “o poder da comunidade para resolver grandes problemas" e “o poder das histórias relacionadas aos fatos para manter o público informado”. Assim, citou o exemplo de Malawi, um pequeno país do leste da África, considerado um dos mais pobres do mundo.

“No Malawi, as mulheres têm uma média de seis filhos, o que significa que as fazendas ficam menores, pois o número de pessoas que eles precisam alimentar é maior. Eles cultivam apenas uma cultura de milho. Se as chuvas atrasarem ou não vierem, como ocorreu em novembro passado quando eu estava lá, as pessoas começam a morrer de fome enquanto observam o milho crescer”.

“No Malawi, 47% das crianças menores de cinco anos têm atraso no desenvolvimento. Há uma pesquisa que mostra que a adição de lácteos ao milho e as misturas de soja ou arroz obtêm ótimos resultados nutricionais, mas o desafio não é apenas educar os tomadores de decisão em países doadores, como o nosso, mas também nos países locais onde estamos trabalhando sobre os benefícios de se fazer isso”, disse ela. Christie conheceu em uma das suas viagens uma menina chamada Martha que foi beneficiada por um programa de enriquecimento nutricional. Martha aprendeu a ler e representa hoje uma esperança para o seu futuro e o futuro do seu país.

Vilsack explicou sobre a enorme dificuldade dos professores nesses países, que constantemente precisam lidar com classes de 100 a 200 alunos, todos chegando à escola famintos e sem condições de ter um bom nível de aprendizado. Ela disse que o USAID, juntamente com outros programas e instituições, desenvolveu um programa de leitura e nutrição no Malawi, atuando de forma bem-sucedida com o governo local.

Ela destacou que o Malawi era apenas um dos 20 países visitados e que havia muito mais histórias para serem contadas. Assim, o trabalho de todos é justamente contar essas histórias, divulgar o máximo possível, para aumentar a conscientização de que “se Martha está no Malawi ou se ela está em Michigan ou se ela está no México ou em Mumbai, estamos todos mais seguros e mais prósperos se ela aprender a ler”. E as crianças somente aprendem a ler se estiverem bem nutridas.

As informações são do https://blog.usdec.org, traduzidas pela Equipe MilkPoint.

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