Seja no espetinho, no arrumadinho, no escondidinho ou acompanhado de mel de engenho (há até quem o utilize na tradicional cartola), o queijo de coalho está presente nas mesas de praticamente todos os pernambucanos.
Esta autêntica iguaria pernambucana – o queijo coalho nasceu no Estado, no século XVI – será tema do debate “Queijo de Coalho: Histórias e Memórias”, que acontece nesta terça (26), às 15h, no Cais do Sertão, Bairro do Recife, e é aberto ao público em geral.
Participam do debate Ana Cláudia Frazão, Raul Lody e Gilberto Freyre Neto, que fazem parte do Observatório Pernambucano de Gastronomia, e Benoit Paquereau, gestor do Centro Tecnológico de Laticínios (CT Laticínios) do Instituto de Tecnologia de Pernambuco (Itep) – unidade Garanhuns.
No encontro, serão tratadas questões relacionadas não somente ao aspecto gastronômico e cultural do queijo de coalho, mas também sobre seu processo de produção, do ponto de vista mercadológico e de toda a cadeia produtiva do queijo.
“Nessa conversa, queremos aglutinar informações com o propósito de iniciar o processo de inventário da gastronomia pernambucana. Aproveitando o ensejo, pretendemos nos envolver no processo de chancela do queijo de coalho enquanto patrimônio imaterial de Pernambuco”, conta Ana Cláudia Frazão. A ideia, segundo ela, é atrair o interesse não só dos setores de gastronomia e pesquisa (a comunidade acadêmica), mas de todos os interessados no assunto.
Queijo de coalho é “a cara” de Pernambuco
E por que o queijo de coalho é tão importante? Segundo Benoit Paquereau, em 2016, Pernambuco produziu uma média de 1,8 milhão de litros de leite por dia. “Dessa produção, digamos que 50% é destinada à produção de queijo. Em sua maioria, o queijo de coalho”, afirma.
Também, segundo o professor, 70% do queijo de coalho produzido em Pernambuco vem do Agreste. “No total, em todo o Estado, são mais de 30 mil produtores, a maioria deles, informais, que esbarram em grandes dificuldades do ponto de vista de escoamento desse produto, por conta da legislação”, acrescenta Ana Cláudia.
Esse assunto (principalmente no que diz respeito à certificação do queijo produzido no Agreste, respeitando as características originais de produção e sabor específicos e identificados com esse território) e outros, estarão na pauta da conversa. “Culturalmente, o queijo de coalho é consumido por todas as classes sociais. Da praia de Boa Viagem ao ponto mais alto de Garanhuns, sempre terá alguém fritando um queijo de coalho”, conclui Benoit.
Serviço
Debate “Queijo de Coalho: Histórias e Memórias”
Terça (26), às 15h
Cais do Sertão | Armazém 10 – Av. Alfredo Lisboa, s/n – Bairro do Recife
Aberto ao público
As informações são do PorAqui.