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RS: após dois anos, ainda há fraudes no leite

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 08/05/2015

5 MIN DE LEITURA

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Há exatos dois anos, em 8 de maio de 2013, era deflagrada a primeira Operação Leite Compensado no Rio Grande do Sul. A repercussão nacional imediata mostrou ao Brasil a ocorrência de um crime cometido para elevar ganhos com a quantidade de leite vendida à indústria, mas com potencial para gerar um efeito nocivo de impacto incalculável. A adulteração envolvia a adição de água e ureia (com formol - considerado cancerígeno pela Anvisa) ao leite cru. Daquela operação, surgiram outras seis, efetivadas até dezembro do ano passado, demonstrando que, embora tenha ocorrido melhoras, como destacam representantes do setor e até dos promotores do Ministério Público, a prática da fraude não foi extinta.

Quando ocorreu a sétima fase da operação, o Ministério Público já se preparava para deflagrar a etapa seguinte. Agora, no mês em que esse trabalho chega ao 24º mês de realização, a próxima operação já está pronta para ser deflagrada, comentaram os promotores do MP nesta semana, sem dar mais detalhes sobre a ação. O sigilo tem sido aliado do Ministério Público na formação de provas usadas na denúncia dos acusados. "Conseguimos tirar desse meio gente grande que praticava fraudes", avalia o promotor de Justiça da Defesa do Consumidor, Alcindo Luz Bastos da Silva Filho.

Agora, não é diferente. O promotor de Justiça da Especializada Criminal, Mauro Rockenbach, lembra que, em fases anteriores, o sigilo foi determinante para, por exemplo, desbaratar um esquema de corrupção envolvendo um fiscal do Ministério da Agricultura que recebia propina de laticínios na região de Lajeado. "Tivemos dificuldade de fazermos ações naquela região em função do repasse de informações. De início, percebemos que as operações não davam resultado naquela localidade, mas quando o fiscal não era comunicado obtínhamos sucesso", conta Rockenbach. O caso, por envolver servidor público, foi repassado à Polícia Federal e deu início ao que a corporação chamou de Operação Pasteur, com a prisão do servidor e abertura de um inquérito, em dezembro.

O caso incluiu o último elo da cadeia que ainda não havia sido envolvido, mesmo que indiretamente, nas fraudes. Rockenbach afirma que, apesar da ampla repercussão dada aos casos desde a primeira fase da operação, havia um meio de cultura próprio para que as adulterações continuassem, como mostraram as etapas seguintes. "Tínhamos uma situação em que a fraude era praticada em muitos locais, por muita gente, envolvendo muitos litros de leite, porque havia permissão, tolerância."

Mesmo depois de dois anos de investigação, Rockenbach diz que não é possível dizer com precisão há quanto tempo o crime ocorria e quem praticava. "O que se tem é a conclusão de que não se trata de crime comum, pontual, mas, sim, de uma cultura no setor leiteiro, porque o leite se presta para isso", argumenta, citando o tempo curto de vida útil do produto. "O leite tem microrganismos vivos, que depois da ordenha podem gerar diversas manifestações de deterioração, mas que permitem várias correções: se está ficando ácido, coloca-se uma substância alcalina, como a soda cáustica, se está sofrendo proliferação de microrganismos, usa-se peróxido de hidrogênio (água oxigenada)", exemplifica. "Então é uma questão cultural que tanto pode ser procedida pelo produtor, que pode corrigir determinada situação do produto, como pelo transportador e pela indústria."


Fonte: Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul

Mauro Rockenbach relata que, graças às operações, foi possível "limpar o mercado". "Conseguimos tirar os fraudadores mais dedicados e mais conhecidos", enfatiza. O desafio, no entanto, continua e passa agora pelo aprimoramento e empenho no Executivo e no Legislativo. "Passamos então para um momento de conscientização de legisladores e técnicos do Mapa de que precisamos fortalecer as regras do jogo."

A delegada sindical da Associação dos Fiscais Federais Agropecuários do Rio Grande do Sul, Consuelo Paixão Côrtes, diz que a fiscalização ainda enfrenta gargalos, mas salienta que as operações geraram resultados positivos que precisam ser destacados. "Como benefício à sociedade, houve uma grande melhoria na qualidade do leite, reduziram as denúncias em produto final e em leite cru, que é sinal de que o trabalho foi efetivo, e houve diminuição da concorrência desleal no setor, além de culminar em um maior investimento das indústrias na qualidade do leite", diz.

Por outro lado, a dirigente pontua que a falta de recursos é um grande gargalo. "Não se consegue concluir na totalidade o trabalho previsto para o ano por falta de verba". O sindicato também critica a insuficiência de pessoal e pleiteia por concursos e pela contratação de fiscais já aprovados em concursos anteriores e que ainda não foram chamados. "A gente pede a contratação dessas pessoas. O trabalho foi muito bem-desenvolvido pelos fiscais e reconhecido pela sociedade", diz.

Responsável pela Defesa do Consumidor no Ministério Público gaúcho, o promotor Alcindo Luz Bastos da Silva Filho contabiliza que até o momento foram propostas 36 ações civis coletivas, todas com liminares, mas sem julgamento até o momento. Além disso, foram firmados nove Termos de Ajuste de Conduda (TACs), cujos acordos resultaram em R$ 10 milhões, já revertidos aos órgãos públicos.

Com a saída de empresas do setor, algumas que estavam com TACs assinados, como a LBR, a responsabilidade é automaticamente revertida para a empresa que está assumindo as operações do grupo. No caso da LBR, a Lactalis. Em recuperação judicial, a LBR está com passivos com o MP gaúcho por ter deixado de quitar parcelas do acordo firmado com o órgão. "Ainda estamos analisando como daremos andamento à questão, considerando que a empresa está em recuperação judicial", diz. A cobrança do passivo pode recair sobre a indústria que está ingressando no mercado.

Quando avalia o trabalho desempenhado nos últimos dois anos, Bastos pontua que existe uma fragilidade maior entre as indústrias do que entre as cooperativas. "Nas cooperativas, o produtor é um associado, ele participa dos resultados, há uma proximidade maior, diferentemente da indústria", aponta. 

Entenda a adição de formol

Há dois anos, o que causou espanto aos consumidores de leite foi a adição de ureia com formol ao produto. O promotor do MP gaúcho Mauro Rockenbach explica que a presença do formoldeido foi incidental. Para mascarar a adição de água, fraudadores usavam a ureia, que recompõe alguns resultados que a amostra deve conter durante a análise. "Ureia recompõe, por exemplo, nitrogênio, só que é um nitrogênio artificial. Porém, a substância deixa um rastro, a gente conseguia identificar que havia um soluto, mas não sabia qual era", diz. O problema, destaca, é que a ureia utilizada era usada como fertilizante, lançado no campo pelos produtores. "Os produtores rurais perceberam que a ureia é volátil (com o sol, ela ia embora) e pressionaram a indústria de ferilizantes para aprimorar o produto." A melhoria foi feita com o uso do formoldeido, que garante um tempo maior da duração da ureia. "Foi incidental e nos chamou atenção por ser uma substância cancerígena."

As informaçõe são do Jornal do Comércio/RS.

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MAURO

CURITIBA - PARANÁ

EM 03/12/2015

O consumidor, o mais inocente, só terá conhecimento que está sendo feito de  trouxa quando a mídia anuncia uma constatação de fraude e que ela ocorre ha muito tempo .Os pequenos produtores com a queda da receita  pagarão com o bolso , já os consumidores com as inúmeras doenças auto imunes , pagarão com a saúde ou mesmo com a vida.

Como o Brasil desde que pero vaz de caminha escreveu aquela carta , sempre se preocupou em privilegiar os que mais tem e prejudicar os que tem menos ( Inclusive informação ) sugiro uma união dos honestos , com coragem, tragam os nomes dos responsáveis pela mesma mídia  não irmos ao matadouro achando do que estamos indo encontrar a saúde.
RODRIGO REDLICH

AJURICABA - RIO GRANDE DO SUL

EM 11/05/2015

Simplesmente sobra pros produtores, mas os sujos são os transportadores que fraudam leite de excelente qualidade produzido por nós, daí eles resolvem trancar as rodovias, nós colocamos leite fora 10 dias, por falta de carregamento, e vem um picareta de leite falar mal dos Gaúchos, primeiro votaram na dilma, depois ficam descontentes, eu votei no Aécio tenho muito orgulho em contar mas mesmo assim vou esperar passar esses 4 anos, espero que o resto dos brasileiros "caia a ficha" e votem para melhorar o país daqui 4 anos, porque eu sabia que tudo o que ta ocorrendo(aumento de impostos, desemprego, corrupção, aumento de preços) ia acontecer, é só ter um pouco de conhecimento, que a maioria do povo não tem, pra poder refletir o que vai ocorrer nos próximos tempos!
GILBERTO CUNHA

OSÓRIO - RIO GRANDE DO SUL - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 11/05/2015

Prezado Adalton, aqui no sul felizmente somos fiscalizados, pois é sabido (por veiculação na mídia nacional) que em torno de 70% das industrias no centro-oesta do País a fiscalização é dúbia e falha... E concordo plenamente com meu amigo Paulo Klafke, sim amigo, produtor que trabalha ele e o filho,  em dizer que os produtores sérios estão pagando pela fraude de poucos transportadores.....
HEINBERT SAND

CAMPO ERÊ - SANTA CATARINA - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 10/05/2015

Boa seu Adalton ! Você está generalizando, e jogando todos os produtores do sul, na vala comum. E está sugerindo que as Promotorias Públicas de outras regiões também façam um pente fino, a exemplo do sul. Quero aqui parabenizar o trabalho do MP gaúcho e catarinense, pois estão começando passar a limpo o setor leiteiro. Que sirva de exemplo para o MP de outros estados. Ressalto que sou produtor de leite há mais de vinte anos, e nunca tive problemas por falta de qualidade.

O setor leiteiro precisa de boas notícias. Precisamos excluir os maus elementos, que nos denigrem. Enquanto estaremos discutindo fraudes, uma região jogando pedra na outra, outros setores de bebidas e alimentos ocupam os espaços nas prateleiras do leite. Devemos discutir a falta de rentabilidade do produtor. Por que nos últimos 5 anos o nosso lucro chegou a níveis críticos, e, parece que vai piorar ?. Já pedi ao nosso deputado federal Celso Maldaner (que é membro da Comissão do Leite), porque importar milhões de litros de leite por dia? Nós temos tudo para sermos autossuficientes, e ainda exportar leite. Para isso precisamos de produtividade, qualidade, uma boa propaganda do nosso produto e, um bom ambiente de negócios. Abraços Sand.
LUIZ DALL'ASEN

XAXIM - SANTA CATARINA - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 09/05/2015

O que disser depois de quase dois anos sobre adulteração de leite, pois o problema ainda continua, sendo que somente as pequenas empresas eram fiscalizadas, mas agora o que disser que apenas a elite no que diz respeita ao mercado leiteiro "sobreviveu"?

Agora como fica o poder público vai agir ou irá passar a mão nesta "elite", pois seria necessário apresentar o nome destas empresas, porém o que ainda falta é coragem e "tomar" alguma atitude a respeito.
PAULO RICARDO KLAFKE

SÃO LUIZ GONZAGA - RIO GRANDE DO SUL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 08/05/2015

O difícil é comentar novamente este assunto, pois estamos há um bom tempo sem uma notícia ruim destas,Sou um bom produtor que prezo  qualidade do leite,mas estamos pagando pelo erro de alguns"canalhas",Sofremos este último ano pelo baixo consumo do leite UHT,Quem sabe vamos deixar os produtores trabalharem,pois qualquer notícia por mais ilustrativa que seja nos prejudica.
ADALTON SOARES DA COSTA

SÃO SEBASTIÃO DO PARAÍSO - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 08/05/2015

Difícil não comentar!

Trabalhei 15 anos com compra de leite, vimos leite ácido em 7 estados, inclusive aí no sul em 1998/99!

17 anos depois ainda tem leite ácido, empresa que não compra este leite não está acima das outras, não comprar é pre-requisito básico, prova de alizarol com resultado alcalino é fraude, não precisa muita pesquisa ou testes posteriores ao recebimento!

Enquanto outras regiões estão falando em CCS, CG, Proteínas, leite A, o sul ainda é notícia no leite ácido!

Já deu tempo de resolver este processo primário da produção que é produzir com higiene e resfriar rápido!

Os CTGs não precisam de mais tradições!!


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